novembro 21, 2004

Quem foi que disse que eu iria superar...

E colorindo a escuridão com traços escuros de tonalidades diferentes eu vou-me indo. Gerundiando a cada novo segundo. O preto no escuro. O branco no claro. O eu em você. Talvez a lua tenha seu brilho realmente refletido em uma frequência única e similar. As lembranças transcritas no papel amassado na calça, o objeto de roubo, elas passeiam como a brisa noturna da maré alta. A arrumação de idéias é tão dolorosa quanto a inocência do choro de medo da criança na fila da vacinação. Talvez minhas idéias estejam realmente espaçadas, mas sempre foram... E caminhando com uma perna manca, um olhar crítico operado e com o coração pulsando uma alegria triste eu vou-me indo... Colorindo traços estranhos, redesenhando minha rota, resonhando todos os meus desejos. Lembrando do gosto acre do choro de despedida e da sua voz ecoando no telefone... E mesmo assim eu não consigo reescrever nossa história. Com toda a intensidade, com todo os sentimentos aflorados. Somos como óleo e vinho e o que faz eu continuar sonhando é a melodia agressiva de um piano, violino e violão dedilhando a pureza do pensamento. E procuro a força para dobrar o destino que eu não consigo me esquecer. As horas batem iguais e de certa forma eu já teria que ter ido.

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