março 31, 2011

De um sonho requintado…

Deste que teve todos os ingredientes possíveis, não teve realidade. Mas se é sonho, tem que ter a fantasia. Aquela fantasia simples e direta, que faça você se perder, que faça você enxergar as cores de uma fina camada de luz, que faça você balbuciar sonolências e pedregulhos de um destino incolor. Teve aquele toque, aquele leve passar de mãos na pele tão complexa. Não teve conexão com os trilhos condutores, não teve aquela mentalidade que podemos chamar de furada. Teve um labirinto claro, teve uma traição e teve uma tristeza de apertar o peito. Tiveram cenas de choro e lágrimas que não escorreram, mas que não eram falsas. Teve uma angústia dolorida e aquelas promessas de seguir a vida, que fizemos milhões de vezes. Quando chegou nesta parte, me toquei que era um sonho e, mesmo após anos sem te ver, eu sonhei contigo e te vi indo embora cada vez mais distante, cantando mais uma vez a canção de outro, mas que sempre fez lembrar você: "Não posso ver você assim, sem direção, querendo ser outro alguém. Girando entre os planetas em órbitas extremas". Sem mais, acordei e teu perfume me fez sorrir de leve nesta nova epopéia da solidão.

Nenhum comentário: