novembro 26, 2004

Me sinto como a noite consumida no desejo matricial...

Passos dados caóticamente calculados e armazenados. O vento é a resposta inconsciente da mente em busca do alimento, o seu devaneio maior. Os olhos escurecem por medo, medo das mentiras que colam no corpo e se fazem de uniforme rústico. A guerra é travada! Real e tenebrosa, fria e incontrolável, razão e fome... Tudo mescladamente correto e posto para brincar em um mesmo tabuleiro redondo. O mesmo vento que derruba, refresca a fria brisa final. Dias contados e dias morridos. Dias sonhados e dias vividos. Tudo é a mesma coisa homogênea e derivada, tudo é difuso e indiscreto. Tudo tem início e final. Passos estudados, calejados e gesticulogenas apresentações. Para variar tudo é estritamente profissional no porque da inocência e criação. Tudo que faz sofrer no ínicio tem seu gosto aumentado, em ínumeras vezes, depois da curva final e antes da reta oposta dos nossos sentidos. Tudo que sempre desejamos se transforma em realidade na pureza dos nossos sonhos de meio-dia. E ilusão é não enxergar toda a maravilha das palavras obscuras no copo do doce líquido alcoólico amarelo, acompanhante das noites bohemias regadas do amor interminável.

novembro 24, 2004

Certa vez sonhei durante seis dias seguidos...

Cabelos pretos levemente cacheados, pele branca mas almejava um brilho fosco bonito, olhos azuis mas tão claros que pareciam brancos, seios normais e cintura quase divina. Foi assim que eu sonhei no primeiro dia. Seu nome? Não sei, nunca fiz questão de perguntar mas sabia que tinha um... E também nem precisava de nome. No primeiro dia nos encontramos e conversamos assuntos pessoais de cada um, muito mais de mim. Ela era meu espelho, sabia das minhas dores e das minhas angústias, sabia das minhas escolhas e consequências... Ela sabia da minha vida inteira! No segundo dia foi o beijo, o primeiro... Sentindo o gosto mais mágico do indescritível. Depois fomos virando mais confidentes e amigos do que se possa imaginar... Durante o terceiro e o quarto dia passeávamos pelo mundo inteiro juntos... Apartir do quarto eu vivia meus dias pensando nela. Na escola, nos estudos, em tudo... Eu me intrigava porque ela existia daquela maneira, naquela intensidade... Ficava andando nas ruas a procura de alguém parecido com ela... Fisicamente falando é claro... Meus olhos buscavam o infinito...E nada! No quarto dia lembro que ela me falou que nunca iria encontrar alguém como ela... Pois era perda de tempo. Eu fiquei triste mas como tudo em sonho de amor não é pesadelo eu me esqueci disso... No quinto dia era notória minha tristeza e intriga mas nos sonhos eu me entregava a felicidade... No sexto foi o dia mais intenso, lembro como se fosse hoje. E terminou depois sem um Adeus ou Obrigado. Acordei... Quando íamos fazer uma semana de sonhos ... Ela me abandonou a própria sorte. Me abandonou sem uma explicação... E se foi... Isso aconteceu de uma segunda até um sábado... Na terça-feira, em uma brincadeira telefonica qualquer boba, eu conheci a Natália... Loira, alta, olhos castanhos escuros. E com ela passei algum tempo especial também.

E isso é datado de 2001. Nem sei porque eu lembrei disso agora... Estava revirando lembranças... Revirando meu caderno de textos e achei uma folha com idéias... Na época quis fazer um belo texto e devo ter acabado esquecendo... E ontem lembrei de tudo com uma intensidade maravilhosa... As vezes lembranças são boas... E to sentindo estranho, triste, vazio, longe, pesado e ofuscado por coisas que ainda estão acontecendo... Só preciso conversar... Acho que só...

novembro 21, 2004

Quem foi que disse que eu iria superar...

E colorindo a escuridão com traços escuros de tonalidades diferentes eu vou-me indo. Gerundiando a cada novo segundo. O preto no escuro. O branco no claro. O eu em você. Talvez a lua tenha seu brilho realmente refletido em uma frequência única e similar. As lembranças transcritas no papel amassado na calça, o objeto de roubo, elas passeiam como a brisa noturna da maré alta. A arrumação de idéias é tão dolorosa quanto a inocência do choro de medo da criança na fila da vacinação. Talvez minhas idéias estejam realmente espaçadas, mas sempre foram... E caminhando com uma perna manca, um olhar crítico operado e com o coração pulsando uma alegria triste eu vou-me indo... Colorindo traços estranhos, redesenhando minha rota, resonhando todos os meus desejos. Lembrando do gosto acre do choro de despedida e da sua voz ecoando no telefone... E mesmo assim eu não consigo reescrever nossa história. Com toda a intensidade, com todo os sentimentos aflorados. Somos como óleo e vinho e o que faz eu continuar sonhando é a melodia agressiva de um piano, violino e violão dedilhando a pureza do pensamento. E procuro a força para dobrar o destino que eu não consigo me esquecer. As horas batem iguais e de certa forma eu já teria que ter ido.

novembro 11, 2004

E poeta desvairado queria ser...

E fui, completamente apaixonado pelo amor e pela sua intensidade. Apaixonado pelo perfume do mundo, do platonismo, dos sonhos que fazia. Sonhava todas as horas que meus olhos piscavam e a cada nova imagem o mundo se transformava com seu doce perfume e harmonia. Iludido e sonhador, platônico e chorador, romântico e cantor... Tudo eu quis e tudo eu fui! Anos e anos, de pura lira interna livre. Anos e anos de felicidade brotando de leves odores do meu corpo... Que hipnotizavam minha mente, me guiando por vales perigosos mas alegres! E fui... Com tudo isso... Preferia não ter conhecido, não ter escrito, não ter cantado, não ter sonhado, não ter ouvido, não ter visto, não ter tocado, não ter beijado, não ter abraçado, não ter acariciado, não ter ajudado, não ter tido... Como tive, como ajudei, como acariciei, como abracei, como beijei, como toquei, como vi, como ouvi, como sonhei, como cantei, como escrevi, como conheci... Com tudo isso ganhei de brinde a dor, o rancor, o ódio, a tristeza, a angústia, a culpa, o pesadelo, o sono, a depressão, a ilusão, a traição e o engano da vida... E assim caminhei por entre tudo. Quando só queria escutar doces canções, acabei escutando meu soluços de choro pesado. Quando desejei ter a felicidade, confortei o frio implacável em meus braços sedentos. Quando só queria um único momento, ganhei a solidão dura ao meu lado. Quando eu queria apenas algo para lembrar, ganhei a perda da minha vida, da minha alegria, do meu porque de existência. Quando eu só queria uma única pessoa, ganhei dezenas de textos pesados, tristes, escuros e, realmente, sem um pingo de vida. E é isso que fui... Um pobre poeta, desvairado e iludido... Tudo que eu nunca quis ser.

novembro 10, 2004

E caminhava com sono pelas pedras do caminho...

E eu busquei o tema, busquei o sentimento, a vontade. Busquei o amor. Busquei em tudo, e para tudo, escrever o texto mais completo. Completo de idéias. Complexo no entendimento. Cansei do simples e busquei o perdido. Meus olhos viajavam por folhas e a mente correu por todas as lembranças para recordar e reviver algo. Minutos ou horas... Perdeu-se a noção do tempo porque eu corria, eu buscava. Redistingui o certo do errado, incompleto do completo e o preto do branco. Vice-versamente eu recolocava, excluia e pintava pelas bordas. Desenhava caminhos, passeios, casas, pássaros e fotos. Arrumava, ligava, desligava, arrumava objetos... Tudo porque eu buscava. Ouvia, lia, sonhava e tocava, buscando o enredo principal, as personagens, o fecho e o desfecho. O certo e o errado. Jogava, atendia, contava e resolvia. Esperando o estalo da não-razão. O belisco da insanidade. O gosto acre do abstrato. Para contar que buscava e meus olhos lacrimejavam a cada ponto sem nó. A ansiedade tentava se estabelecer mas era algo impossível. E tudo que eu busquei: o enredo, as personagens, o sentimento e o desfecho, nada eu encontrei perdido ou achado no caminho que trilhei.

novembro 06, 2004

E o vento cresce como a formiga anda...

E se tudo fosse me levando para o erro talvez no final viria uma curva do acerto. E como eu nunca ganho nada em troca pelos serviços prestados muitos acham que isso é um defeito enorme. Mas o que eu poderia fazer se não fosse apaixonado por olhos? Caminharia em uma escuridão completa e turva, sem precendentes e ancestrais, e daria a risada alta e satisfeita no final do mesmo filme de comédia. Vozes ecoam em meu ouvido e são familiares, me levando tudo para o verão chuvoso e deserto quente. A noite faz a frio em lugares descampados por causa do vento, então é melhor esquecer o moleton se você for ficar em casa. A cafeína presente na coca, no próprio café e em outros diversos produtos me faz dormir bem tranquilo. Efeitos colaterais são extremos... Ou funcionam, ou não funcionam ou não. Aprendi também que Meca tá virada para o lado esquerdo da sala. O mesmo lado que há três anos eu sento para assistir aulas. Mas também Meca, Moleton, Deserto, Erros, Acertos, Risadas, Vozes... Não se conectavam nunca na minha mente até eu escrever isso aqui... E talvez, com tudo isso, veja que existe ligação em várias coisas distintas de significados e uma correlação universal sobre objetos, pessoas, sentimentos, ações e vontades. E isso tudo pode não surtir efeito nenhum.

novembro 03, 2004

Forgetting You... But not the Time...

"E essas árvores que pairam o caminho, cobrem a trilha que tento apagar com os pés para que esqueça que trilhei, chorei e implorei para você trilhá-la junto a mim" Melancholy Sickness

" Não importa ao tempo o minuto que passa, mas o minuto que vem. O minuto que vem é forte, jucundo, supõe trazer em si a eternidade, e traz a morte, e parece como o outro, mas o tempo subsiste." Machado de Assis - Memórias Póstumas Brás Cubas

"Me traz mais uma dose que eu prometo te beijar. Deixei para trás o que ia dizer, deixei você. Sem você tão fácil fazer... E se eu pedisse para você ficar? E agora? Não sei quantas vezes mais vou ter que fingir... Não sei quanto tempo!" Noção de Nada - Bem Estar 2

"Tudo parece normal mas normal mesmo
é ver a vida do ângulo oposto do vértice comum
A vida parece transcrita
na parede pintada de Porque sem razão
Tudo parece deserto
mas na realidade é surreal
Trazendo a vida sonhos e lembranças infantis
Caminhando entre espaços ocupados
Do véu da culpa e destino intransitivo.
Outro caminho deixando a loucura
E talvez eu seja mesmo intragável para a pia mundial
Veja que o erro sou eu por tudo
E sim eu vou continuar dessa maneira até breve"
Melancholy Sickness - Different Song

E tudo de mais bonito em frases curtas e explicativas... Eu não to estranho! Só to esquecendo de coisas, coisas podem ser pessoas sim, que não fazem mais compatibilidade com minha vida... É só isso!
E sim! Obrigado por perguntarem... Meu feriado foi inusitado... Conheci uma mina que me simpatizou completamente e vejo uma nuvem de amizade perfeita se formando em cima da minha cabeça... Sim, vi pessoas importantes para minha vida... Sim, teve churrasco... Sim, fui no cinema... Sim, joguei sinuca... Sim, bebi muita cerveja... Sim e sim! É só isso!

Beijos e Abraços