junho 28, 2004

E o olhar congelava o momento...

Passatempo rima com a palavra sentimento de uma maneira ímpar e surreal. Como tudo na vida, obscura e fria, é parte de um caminho sinuoso e imperfeito, negro e desconhecido, desnivelado e sozinho. Dúvidas andam com as decisões tomadas e perguntas jorram dos olhos lagrimejados em um horizonte finito de um entardecer qualquer. Sangue de feridas pisadas pela dor de um coração que bate em razão de amar as soluções nunca experimentadas por lábios virgens e secos. Molhada é a nunca que voltada para cima nunca deixa os olhos verem o caminho a frente. Sentimentos brandos e doces são meras lembranças desenhadas por alguém na parede pré-histórica de novidade e a realidade se transforma na depressão transfigurada. O frio é intenso e os desejos de ver o fim é algo ineplicavelmente perdido, nas curvas chuvosas deste caminho que nada de ímpeto habita-o. Noite, dia, tarde são percebidas pelo olfato que busca entender muitas coisas além de sua função. E buscando ainda, respostas concretas, temos todo o conjunto de órgãos guiados pela tristeza da vida e as desilusões amorosas de uma depressão que tomou conta de um ser que, simplesmente, existe no tempo.
Melancholy Sickness

junho 21, 2004

E meu céu com duas luas...

Estranho é pensar nos diversos caminhos que percorremos e nas diversas escolhas feitas durante nossas vidas. Eu acordei durante a madrugada fria e limpa. Os olhos demoraram para acostumar com a claridade que vinha da janela. O corpo machucado e cansado estava mais pesado do que o normal. Ao me debruçar pela janela e olhar o céu... Vi toda sua profundidade, vi todos seus segredos. O ar melancólico, que respiro todo minuto, fazia eu entender coisas máximas da minha mente. Estrelas não são pontos mortos no espaço, como sempre imaginei.. São muito mais que isso, significam vida e eternidade... A eternidade da falta que sempre vai estar na vida das pessoas... Mesmo a solidão sendo minha eterna companhia... Mesmo sem alegrias no meu coração... Sempre estarei presente... E isso que simbolizam todas as estrelas... A morte presente, sempre vigiando sonhos e desejos ocultos... E daí que vi duas luas... Duas massas... Duas vidas... Vi o quão errado posso ter sido... E vi também o quão certo preciso ser... Duas luas... Duas incognitas.. Dois desejos... A vida é um par que nem sempre precisa ser compartilhada... E, no meu caso, vou viver sempre só no canto escuro e misterioso... Tendo dois caminhos, dois desejos e dessa duplicidade íntegra vai restar somente um ser, uma vida, uma solução, um caminho... O plural que torna tudo singular... A paridade transfigurada em um único porque, em um único fim...
Melancholy Sickness

junho 13, 2004

Parece mágica o relógio marcando...

Foi um verão estranho mas, sempre, um verão. As lamentações transcritas do fracasso de sonhos que não se realizariam, de todo um verão pela frente, de sentimentos diversos... Isso tomava conta da minha mente. O telefone era o instrumento perfeito, sempre tocava e planos para desfrutarmos alegrias eram selados por ele. E o relógio ali, sempre presente, fazendo a sua função de aviso de tepo... Sempre andava rápido demais mas nada importavapor o tempo estava sempre ao meu lado.
Mas algum dia que não me lembro... Não sei se fazia sol ou chuva, se estava alegre ou triste ou se por ventura do destino qualquer... Ele parou! As horas, e o tempo também, tinham de ser visto em outro lugar, de outro relógio pois aquele tinha terminado a sua função. De início não me importei mas sempre que entr no quarto eu o olho, por pura mania, e ele marca com muita dificuldade e tristeza a mesma hora... Como se uma força tivesse feito ele de castigo em um mesmo momento... Como se algo tivesse feito ele parar no mesmo instante de vida e dali nunca mais ter saído...
Demorei sete meses para isso, para perceber a mágica trascrita da morte... Demorei sete meses para ver o quão especial foi esse momento e esse lugar para mim... Demorei sete meses para me ligar que o relógio marca sempre: 4:44.44s...