fevereiro 28, 2011

Sempre a noite. Como filhos de uma escuridão, pensamos conosco nas noites que nos banham com seu infinito. Dirijo por vielas infinitas e mal acabadas. Sigo retângulos irregulares que talvez me mostre algo para admirar. Porém é nas noites que você manda em pensamentos... Melodias são associadas e busco a rima que faltava para tudo isso ser revivido. Olho pelos diferentes quilômetros que chegamos ao máximo da notoriedade. Nos pontos de fantasias únicas e o sorriso que banha meu rosto é para contemplar uma doce lembrança antiga. Continuo guiando meu corpo e mente em busca de novos horizontes, mas carrego comigo, sempre comigo, a surpresa da primeira vez. A inocência do início e o seu nome transcrito, nas inúmeras testemunhas estelares, neste firmamento dinâmico. A noite sempre carregará você comigo, onde ela estiver me guiando...

fevereiro 23, 2011

Por algumas folhas de calendário antigo...

A falta de contato brada a falha de constância. Questionamentos são feitos como pão de picadeiro. Antes um mar revolto das vontades e desejos latentes, porém agora apenas um silêncio que de tão solitário, declina os membros ao chão. Se de carnal passou à lembrança, esta de inexistente cientificamente, tratou de dar cores ao passado. Torceria por viver com os gostos de outrora, regar os momentos com úmidas risadas e pesado comportamento... Torceria! As letras transformadas são outras. São pequenas e unicolores, sem som ou sal, como se não tivessem vida. Os números brincaram neste calendário, pois completaríamos mais uma jornada. Completaríamos no bar, o aparecimento de novos contatos. Neste mesmo calendário, o sentimento único que fui arremessado da carona, que pegue para me ajudar a pintar novamente um pedaço de enredo contigo.

fevereiro 15, 2011

E não existe o Era Uma Vez...

Se fosse escrever como se apaixonar, começaria errado. Se fosse falar sobre como terminou, terminaria errado. Não consigo descrever como ela enxergou as cores ou até como encontrei significados perdido no além do firmamento. Existiu um momento e só isso é real. Existiram aquelas estranhas graças, estranhos gestos, perdidas emoções e infinitas tentativas de esquecer. Enumero canções que foram pano de fundo. Enumero gírias que ganharam singelas gargalhadas, porém cubro tudo para perder a conservação. Talvez tenha enjoado desta poesia abstrata, que tentou definir o amor. Sei que ele se foi como chegou. Perdido em uma conversa, fantasiado de amizade ou em forma inesperada com um choque corporal. Ele se foi e tudo o que ele deixou foi a certeza de como ele não é. A certeza que é preciso muito mais que uma embriaguez sentimental ou um sorriso puro ao despertar. Ele é mais do que tudo isso e, quando ele chegar, fico com a certeza de três simplicidades. Primeira, ele não aparece inusitado ou camuflado demais, ele simplesmente É. Segunda, ele ficará o tempo necessário do pulso, indo embora quando este parar. E terceira, ganharei aplausos desta platéia silenciosa, que cisma em chamar de louco e perdido, este simples escritor que ainda tenta achar o seu lugar.

fevereiro 06, 2011

Eu estou aqui para dançar…

Se te falasse depois de anos que tudo foi a fantasia postada? Se te contasse que fiz este jeito depravado para te arrancar suspiros e risadas? Se desvendasse que as paranóias foram criadas pensando no resultado final e não no amor? Se te falasse, com todas as letras possíveis, que brinquei de platônico, pois nada melhor tinha para fazer? E se te contasse que escrevi todos aqueles textos para te impressionar? Para te fazer a imagem de romântico louco e completamente dependente de teu mundo. Se te contasse que todas as madrugadas em claro, olhando céus diversos, foram por diversão e não por insônia maléfica de amor não correspondido? Se te falasse que comecei a reler tudo que foi de outrem, colocando as pitadas certas para que se fizesse a sua cara? Se te contasse que, todas aquelas vezes que passei em frente a casa branca e olhei para o lado, foi só para ver se você já tinha sumido do mundo? Se contasse que olhava pelo endereço mágico, esperando o número ímpar aparecer e ver um sorriso que sempre me paralisou? Sim. Tudo era verdade e nada disso era para ter ocorrido. Sim. Tudo aconteceu por sua causa, mas não te culpo. Sim, querida... Eu vim aqui para dançar a perdição da vida, para te escrever linhas doloridas, para sonhar coisas que jamais serão realizadas. Sim, eu estou aqui para não receber uma ligação de retorno ou uma pétala de atenção. Sim, eu estou aqui para dançar e dançar como se não houvesse amanhã, esta ciranda retardada que me carrega por cacos e vidros espalhados. Que me carrega por vielas de censura e amores perdidos. Que frita meu coração ao ouvir seu nome e sangrar de tanto dançar esta coreografia. E dançarei até sangrar o fim...

fevereiro 01, 2011

Pedregulhos de ressalvas importantes...

Nos hemisférios clamam as patadas da voz. Fico fora de contexto, pois a realidade me põe de lado nesta discussão pouco aproveitada. Tracejando favores em diminuto, recuando e acelerando notas que façam um acorde cheio. Um mundo que vibre e construa sua estrada melódica. Seu princípio, meio, fim e sumiço generalizado. Buscamos ser aquele refrão vivo de risos, porém esquecemos de preencher a ponte da canção. Ligamos-nos apenas no que é dedilhado rarefeito e esquecemos os pesos de algumas promessas desenhadas... Nunca mais fizemos aquelas casinhas felizes, pois nossos olhos se desacostumaram com a fantasia. Nunca mais desenhamos o sol no centro, pois molhamos nossas vidas com a chuva, carregando assim nossa sobrevivência com as nuvens... Destoamos de um ditado pré-escolar por vontade própria e esquecemos que, se soubéssemos ler corretamente, a nossa melodia-vida estaria com a partitura completa. Ela estaria repleta de maiores e menores, de jardins e brincadeiras sem sintomas, poetizadas e girando ao vento refrescante... Porém, temos apenas uma salada abstrata que não nos mostra caminho. Uma salada que nos desenha, que prendem até o desconhecido confuso. Uma salada que chamamos de experiência, porém nem lembramos mais como é o sabor de um beijo inocente em uma escada escura da infância...