setembro 29, 2004

E ouvi calado o coração...

Chorar! Chorou seus últimos suspiros, seu último fito, sua última gota branca de esperança, seu último pulo em busca da solução...E ouvi! Ouvi como paciente, ouvi como observador, ouvi como ferramenta. Soluçou para continuar, contava suas tentativas, gritava suas escolhas, chorava suas respostas... Meu olhar alterava em cada momento inusitado de angústia. Mudava como o vento, mas mantinha-se sereno e calmo. E ele continuava... Secando-se ainda mais, retesiando para a saída, implorando para a solução vir e mostrar a felicidade que existe depois do sinal de igual. E assim foi, durante tempos, ele contando e eu escutando... Concordava, fechava meus olhos e tentava ajudar em solução... Mas não importava! Era sua ira, seus problemas... Que estavam dentro de mim e eu, abalado como um todo, não podia me mover sem pensar que aquilo me aflingia, me tirava o sono, era a causa das minhas dores, dos meus medos... Aquilo era real e eu não conseguia ver outra explicação... Eu fiquei sem ação... E por isso, durante todo esse tempo, eu não expeli das minhas cordas vocais um "a" e muito menos um suspiro de alívio, pois aliviado fiquei quando ele se calou e me deixou livre das avalanches verdadeiras de todo o sentimento interno...

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E mudando de assunto novamente...

Pasmem Senhores! Neste blog tente não levar tudo em consideração... Não busque significados palavras por palavras... O significado é único e está presente em todo o conteúdo e não só em uma frase solta, e muito menos, numa palavra única! Poxa... Por favor! Eu tenho certeza que vocês são inteligentes o suficiente para entender o que escrevo aqui... Não é caso isolado e muito menos em alguma língua que vocês não tem conhecimento... Deixe a mente viajar quando quiser entender o blog... Se não quiser entender nem se atreva! Isso aqui está milhas distantes da sanidade... Anos-luz do concreto... Isso aqui, como já disse milhares de vezes, é meu sentimento mais puro, interno e viajante... Logo puro não quer dizer que não tenha mistura, interno não quer dizer que esteja do lado do meu rim só porque o meu rim está na parte interna do meu corpo e viajante não significa que eu esteja VIAJANDO MUITO DE ONIBUS OU PARA LUGARES DISTANTES!!! POR FAVOR né?!?!?
Sem mais...
Beijos e Abraços

setembro 21, 2004

Saber que tudo é ditado pelo fim...

É horrível uma fantasia que se torne tão importante na vida e impossível de ser esquecida. Por que digo isso? Simplesmente pelos dias que passam, pelas horas que temos de ver algo que não gostamos e pelos inúmeros pedidos de liberdade! Ter nossos olhos com sentimentos de amor, com pingos de falsidade e ao mesmo tempo brancos de ternura e paz. Como balancear tal expressão e não se tornar vazio e fechado? Cadenciadamente caminhamos para a escuridão sem volta, a escuridão final de nossos rumos! Sonhamos sempre com o branco livre e belo, mas no final teremos as trevas como destino, com seu gosto acre e implacável. E só nos é proibido sonhar com felicidades terrenas e materias... Como eu estou sonhando... A multa para isso é a dor infinita, o sentimento de culpa, as lágrimas ácidas que caem e ferem meu corpo ainda mais... Fitar a escuridão e tentar achar uma saída de um local sem buracos. Sentir o corpo dilatar da tal maneira que nunca voltará a ser como antes... E por isso os olhos passam por você e não reconhecem tal forma. Sempre sonhei, sempre morri por isso... E ainda mais eu que arquitetei planos eternos de amor, de paz e alegrias... Receber o vazio como premio final é ter espinhos cravados no coração que pulsou com gotas da esperança mais pura e inocente... Eu tenho saudades! Dos braços, da noite juntos, das brincadeiras, do sorriso... Tenho saudades do ser completo! E isso talvez que me machuque ainda mais! Dormir e lembrar é o pior dos pesadelos que poderia estar tendo...

setembro 17, 2004

E os olhos digitam o que os dedos enxergam...

Sombras e trevas mesclando, com perfeição, um verão intenso. Bom, ruim, certo e errado em perfeita conjuntura com Júpiter transformando tudo em estrelas e luas. A sanidade brinca com ilusões criadas no quarto sem cama, logo a frente da cozinha. Cintilam as árvores, aqui dentro, buscando o último restingue da flora bruta do meu coração. Talvez aquele ser ao lado da porta seja o bobo da corte, e ele chora lágrimas de verdade que fazem outros rirem e pensarem nos erros de suas vidas. O tamanduá-bandeira entra em busca das formigas que trabalham para reconstruir sua casa que o nenezinho de três meses pisou e começou a calcular o número de seres ali da casa. Terrorismo!! Todos gritam enquanto personagens de desenhos jogam ludo-ludo no saguão deste hotel. A velha recita algum verso para dois ou cinco meninos que parecem dormir com ursos belgas nas mãos. E se for parar e notar nessa cena tudo tem significado, concordância verbal e nominal, regência e muito sangue-frio. Celulares, rádios e porta-retratos completam com perfeição o cenário antes imaginado repleto de gente e vazio de idéias. O despertador canta suas horas e as folhas se agitam, o colírio cura a ardez dos olhos e os clipes fecham o envelope.

setembro 14, 2004

E nada mais me importava...

A noite vinha e trazia consigo trevas e sombras. O balançar da minha cadeira remetia-me a pontos excassos de lembranças e lá fora o vento mudava a paisagem com ardor rude. Nada, nem na mente e muito menos no coração me tiraria aquela vontade de vê-la. Fora mágico! Lembro do brilho do seu olhar quando me avistou naquele início de manhã. Corria, ao mesmo tempo que sorria, ao mesmo tempo que sonhava e ao mesmo tempo que sentia-se completamente realizada. Encontro, em meus braços, o calor que buscava e o beijo... Ahh o beijo! Selado tão rapidamente com seus dedos acariciando minha face... Que sentido! Nossas peles atritando a um doce movimento que terminou com olhares e sorrisos afeituosos! Perfeição...

setembro 12, 2004

Qualquer semelhança sempre é real...

Eu amo ela. Ela ama Ele. Ele talvez ame Ela mas tem seus sentimentos pela Outra. A Outra sabe disso, gosta do Ele e sabe o quão machucado Ele fica mas, por alguma razão ama o Outro. O Outro ama Aquela que costuma sair sem compromisso com Aquele, para afogar a frustração do seu amor por esse Aquele. Aquele é um ser estranho! Ama muito a Outra mas também sonha muito com Ela. Enquanto todos choram pelos seu sentimentos que não se encaixam em nenhum lugar, perdemos todos o nosso tempo conhecendo novas pessoas mas nunca esquecendo o nosso verdadeiro amor... Mesmo que esse nunca se realize. Perfeito mesmo só João e Maria que se conheceram no parque, em uma tarde qualquer, apaixonaram-se e morreram triste por ter encontrado a perfeição na vida deles... Talvez Eu mesmo nem ame mais Ela. como Ela não ame mais Ele. Só depois de muito tempo Ele passe a amar Ela e a Outra ame Ele e esqueça de vez o Outro que vai ser procurado por Aquela loucamente e que brigou e matou, internamente é claro, o Aquele do seu coração. E o Aquele, que era o ser mais estranho da história toda, tenha morrido em um acidente de carro numa viagem que fez para encontrar Ela em um final-de-semana desses que seriam perfeitos mas nunca se realizou... E no final da história, que é até difícil contar, os casais se misturaram em um mix perfeito e ninguém nunca terminou com a pessoa que sonhou, chorou e idealizou a vida inteira.
O que falar com palavras...

Que nos trazem lembranças boas, mas ao mesmo tempo remetem ao passado distante e intransitável? Estranha sensação de poder e não poder... Sonhos idealizados, Vida castigada por tomar caminhos estranhos e sinuosos... Sempre a mesma ladainha infantil! Por quê? Se o vinho, o alcóol, a dormência causada por ele que nos transforma em criaturas leves e opacas e nos leva a um lugar estranho e sem escolhas. Sem saber mais significado de nada, de preto ou branco, de claro ou escuro... Certo e errado! Errado é pensar sem consistência no presente, causando isso tudo uma avalanche dolorosa de incerteza! O efeito agora sentido é de enjoo sobre tudo, mas uma leve leveza redundante mesmo que me faz sorrir levemente... Espasmódico, no seu segundo significado, eu diria até que é essa sensação! E os dedos não conseguem seguir uma linha de raciocínio lógica. Desculpem! Minha mente dói e meu enjoo aumenta. O canto do meu coração é algo, as vezes, inatingível para um todo! Nesse único momento gostaria de ser uma criatura espraiada.

setembro 09, 2004

E o feriado se foi...

A estrada é longa, o trânsito é intenso e fluente e as idéias que passam pelas linhas imáginarias do meu cérebro misturam o real do imaginário em meio de nuvens, ar e velocímetro. Tente entender o coração pulsando mais alegre possível, ao mesmo tempo que o peito grita a falta que sente e os olhos molham de lembranças. A noite parece clara e o descanso é escasso nos dias. O peso de um fardo criado traz de volta questionamentos binários. Talvez tudo não tenha saída conhecida. Talvez o necessário é abundante de vácuo e o infaltável nunca esteve presente mesmo... Talvez tudo tenha sido realmente fácil de entender mas que era difícil de aceitar e talvez, só e somente talvez, isso aqui seja mais um grito silencioso que nada mudará e que ninguém acreditará nas lágrimas que molham minha face e que ninguém ache que eu estou realmente sentido falta de um abraço quente e tenro... mas isso é só um talvez... Porque nunca mesmo acreditaram nos meus olhos reais que sempre se alimentaram de sonhos.

setembro 01, 2004

Um canto de desespero...

Ó Lua Impontente e Branca, Por Que foges de mim? Por que não controlas mais minhas mãos sedentas de amor? Por que não fazer de mim instrumento para transcrever sua beleza? Lembro de noite onte tu me guiavas, Por sabores de alcóol e magias transcedentais. Onde meus olhos gotejavam lágrimas de amor, lágrimas essas que caíam por sentir seu peso dentro de mim, fazendo meu peito cantar em verso limpo todas as noites que aparecia você em meu tão obscuro céu. Por que abandonaste ao gosto acre da vista desnorteada? Ao gosto gélido do peito vazio e perdido... Enquanto meus olhos buscam aproximar-te no céu límpido de calor. Por que Deusa Lua? Não amas mais esse pobre iludido e carente de apegos? Esse pobre perdido que não sabes o caminho em tem toque divino? Ó Lua! Escuta esse teu servo gritar com sangue quente... Para tua volta! Para tua beleza! Para a minha vida! Complete-me ! Dá gosto a essa esquadra órfã. Dê corda ao menino trovador romântico. Carvão para a locomotiva de meu peito, que anseia pulsar livremente e contente. Venha Lua Dourada! Devolva a vida que só tu tens o controle! E que abandonaste a própria sorte, o garoto inocente de olhos brilhantes que só vive em razão de cantar e de amar!
Melancholy Sickness