novembro 26, 2006

Fui sendo levado pela insanidade perversa...

Lancei dados ocultos em névoa clássica, pendurei por ponteiros que marcavam alguns instantes desenhados nos muros de outrora. Caminhei pelas pétalas da vida de uma daninha, serena e carregada de culpa pelos lados. Avistava cores que simbolizavam pessoas ou talvez fossem pássaros, que voavam livremente pela pista estrelar. Talvez fossem escolhas ou alguma fechadura perdida neste caminho curto, porém sinuoso. A música embalava os problemas, porém eram nos inversos que a resolução dos problemas se intensificava. Aplicava regras, colhia resultado, verificava a natureza material de ser... Tudo tinha o custo vital. O semblante fechado pela tristeza acolhia agora o inverno que vinha quente e chuvoso. A vida sempre mostrou mapas, oportunidades e rasteiras prontas a se moverem no Xadrez Mortal. Um xeque ou um movimento de pedras errado, fazem você perder peças importantes, porém o adversário é sedento e logo aproveita para uma segunda chance. As palavras se desordenam na cartilha poética, a escuridão avança pelo vale de planícies... Sempre tentando se mostrar pecador, porém com amor em lira suave. O bilhete amassado mostra o último destino da mochila viajante... E sempre estará pronta para outra, só é preciso a alegria de seguir em frente e se mostrar pronto para picar sonhos em migalhas e se alimentar do gosto inexperiente da vida...

novembro 21, 2006

A enfermidade motiva a poesia interna...

Ser acordado pelo pleno orvalho e pelas pétalas de vida invísivel, desatando os laços unidos e fantasiados de um relacionamento vitalício. Abrir os olhos e buscar a fuga certa para a caça desesperada do viver, relatar em pequenos contos a epopéia da vida. O enfermo busca a esperança na janela pingada de chuva, nessa hora se perde em pensamentos melancólicos e duvidosos questionamentos. Busca a necessidade, corre pelos corredores da sua mente albina, um grito desesperado e angustiado para se sentir novamente vivo. As horas nunca passam quando estamos tristes e confusos, traçamos planos e promessas para possíveis empreitadas perigosamente suicídas e nunca teremos o sangue-frio necessário para iniciar a batalha. Cada dose do remédio é medicinalmente controlada para trazer o alívio necessário, a falsa cura por horas, para que, pelo menos nesse curto espaço, possamos nos lembrar como é a vida sem nossa doença. O enfermo sabe disso pois são os únicos momentos que consegue dormir. O apaixonado pelo mundo desconhece este conforto, mais uma vez se acaba nas promessas embriagadas e sem destino. Caminha pelas ruas sem conseguir olhar para frente e enfrentar sua depressão. Busca o conforto em coisas mundanas, doses e fumos. Relaxam e criam um paradigma novo de alegria, horas se passam e com isso ele consegue dormir um pouco. Os sonhos são diferentes para os dois, pois eles já passam a diferença na realidade. Um tranquilo o outro carregado. Um ascendente e outro descendente. A única semelhança é quando acordam, sem efeitos adversos e a angústia inicialmente relatada, se mostra viva e presente e os desejos antigos se tornam mais uma parte da vida. E é perceptível que falamos de uma única pessoa, presa nos seus sonhos e acometido de uma doença impraticável... Ele a amava.