outubro 19, 2008

A simples volta de um poeta morto...

A inspiração me vinha com suas frases feitas, com o seu cenário convidativo, com sua melancolia postada e eu deixei passar... Deixei passar por não me sentir digno de sua presença, de sua confiança... Foram lamentações ao vento, foram lágrimas de angústia ignoradas... Foram e nunca mais voltaram... Não me sentia vivo o suficiente para por, de peito aberto, a minha poesia em rima... A propriedade sentimental era demais para mim, era veneno aos meus olhos que não conseguiam mais enxergar a beleza que sempre me foi dada. Foram meses, muitos, que eu não conseguia mais sentir meus dedos guiados pelo romantismo da escrita... Foram meses sentindo um amor de um jeito diferente, de um jeito que jamais senti antes... Um amor solitário, um amor absurdamente estranho... Um amor que não me deixava ser quem eu era... E depois, descobri que não era amor, tão pouco paixão... Era uma doença instaurada em minhas veias, pulsadas pelo mesmo coração que antes amava o platonismo e idealizava a perfeição... O tratamento foi intenso mas com resultado... E agora eu volto a caminhar pelo mesmo vale que já conhecia, volto a caminhar pelo mesmo sentimento de antes... Volto a sentir beleza na escuridão e na solidão... Volto a me sentir sugado pela melancolia e me sinto bem afogado nos delírios do álcool... Volto a ser o poeta que tinha morrido e preciso contar ao mundo o que sinto...