outubro 14, 2004

Uma Brahma de Agudos, Por favor...

E foi assim. Sentei sozinho na cadeira e fiquei relaxando sobre todos os novos acontecimentos que estavam me passando pela mente. Vendo os motivos, as prováveis consequências e as principais divergencias. Isso foi ao longo de uns, longos sim, três minutos. Enquanto depreciei meu primeiro copo. Logo depois disso meus olhos começaram a viajar pelo local... Quatro carros parados, 2 casais e eu... Mas calma! Um casal de namorados, eu e mais um cara e uma mulher... Fato curioso... Quando cheguei vi ele, aparentando uns trinta e oito bem vividos, chamando ela, aparentando uns quarenta e seis acabados, para sentar e se conhecer melhor. Ele trabalhava em construção e ela não sei dizer. E foi assim, logo me saiu da atenção eles pois pensamentos sobre minha nova conduta me tomavam a cabeça. Lembranças? Essas eu tratei logo de esquecê-las com exercícios aprendidos em livros. Liguei para brindar em meio de meu segundo copo. Ligação rápida, poucos segundos. Continuei ditando o nível saúdavel. Para um carro, desce uma menina. Morena, 1,90m aparentava, peitos grandes mas um pouco gorda sim. Passa e olha para o casal de conhecidos e depois para mim. Entra no local, compra uma coca-light e sai. Esbarra em mim, pede desculpa com a voz delicadamente falsa e eu simplesmente aceito com um sorriso mais montado que pude conseguir. Entra um cachorro em busca, talvez, de algo para comer mas fica pouco tempo e depois chegam duas meninas, uma gorda cheia e outra ajeitada. Ela fica me olhando repetidamente, talvez pelo fato de eu estar sozinho em plena quinta-feira e bebendo cerveja, complementando minha profunda solidão... Ou talvez não. Compram alguma coisa que eu não consegui acompanhar e saem. Volto, depois de algum tempo, a ouvir a conversa do casal de novos conhecidos ao lado. Ele fala sobre sua saída do último emprego e de seu, eterno, desgosto por cigarro. Ela fuma. Ri sozinho bem leve, pela incoerencia assistida e tentei prestar mais atenção, mas era tarde pois concordavam em pontos já comuns que eu não sabia do que se tratava. Depois ela, que acendeu um novo cigarro, conta das suas aventuras em viagens feitas em algum passado ou distante, ou recente. Conversas sobre misturas alcoolicas e como elas se transformam. A cerveja chega em seu último copo. Quando bebo me forçando para lembrar todas as cenas montadas em minha frente como um filme. A garçonete, conhecida e simpática, me convida a tomar mais uma. Mas eu recuso, o cúmulo da solidão já tinha terminado seu objetivo e eu iria embora. Mas não sem antes ela sentar comigo e me contar de suas aventuras perigosas, em suas viagens para o litoral. Rimos um pouco. E ela sempre séria, contava detalhes... Ela de Maranhão. Terminou a conversa dizendo que eram três dias de ônibus, convencional, para o Maranhão. Mas se fosse o clandestino seriam cinco. Eu ri e voltei ao meu carro.

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