fevereiro 21, 2005

As crianças não brincam mais de aviãozinhos...

E a paranóia se instalou. Chegou de mala e cuia, avisou o fanfarrão e o chefe gostou. Trouxe o diabo a quatro em acessórios, assustando a todos até o menos esperado sobre as lápides dela. Como primeiro serviço, para mostrar bom desempenho e pro-atividade, lançou um filme, é aqueles de película que passou naquelas salas que chamam de cinema, para assistir. E assim fiquei, pensando, com medo, sufocado e desacordado. Todos, tirando-me dessa massa, não se abalaram com o filme... E já fazem dois dias que não durmo direito. Não sabendo mais o que é real do ilusório... Tudo é cópia da cópia... Eu ganho, Eu perco e até empato... Para mim tudo é falso, sem sentido e nada mais é além do que aglomerados de coisas sem explicação. E mais assustador... Nunca brinquei de aviãozinho.

fevereiro 18, 2005

E teve de contar sua história para ser aceito...

Capaz do mosteiro avisar que estive louco e saí desavisado pelo mundo, cantando um amor que não vê e não sente, para a donzela linda mas nada divina. Capaz avisem que estive viciado pelos prazeres terrenos e carnívoros que eram os únicos que saciavam minha sede e vontade de viver. Capaz o mosteiro avise que sou possuído por idolatrar elementos pagãos como a lua, as estrelas e o infinito e que cresce dentro de mim uma lira branda e forte, linda e perfeita, que canto em peito aberto pois não consigo segurá-la através de um suspiro. Capaz deles avisarem que sou problemático pois choro o que não tenho, que sonho demais com o impossível e intocável mas que não consigo, simplesmente, conter minha vontade e minha força, a qual chamo de divina, que está dentro de mim me fazendo crescer, viver e sofrer neste mundo em que ninguém acredita no amor interno verdadeiro. Capaz deles avisarem tudo isso e por isso não serei aceito aqui.

fevereiro 13, 2005

A neve caiu sobre o assunto...

Esfriado o reverso da vida. Solidificando mares e seres voadores. E um por um fomos indo, cada um ao seu medo, modo, tempo, vontade, felicidade e sonhos... Fomos indo rumo a um desconhecido muito mais enigmático do que convidativo. E foi assim que nem comecei minha jornada... Foi assim que aprendi a amar... Foi assim que aprendi a conviver com a dor da solidão... Foi assim que construi meus sonhos em bases inexistentes... E foi assim que aprendi a não viver e achar correto... Foi assim que entrei neste mundo...

fevereiro 02, 2005

Desejo que eu chegue no outro dia...

E quando alguém toca-te mais profundamente que qualquer antigo amor jamais tocou? Sua respiração ofega no momento e treme no gosto do desconhecido, no gosto do novo e na perdição do maravilhoso. Sonhos como sonhos passam como filme em seus olhos brilhantes de lágrimas. Seu tato está imóvel mas soa com o frio. O alcóol toma conta do coração e gritos e gestos são ouvidos pelos vizinhos atordoados que compartilham a sua eterna solidão. E ninguém está com você quando o medo, as dúvidas, o sofrimento e o amor vencem o infinito e a barreira do som. Ninguém mesmo sabe como você sente-se com a luz do céu negro de felicidade. E o seu som favorito embala os outros ouvidos e seu coração nem se importa mais...