maio 22, 2009

Os mesmos sapatos...

Que outrora desbravaram dificuldades e novos caminhos, que foram guias em dias perdidos, que conheceram muitas pessoas de sotaques diferentes e que ouviram muitas histórias. Um sapato vive o que a pessoa decide, seus caminhos e decisões, suas lutas e vitórias... Seu suor e seu orgulho. Foram esquecidos por muito tempo, anos se passaram... E, no mesmo espírito anterior, calçaram confortavelmente e se puseram a andar por terrenos de onde eles nasceram mas, pela ironia do destino, nunca houvera andado. Depois de anos, os sapatos tão surrados, conheceram a cidade onde foram feitos e comprados... Onde, há anos atrás, encontrou um par de pés, tão perdidos quanto eles e, juntos sempre, venceram inúmeras lutas... Inúmeras trapaças e desconfianças... E juntos, novamente, deram, ao dono de tudo, as memórias passadas e, juntos, prometeram, pelo pouco tempo que resta dos sapatos, virar mais uma página da vida do dono e vencer mais algumas batalhas. E por isso que eu olhei para eles e sorri, como quem sorri para o sol após uma tormenta infinita... A página que nunca seria cerrada, começou a virar.