julho 26, 2012

De uma colheita regada...

Talvez devesse os dados ser melhores, números apenas pares, lançamentos esporádicos e tendas de desejos. Talvez o orvalho fosse refrescante e as letras menos tristes. Minhas poesias pudesse ter um endereço diferente, ser mais clara e completa. Mais alegre e sentimental. Mais pomposa e arranjada. Talvez os caminhos pertencessem aos momentos e estes, sendo épico o suficiente, estivessem escritos nas páginas de um livro admirado e vendido. Sem luxo ou rasgo da sociedade. Talvez tudo fosse diferente, mas um sonho de vida me fez retornar ao lugar e me deu mais tempo para sonhar, planejar e amar o tanto de infinito que eu colhi na última estação...

julho 20, 2012

Um tabuleiro me contou a história...

Casa sim e casa não, os piões ganham vida no jogo de dados e trazem a dinâmica do estágio. Uma câmera marca as opções e registra todos os devaneios que brotam das discussões. Um toque, uma armadilha e uma desilusão. A lista de afazeres, a garganta seca e a falta de uma ligação. A roupa dobrada, o cesto fúnebre e o gosto de um beijo. A propaganda antiga, o livro comprado e a lembrança de um adeus. A vida e os objetos além, se intercalam com os sentimentos na mais perfeita coesão. Pensamos tanto nos nossos materiais, quanto em nossos desejos sentimentais. Queremos a grama verde mais bela, mas não conhecemos tal tom e nos perdemos neste tabuleiro finito, que hora nos manda para lá e hora nos manda para a hipoteca dos esquecidos...

julho 17, 2012

Normalmente você seria minha princesa...

Meu reino não existe, mas é descrito em muitas poesias de livros sortidos. Meu reino não tem cor, mas possui toda uma aquarela infinita de beleza. Meu reino não existe salvação, mas ele está em paz agora, uma paz presa a algo finito e duradouro ao mesmo tempo. Meu reino não é concreto, mas sua abstração traça finos lampejos normais e que fazem do vinho a bebida preferida do verão e passeios com sorvete e beijos no inverno. Meu reino tem algumas maldições e uma delas é não ter a minha princesa para pintar o nome dele na placa mais prazerosa. Um reino sem princesa é como uma rima sem palavras, uma música sem ritmo e uma poesia sem amor. Eu fui poeta por muito tempo e tentei desdenhar desta ausência, mas minhas letras sempre me fizeram voltar ao vazio do meu coração e a sentir a incolor solidão deste lugar que de tão sem vida, parou de pulsar e me retirou todo o verbo amor dos meus lábios...

julho 08, 2012

Como uma confissão solta...

Eu tenho este problema da solidão. Não sei se me completa, se busco rebuscar o impossível ou se até mesmo eu preciso saber que não tem ninguém mais ao meu lado. Eu tenho este problema solitário. Ele não aparece, mas eu sei onde está. Eu o guardo para um momento tranquilo e brindo sempre a ele, mentindo aos olhos felicidade, mas na realidade eu sempre brindo a eternidade da solidão. Eu tenho este problema de forçar a barreira do sozinho, de amargar a estrada vazia e a liberdade de não ter que te ligar, depois da minha embriaguez. Eu talvez tenha cavado longe demais de uma mulher que me complete. Talvez, eu empurrei pelo vale as chances que tem me dado. Talvez, eu contemplei demais todos estes amuletos que me deixaram. De cada parte do mundo, de cada curva ao caminho. Eu não tento fazer um ninho forte, só tento caminhar e tecer a perfeição, mesmo sabendo que ela nunca existiu e nem aparecerá nos meus versos...