dezembro 24, 2012

Meu ato final…

Esqueça o tempo que vem. Esqueça as propagandas de paz e de harmonia. Esqueça a falsidade que te abraça e te festeja como se fosse o maior de todos os seres humanos. Esqueça a época de amor e carinho, pois ela é finita. Transforme tudo isso como cotidiano. Transforme suas ações de época, em necessidades para o restante do ano. Se esqueça de focar suas energias no verão e guarde o teu sorriso para consolar no inverno. Entenda que presentes não são necessários, mas ações são primordiais. Entenda que muitas vezes o dinheiro ajuda, mas um sorriso e um ouvido para escutar - verdadeiramente - os problemas alheios vai ser mais confortante. Tente tratar todos - sem exceção - como você os trata no fim do calendário. Tenha o respeito e o carinho como principal vestimenta e não esqueça a sinceridade dos atos. Esta é a primordial. Esqueça o significado de natal, faça-o seguir todos os trezentos e tantos dias... Nunca se limite às festas, deixe-as seguirem contigo do lado do seu documento...

dezembro 23, 2012

Meu quarto ato…

Quando batem as datas finais de festas e comemorações bonitas, o mundo se transforma em um lugar bom. Abraços são dados, votos são prometidos, energias são oferecidas, sorrisos emplacados e verdadeiros são vistos em todos os cantos. Doações são feitas, presentes são dados e tudo, tudo, de melhor é desejado e feito. Isto em 10 dias... Nos outros tratam o além como ninguém, o inferior como estranho. O carente de sorrisos com caras fechadas e amarradas. O doente como morto e até a criança do vizinho como peste interplanetária. Do que adianta 10 dias de perfeição se os outros mais de 300 são de incredulidade e sombras? Do que adianta a cesta dada com falsidade, se o alimento trará doença e tristeza para o semelhante? Do que adianta o abraço hoje se amanhã, quando se realmente precisa, os braços estão cruzados e distante de quem precisa?

dezembro 19, 2012

Meu terceiro ato…

Por qual razão prometem novos caminhos e novos horizontes se não sabem como construir uma base para seus passos? Sem base real de entrar na guerra, por onde vão iniciar seus primeiros tijolos? De cartões até apertos rápidos nas mãos, as promessas e juras de papel são idolatradas. Reencontros, novas amizades, um petisco a mais, quilos a menos, vidas melhores e novos amores. Tudo tão infinito como o próprio segundo, que se acaba no piscar dos olhos. Edificações sem fundamentos, paredes sem vigas necessárias, solos sem pilastras de referência. Na primeira chuva do novo calendário, as mais fortes são apagadas e levadas pela maré. A mesma que está suja e triste com tantas flores destinadas para alguém que a grande maioria jamais vai compreender...

dezembro 10, 2012

Meu segundo ato…

Os presentes seriam para um simbolismo de alegria, sentido e sentimento. Seriam para mostrar, em tantas outras coisas, a importância na vida deste alguém. Seriam para falar, sem palavras ou ruídos, o grau de carinho existente neste círculo. Só que em algum momento do percurso de chegada, o sentido se perdeu. Fez uma curva solitária, derrapou nos propósitos e começou a traçar um novo circuito tão desconhecido quanto sem razão. São carregados e entregues por obrigação. Por um simbolismo sem sentido e vago. Apenas existem pensando no retorno que receberá. Em meses não se lembra do que ganhou de volta, tamanho vazio existente nisso. A dança pede isso, um discurso rápido sobre uma pessoa que não possui um sentimento, uma adivinhação barata sobre nada. Daí a música termina sem uma letra bonita e marcante. Apenas com um embrulho jogado no lixo sem cultura da vida...

dezembro 08, 2012

Meu primeiro ato...

Os enfeites povoam a árvore da sala, a luz que se projeta ganha entornos conhecidos. O clima esquenta lá fora, mesmo a simbologia nos levando para algo mais frio. Como antônimos seguimos essa idolatria cultivada por desconhecidos. Refazemos planos, aumentamos nosso preço, baixamos guarda e começamos a lista enorme de promessas vagas. Os votos se amontoam, presentes são carregados nas mãos, falsas celebrações de mais um ano que se acaba - que mais um ano tece o fim. Sim, às vezes a mágica está em apenas aceitar essas bajulações e dançar conforme a música. Mas meus olhos não se acostumam e se cansam de ver tamanhas diferenças no comportamento. Como nas vitrines, apenas a imagem reluzida. Como na vitrine, a mentira dos valores e daquilo que queremos vender, mas que não conseguimos montar o preço. Como na vitrine, continuamos na dança das mentiras e da vida um tanto quanto longe do ideal...

dezembro 05, 2012

Aconteceu em uma noite de calor...

Ao cruzar com seus olhos, minhas palavras saíram na velocidade da sinceridade: "Meu erro foi ter te prometido o luar de um ano. O erro de dormir ao relento das estrelas e formar poesias com seus brilhos de morte, pois do seu pilar nada se sustentaria. Meu erro foi ter enlaçado em nossos dedos uma força tão clara e branda que acalmou ao mesmo tempo em que enfeitiçou. Meu erro foi cometido anos antes de te conhecer e sofrer por um amor tão malfeito que me prendeu no calabouço do infinito. Meu erro foi ter proclamado alegrias e sorrisos fáceis. Meu erro foi ter deixado minhas desculpas para agora, que minha mala está pronta e a estrada chegou ao fim." Com tempo de lágrimas as minhas costas conseguiram ouvir um "Eu nem te reconheço mais..." - E era apenas mais uma das verdades que me seguiam...

novembro 26, 2012

Carta aberta para ninguém especial…

Eu penso em você, mais do que devia ou que faço me importar. Penso em inúmeras alternativas, em inúmeras razões de ter você assim - dessa maneira tão única que me remete à tristeza. Eu penso em você, escuto sua voz, tateio o telefone em busca da mensagem perfeita e sem nenhum exagero. Eu tateio tanto que não mando. Tudo pode ser visualizado como um exagero simples quando tenho seu nome em mãos. Mas eu queria te mandar, tanta coisa que você nem imagina. De um simples sorriso a um colar de pérolas verdadeiras. De um sonho transcrito a uma fuga apenas nossa desse mundo. Eu penso em você mais do que em mim, sem exagero, mesmo sabendo que o que sinto por você e construí neste patamar, é o maior exagero que eu me permiti viver e idolatrar...

novembro 17, 2012

E você sabe o que é o amor?

O amor é aquilo que te faz associar uma imagem a um lugar. Um carro a uma pessoa. Uma cor a um cheiro. O amor te faz associar um nome a uma sensação única na vida. O amor é aquilo que faz contar uma história e lacrimejar seus olhos. O amor te faz reviver um capítulo de tanto tempo como se fosse hoje. O amor é aquilo que te faz sonhar de olhos abertos, de peito aberto para o mundo sem se importar. O amor é aquele que te faz uma canção de ninar sem ritmo, mas que encanta apenas por existir. O amor é aquilo que te faz chorar querendo amar. O amor é aquilo que te faz morrer só de pensar que uma vez, você já amou...

novembro 16, 2012

Eu te esperei voltar...

Eu não queria que você partisse. Fiz sua saída, te expulsei em pedaços, mas eu sempre achei que você voltaria. Que me pegaria de surpresa em um dia qualquer, em uma noite perdida onde lágrimas reacenderiam uma paixão total. Eu não te esperei, mas queria que isso acontecesse. Cada vez que chegava em casa, abria a porta e buscava um perfume diferente da minha rotina. Tentava sentir um aroma antigo, mas conhecido. O seu aroma. Sonhava com as variáveis, com os repentes e até como seria a valsa das minhas mãos de surpresa. Mas você nunca apareceu. Você se foi mesmo, depois de tudo e acabou nunca mais retornando à vizinhança. Não voltou e trouxe novidades por aqui. Você nunca mais veio até aqui... Aqui apenas ficou a vontade de uma surpresa, um possível início que nunca foi e que nunca será. Hoje eu chego em casa e me embriago com essas lembranças e que vão sumindo a cada novo vento. Até um dia serem eternizadas nessas simples linhas que nunca me pediram para divulgar... Um dia eu vou lembrar e rir, mas farei sozinho, pois foi assim que os meus caminhos terminaram.

novembro 11, 2012

Um rascunho um pouco diferente...

Julieta queria um amor para sonhar e começou com um rascunho de poesia. Nela colocou todos os elementos que lhe tiravam a respiração. Um isolamento, uma angústia acentuada, um resumo de guerra, uma história de raças e até um tempero afrodisíaco para ser completa. Desenvolveu a história sem um personagem fixo, pois seu amor deveria ser volátil ao espírito e amar era muito complexo para se figurar apenas a um ser humano. Este foi o problema. Amou demais, colocou diversas vírgulas e afazeres gerais, fantasiou e praticamente ditou impossibilidades para este guardião. Ficou tão complexo que no final não sabia onde encontrar o amor e nem como reconhecê-lo na virada da esquina. Daí desistiu, queimou as folhas com uma eterna tristeza. Fez questão de esquecer a história criada e das suas reviravoltas prediletas. Foi um fracasso no amor e estava contente por isso. Refugiou-se na sua casa e começou a pintar as paredes para passar o tempo. Em uma dessas pinturas, fez uma caricatura sem cor, daquelas que temos os traços tão impessoais quanto um nome poderia dar. Mas ali, naquela simples pintura de traços, apaixonou-se perdidamente. Criou uma roupa, refez o jardim à frente e passava todas as refeições ali. Lia, contava as novidades e via o fim do dia ao lado do seu amor. Ela não esperou para saber como era o resto, atentou-se apenas ao rosto e ao sentir o perfume do pobre viajante cruzar o portão, soube que era o seu Romeu para tomar seu lugar ao lado.

novembro 06, 2012

Começo a ser o que nunca deveria…

Piloto um carro de fuga, um gigante sem salto à distância. Uma estrada sem linhas de limite, um acervo sem as obras completas e ditadas. Percorro um trilho solto, uma alegoria passada e sem vida, uma viga que não sustenta os tremores do vento. Corro com o suor nas palpebras, sufoco em uma subida em disparada. Traço planos de vento, dos sonhos infantis e que o espaço levou com o desenho animado. Revivo momentos que nunca aconteceram, dobro o mesmo convite de algo que nunca existiu e deixo um recado para eu mesmo não retornar. O livro antigo de poesia traz seu nome, traz seu cheiro e nossas aventuras dos finais noturnos. A letra é doída por algo puro, novo e que jurava ser eterno. Só que de eterno apenas foi o inseto que sugou a vida de um canto solitário e foi morrer longe com o significado do todo  que sempre me perdi...

outubro 28, 2012

Seria tanta coisa que se perdeu...

As doses confundem a estrada que trilhei. Os olhos possuem a expressão tensa do nervosismo da noite. As estranhas linhas que se formam, chegam a um lugar perturbado demais. Os joelhos torcem por liberdade da razão. Seria amor se tivesse um orvalho virgem. Seria amor se possuísse um enredo qualquer. Seria amor se discutisse as verossimilhanças de um toque com o sol baixo. Seria amor se eu pudesse transformar em soneto livre, se pudesse rimar as pontas soltas dos beijos, se pudesse esticar os minutos juntos e se pudesse trazer de uma volta completa o seu peito aberto. Seria amor se não tivesse tudo tão longe do necessário...

outubro 27, 2012

Tudo foi tão perfeito até…

Era um casamento no outono. Sempre tive a certeza que os melhores casamentos são no outono. A estação do ciclo, da renovação e de todo este entusiasmo do "começar de novo", sem um alarde, sem um pingo de alegria, mas com a energia do novo. Você estava lá e brilhava como uma pérola descoberta, uma infinita tormenta de beleza que fazia meus olhos lacrimejar de alegria, mesmo de preto seu brilho era absoluto. Você veio ao meu encontro, pousou sua mão em meu peito e com poucas palavras me beijou. Tudo era tão perfeito, tudo tão mágico e o mesmo sabor de antes me invadiu completamente. Até a hora da gravata. Você me olhou tão pura e disse: "Por que não veio com a gravata que te dei de presente?". Mais uma vez tudo sonhado e tudo perfeito. Mais uma vez com o gosto certo e quase infinito. Tudo isso não passava de mais um sonho com a realidade da distância e do silêncio me presenteando ao abrir os olhos. Mostrando que o único refúgio era sonhar contigo...

outubro 23, 2012

Pedaços que formam uma melodia...


Com o som do oceano quebrando. Me lembro de você, mas não do tempo. Tento rearranjar as estrelas no céu para ter a certeza que elas escrevem seu nome. Às vezes ando e me vejo estendendo o braço para te abraçar. Vejo um movimento ali e tenho a certeza que havia alguém aqui. Me olho no espelho e quero mudar tudo. Quero sair e dizer ao mundo o quão apaixonado sou. Mas descubro que a vida é tão sem melodia. E você não precisa entender pelas coisas que eu luto. Rodando entre planetas de órbitas extremas. Eu vou te esperar, na luz da lua, com meus olhos carregados. Mas venha antes que amanhã seja tarde demais. Não carrego juras que vai ser melhor dessa vez. Mas preciso que apague essa dor da saudade... Tenha um pouco de fé em mim, pois eu quero ficar com você para sempre. Entre agora pois está na hora de partir...

outubro 20, 2012

Nas curvas eu sabia o que encontrar...

Um brinde ao medo, ao desconforto de te fazer tremer. Um brinde ao caos interno, a rebenta sede de mudanças. Um brinde ao amor não correspondido, as cartas mentalmente assinadas e aos poemas em fotos coloridas. Um brinde aos risos perdidos, aos goles do excesso e as faltas de lembranças que deprimem no instante. Um brinde relembrando os passos não dados, as chances perdidas e ao telefone antigo... Um brinde ao beijo que nunca existiu, o pedido que nunca saiu e ao convite pra felicidade que nunca teve a cor da realidade. Um brinde ao relento salvador, a estrada que nunca parece terminar e ao vento que te faz acordar na morte de mais uma desilusão. Um brinde à vida, pois sem ela a poesia seria feita sem fatos, sem sangue e sem nada palpável. Sem ela as linhas seriam brancas de história e tudo seria vazio, sem sentido, sem o que buscar ou lutar...

outubro 15, 2012

Caindo na linha...

Diga-me o que acontece se te deixar por aqui. Se te deixar no orvalho do sereno, nos ventos matinais das pétalas que brande todo seu amor. Diga-me o porquê de sentir tanto medo, de sentir o frio mesmo no verão e de se achar tão descuidada na multidão. Você poderia escrever sua história, reinventar seus caminhos, reescrever seus antigos contos e sem se preocupar com o ontem de tantos dias... Você poderia correr o quanto quisesse. Poderia gritar das montanhas às planícies do gelo se assim desejasse. Mas, você se calou e baixou a cabeça. Você deixou seus maiores desejos, por erros singulares de uma vida ditada pelas tristezas da sociedade. Você hoje tem o cardápio cheio de opções, mas desconhece todos os gostos que os pratos possuem... Eu não ligo para seus olhos vagos, eu saí por aquela porta e fui ser novamente o poeta que não me deixavam ser...

outubro 04, 2012

Efeitos subversivos em um conhaque velho...

Na certa proporção desenhada existem as parábolas de ensinamentos cordiais. Existem os cumprimentos matutinos que encantam as donzelas do riacho. Há as proporções vermelhas de um extinto feriado celebrado pela dúzia macabra. A informação beira o vislumbre, mas é descascada com desdém pela folha que a guarda. De bom e ruim os ruídos avançam na marcha de protesto por algo fútil e promessas de um amanhã florido. A estrada aparece, mas o hino encanta uma menina que escrevia seu livro. A estrada aparece e convida, mas o efeito vai passando aos poucos e as corem param de dançar. De pílulas até cartelas, de nomes engraçados ao medo extemporâneo, o conhaque convida mais uma rodada e o sorriso no rosto diz muito mais do que as informações da carteira na esquerda...

setembro 26, 2012

Se fosse escolher um número...

Este seria a nossa partemais completa, a soma de tudo e a beleza de ter uma data com significado na nossa vida. Seria a junção do meu, do seu, dos signos e da beleza do mistério da união. Um número apenas que nos simboliza. Um número que constrói e não apenas define. Um número que lembra e desenha e não apenas exemplifica tal coisa. Muitos não possuem tamanho número e outros tentam encontrar essa relação. Mas nós, mesmos antes de um beijo, decidimos nosso número. Mas nós, mesmo com você tão longe e impossível, definimos a nossa eternidade numérica. Se fosse escolher um número, seria 19 e eu sei que você também o escolheria para enfeitar a sua prateleira de vida comigo...

setembro 23, 2012

Te escolhi pela leveza e transparência...

Em meu copo os goles sempre foram construídos de verdade. Sem significados ou apontamentos longínquos. Minhas risadas sempre carregaram a verdade e com a sintonia existente, eu caminhei pelos muros da vida. Se escrevo meus poemas de enigma, saiba que são das dúvidas que pairam em meus sonhos. São das cenas que minha imaginação cria para embalar meu sono, mas me perturbo com a falta de significado durante meus dias. Se a poesia não me responde, como nunca me respondeu, eu pairo em suas cores para alar meus passos e muito mais desta emoção que bebo em meus copos...

setembro 17, 2012

Nunca a convidei para vir deitar comigo...

Oh insônia bendita, tu que trazes junto a ti um copo de desejos e indignações. Tu que contemplas as horas sem descanso, mesmo quando o corpo pede e tu ignoras este que considera relapso. Oh insônia bendita que deixa os sentimentos acessos, a mente confrontando antigas questões e irrisórias responsabilidades por minutos infinitos e doloridos. Oh insônia cruel! Tu que és inimiga dos sonhos e do livre embalo sonífero, tu que inflamas tamanho ódio que fere todo possível relaxamento do mundo. Oh insônia que me embebeda da loucura de ver as horas passando e deixando tudo mais próximo do fim. Insônia, tu nunca foste minha amiga, mas sempre me acompanhas nos momentos que menos preciso de ti...

setembro 14, 2012

Dúvidas de um dia ordinário...

Síndromes atacam os ferozes sentimentos humanos. Cordões tentam guiar almas pelo atlas do mundo. Rabiscos adolescentes transformando-se em verdade logo cedo. Filosofias vendidas por acaso no centro da sociedade. Toques, protocolos e drogas enchendo ingredientes esquecidos pelas sarjetas da avenida. Propagandas paradisíacas sem promessa de realidade. Vida, rotina, falta de inspiração, automático e despertador. Alguns poetizam seus sentimentos por fuga, outros por cansarem do mesmo tom de cinza. Mas fica sempre uma ponta de dúvida, até quando a fantasia pode guiar, sem doenças, a mente de um mundo veloz demais para se olhar para o lado? Até quando dura a redundância em um mundo que as pessoas esqueceram o significado de viver? Até quando isso aqui vai se chamar vida ou algo que valha?

setembro 10, 2012

Ainda não é o fim da certeza...

Talvez eu tenha percorrido as maiores escuridões, tenha fraquejado muitos passos dito certos. Talvez eu tenha recusado os convites de felicidade, de amor e da eternidade. Talvez tenha esquecido um nome aqui, outro ali. Talvez tenha brincado com todos os sentimentos possíveis e, em uma ressaca atônita, todos se foram de mim. Mas agora sei reconhecer a beleza de um céu limpo, sei da importância e não tenho mais medo de retornar aos meus antigos passos. Sei que muitos convites são tolos e desajeitados, merecendo assim o desdém para a passagem e sei dizer que alguns nomes jamais sairão da mente. Sei dizer quem vira poesia e quem nunca vai rimar e que se hoje não tenho com o que brindar, me embebedo da alegria de entender a vida que me pus a dançar...

setembro 03, 2012

Você chegou onde eu queria estar...

Tentei separar minhas sílabas dos caminhos. Tentei esquecer minhas canções vividas. Tentei esquecer como te acordava nas manhãs de nuvens e até como te fazia dormir com vergonha. Eu extrapolei nos meus limites e nos meus bloqueios. Ouvi que já não parecia comigo, mas a verdade é que nunca fui eu. Nunca te expliquei meus medos tortos, meus anseios de verão e nem os meus sonhos distantes. Um deles era você. Um deles era estar onde você está. Mas eu fiquei e segui meus poemas sem fim. Segui para lutar contra esta poesia redundante que bate em razão de nunca acabar. Segui para ter mais do mesmo e não ter um amor completo para escrever, pois disso eu nunca senti o gosto e nem sei como é feito. Você seria meu ponto final, mas eu ainda carrego as vírgulas que preciso terminar...

agosto 24, 2012

É tão difícil que lembra você...

Escrevi três capítulos mentais. Esqueci todos os personagens e foquei apenas em borrar o meu enredo. Distribuí conjunções como verbos e matei a gramática com meu desgosto. Escolhi números para os parágrafos e letras para as páginas. Estava quase ao fim, quando queimei todas essas tentativas, pois me faltava um passeio. Faltava o caminho plantado e as tormentas de minhas escolhas. Lembrei que certa vez sonhei com uma menina e me completei com três capítulos bem apresentados, talvez os mesmos de agora, mas com um cenário diferente. Segui adiante com a folha branca, sem rabiscos ou rascunhos de uma vida. Segui apenas para não lembrar o que já virou história, mas para construir o meu novo lugar comum e dessa vez sem começar com um sonho de "Era uma vez"...

agosto 19, 2012

Uma história esquecida...

Era manhã e os olhos tentaram se acostumar com o ambiente claro e sua brisa de novo dia. A cabeça latejando, dores em pedaços, sabor acre e olho profundo. O corpo correu o ambiente, os olhos enjoaram e a enxurrada de lembranças veio à tona. A história começou com o diploma na parede. Piadas que ele era o personagem principal e as situações que ele viveu de uma maneira diferente. Ela riu, muito. Era um sinal, um presságio que as coisas iam dar certo e que o momento certo estava sendo desenhado. O beijo quente - no corredor escuro do fundo, fez o enjoo passar e um leve sorriso ao meio de uma enxurrada da ressaca foi visto. Ele não sabia o que era o resultado disso tudo, mas se o amor tivesse uma exceção seria aquela de uma ressaca, uma lembrança e uma vontade enorme de fazer a mesma coisa com uns goles a menos para lembrar tudo depois...

agosto 15, 2012

Para transformar em realidade...

Certa vez quis escrever um conto. Daqueles que fosse pensado e atraísse o leitor para seu início e fim. Daqueles que o cenário é explicado e sentido, que você consegue entender a cor vista e o cheiro que preenche o lugar. Eu queria, mas não consegui sair das primeiras palavras. Queria falar dos desejos carnais que enchiam as mentes das personagens. Queria falar até daquele suor em mãos quando os olhos se encontram com a boca cheia do mais puro desejo. Sim, eu queria tudo isso e não passei das primeiras palavras. Talvez por eu não ser um escritor de contos. Talvez por saber que minhas aspirações só fazem sentido no mundo abstrato e de um vocabulário antigo e difícil de ver por aí. Talvez por não entender como me apresentar como um Narrador-Deus. Com toda certeza que olhei as mesmas palavras e vi um conto tão mal escrito na viagem que faço que tomei coragem e este conto vai sair. Mudarei o tema, por já estar perdido, mas um deles vai sair. Daí para aumentar as linhas de textos abstratos, esquecer este tipo de amor que tanto poetizei e começar a colher os frutos da minha realidade suada é um abismo que nem penso em ver o fim. Pode ser um caminho, mas tudo passa por este conto. Este conto cheio de talvez e que eu ainda vou fazer...

agosto 10, 2012

Um pouco de som e trechos...

São os primeiros olhos de um verão que correm por páginas escritas. Se seu canto não é dos mais doces, é porque sua intensidade é maior. Pobre dele que contempla a noite para buscar um brilho especial de poesia misteriosa. Busca tanto que sonha em um sabiá noturno para alegrar seus sonhos. De goles abstratos até proibidos, foi regando seu corpo por doses eternas de um doce e intuitivo álcool. As escamas cederam e uma nova carcaça surgiu para ditar a experiência sentida. Sempre à luz de uma lua buscando aventuras para mudar seu nome, compartilhar seus medos e anseios e dosar melhor sua vida. Dali nasceu para o mundo e morreu o poeta jovem e infantil que foi. Daquele tempo, nem o sorriso admirado ficou de cicatriz...

agosto 06, 2012

Preciso de uma reticência central...

Preciso de um traçado de destino. Um caminho que me siga por um vértice qualquer. Quero seguir um som, descobrir um futuro, sonhar com o passado e cantar a sinfonia inacabada. Preciso de novas falas, de novos trechos e de um roteiro bem desenhado. Preciso de amor, mas não com paixão quente. Preciso de um amor que encontre o significado na terceira página do dicionário. Preciso de luz - do sol e da lua. De verão até o quarto minguante. Preciso da brisa que me refresque e vire as páginas rapidamente. Preciso de um estandarte e de um hino para homenagear. Preciso de tudo isso anotado e carrego na mochila todas essas vontades de me redescobrir. De me inventar a cada novo texto e a cada novo ponto final...

agosto 03, 2012

Me informe o caminho a narrar...

Existem os tipos a serem cumpridos, os que rezam para ser traçados, os que clamam por notoriedade. Existe um laço mal complicado, um emaranhado com caminho definido, um mapa com apenas uma linha reta. O pingo de suor no rosto, o folego que se esqueceu de vir ao encontro, as mãos que não param de tremer - mesmo no quente, pelo puro nervosismo do nunca. Gostaria de narrar como um Deus, sabendo seus inícios e pensamentos. Sabendo de seus passos e desejos. Sabendo como transcrever um sentimento, como compreender a passagem de dedos e a satisfazer as expectativas de um olhar com gosto. Gostaria de colocar juntas as peças que faltam, de saber onde se esconde o ponto secreto e a traçar o caminho que me leve de volta às facilidades que vivi anteriormente...

julho 26, 2012

De uma colheita regada...

Talvez devesse os dados ser melhores, números apenas pares, lançamentos esporádicos e tendas de desejos. Talvez o orvalho fosse refrescante e as letras menos tristes. Minhas poesias pudesse ter um endereço diferente, ser mais clara e completa. Mais alegre e sentimental. Mais pomposa e arranjada. Talvez os caminhos pertencessem aos momentos e estes, sendo épico o suficiente, estivessem escritos nas páginas de um livro admirado e vendido. Sem luxo ou rasgo da sociedade. Talvez tudo fosse diferente, mas um sonho de vida me fez retornar ao lugar e me deu mais tempo para sonhar, planejar e amar o tanto de infinito que eu colhi na última estação...

julho 20, 2012

Um tabuleiro me contou a história...

Casa sim e casa não, os piões ganham vida no jogo de dados e trazem a dinâmica do estágio. Uma câmera marca as opções e registra todos os devaneios que brotam das discussões. Um toque, uma armadilha e uma desilusão. A lista de afazeres, a garganta seca e a falta de uma ligação. A roupa dobrada, o cesto fúnebre e o gosto de um beijo. A propaganda antiga, o livro comprado e a lembrança de um adeus. A vida e os objetos além, se intercalam com os sentimentos na mais perfeita coesão. Pensamos tanto nos nossos materiais, quanto em nossos desejos sentimentais. Queremos a grama verde mais bela, mas não conhecemos tal tom e nos perdemos neste tabuleiro finito, que hora nos manda para lá e hora nos manda para a hipoteca dos esquecidos...

julho 17, 2012

Normalmente você seria minha princesa...

Meu reino não existe, mas é descrito em muitas poesias de livros sortidos. Meu reino não tem cor, mas possui toda uma aquarela infinita de beleza. Meu reino não existe salvação, mas ele está em paz agora, uma paz presa a algo finito e duradouro ao mesmo tempo. Meu reino não é concreto, mas sua abstração traça finos lampejos normais e que fazem do vinho a bebida preferida do verão e passeios com sorvete e beijos no inverno. Meu reino tem algumas maldições e uma delas é não ter a minha princesa para pintar o nome dele na placa mais prazerosa. Um reino sem princesa é como uma rima sem palavras, uma música sem ritmo e uma poesia sem amor. Eu fui poeta por muito tempo e tentei desdenhar desta ausência, mas minhas letras sempre me fizeram voltar ao vazio do meu coração e a sentir a incolor solidão deste lugar que de tão sem vida, parou de pulsar e me retirou todo o verbo amor dos meus lábios...

julho 08, 2012

Como uma confissão solta...

Eu tenho este problema da solidão. Não sei se me completa, se busco rebuscar o impossível ou se até mesmo eu preciso saber que não tem ninguém mais ao meu lado. Eu tenho este problema solitário. Ele não aparece, mas eu sei onde está. Eu o guardo para um momento tranquilo e brindo sempre a ele, mentindo aos olhos felicidade, mas na realidade eu sempre brindo a eternidade da solidão. Eu tenho este problema de forçar a barreira do sozinho, de amargar a estrada vazia e a liberdade de não ter que te ligar, depois da minha embriaguez. Eu talvez tenha cavado longe demais de uma mulher que me complete. Talvez, eu empurrei pelo vale as chances que tem me dado. Talvez, eu contemplei demais todos estes amuletos que me deixaram. De cada parte do mundo, de cada curva ao caminho. Eu não tento fazer um ninho forte, só tento caminhar e tecer a perfeição, mesmo sabendo que ela nunca existiu e nem aparecerá nos meus versos...

junho 27, 2012

Eu parti sem choro de volta...

Ressuscite-me caso seja capaz. Parti despedaçado por estilingues infantis, parti por números desconhecidos e rabiscos de término. Tive promessas assassinadas, naveguei para naufragar e sem retorno possível. Nós todos tentamos, nós todos tivemos os sentimentos por provas carnais e aplausos programados de agradecimento, mas nunca de parabéns. Parti para um acaso desconexo, parti por conta da distorção de ideias... Sem flores ou adereços capazes de tremer paredes brancas, eu parti e agora seu parafuso cego de razão falta para retomar um caminho. Faz tempo que o inverno vive em suas vestimentas e o sol jamais vai te reinar como eu pintei em você. Meu suor, meu desejo e meu beijo, partiram porque sempre fui um ímpar em um brinde vespertino de arrependimento...

junho 24, 2012

Retornando ao primeiro verso...

"Você pode ter ido embora, mas sempre ficará uma lembrança sua comigo e que jamais esquecerei. Podem coisas acontecer, o tempo passar, mas eu jamais desistirei de você... Tudo isso porque eu te amo!" Foi no calor do meu primeiro amor que escrevi essas palavras. Foi com este início que comecei a trilhar um caminho diferente. Foi neste passo que descobri as teorias do platonismo, a prática de um romantismo esquecido e que, mesmo adolescente, foi responsável pelos meus passos até hoje. Ainda guardo sua lembrança de verão, ainda me pego associando as mesmas coisas e não considero que estacionei por ter um punhado único de momentos. Foram poucos, mas foi todo o início. Se não trilhamos mais nada, a culpa é a de um destino divino que me mostrou a loura poesia adolescente para me transformar no devaneio que sou hoje. Não posso falar que te amo, mas te amei com toda a pureza e sinceridade que até hoje me são características. Não posso falar que não desisti de você, pois o tempo tratou de mostrar que era só o aprendizado necessário. Mas posso dizer que nunca te esquecerei, pois seu sorriso e sua beleza única foram os responsáveis pelas primeiras cores do meu mundo e você sabe que sempre te agradeci por isso.

junho 11, 2012

Você disse que não tem medo...

Seus olhos brilham como se fossem um abismo. Seu sorriso preenche o ar que me aquece, que faz transpirar, que me faz viver. Teu jeito, tua simpatia parecem se completar tão perfeitamente aos meus moldes derretidos e gastos com o tempo. Sonho com seu beijo, com sua pureza tão forte e radiante que me leve para outro patamar de desejo, de uma adoração ardente. Gostaria de sentir a suavidade de suas mãos, de seus entornos corados e de um suspiro de sufoco, mas só tenho a sonhar. Só tenho a criar um novo sonho, uma nova estrada e um novo começo... Com novos olhos, sorrisos e um novo você, porque já que não tem nome, te reinvento a cada passo que te busco na perfeição do talvez.

junho 07, 2012

Eu aprendi tudo a você…

Eu aprendi a olhar, a andar e a sonhar. Aprendi a correr, a viver, a crer. Aprendi a sorrir, me divertir e a dormir. Aprendi a amar, aprendi a querer e aprendi a partir. Aprendi a chorar, aprendi a poetizar, aprendi a caminhar. Aprendi a escrever, aprendi a ver e aprendi a sofrer. Aprendi a construir, aprendi a desistir, aprendi a ruir. Todos os verbos que aprendi, todos os caminhos que percorri, todos os momentos que presenciei tiveram você como personagem maior. Não presente, muitas vezes muda e transparente, mas você estava ali como meu objetivo. Meu objetivo sempre foi viver para você, atravessar pontes e obstáculos para saber que não sei de nada e que, se estivesse ao seu lado, começaria a aprender o verdadeiro sentido de tantos verbos na vida. Mas ainda não tenho as rimas necessárias para transformar este dicionário em vida de amor...

junho 05, 2012

Criptografando os destinos...

Os tempos estão mudando, com o sol se escondendo na vergonha, a lua com uma timidez acentuada, os ventos gelados no verão, os pássaros de uma nota só. Uma foto rasgada de escrivaninha, uma benção esquecida, três capítulos de um sonho, oitavas relações perdidas. Seus braços encolhidos, um sorriso perdido para outrem, uma névoa condensada de beijos e o troco da confeitaria. São marcos singulares, são anúncios de desconto, são rebolados estrangeiros e orçamento encolhido. Os tempos mudam, meus olhos se acostumam, minhas poesias fluem, mas cada vez escolho o longe como destino. Cada vez mais escolho a falta de sorrisos, do que um beijo matinal. Cada vez mais escolho o solitário mundo da realidade, para desistir de vez de criar meus sonhos. Cada vez mais eu esqueço tudo que passei, para nunca mais te encontrar...

maio 25, 2012

Você é o fim…

Eu sei o fim de tudo. Sei de todos os meus passos, sei das músicas queimadas e das poesias vivas no lixo. Sei dos seus olhos mortos, seu coração que pulsa da forma cadenciada, quase morta, quase sem brilho. Ponto a ponto com minhas angústias, meus receios sempre conturbados. Vou embora novamente. Vou embora de você, mas te trago rosas de sangue antigo, te trago sonhos que já acordaram, te trago versos que são poeira. Eu tentei te reanimar para parecer como antes, até desenhando um cenário com aquele crepúsculo único. Queria ter o mesmo perfume, mas meus medos não me deixaram. Meus medos fizeram viver a redundância de não ter um rosto frágil. Vidro que quebra em passos soltos, passos esquecidos no pó do tempo. Beijos de forma, beijos sem suor, sem amor e o fim. No fim é sempre o fim. No fim você sempre deseja o fim. No fim você sempre chega ao sempre fim. No fim é apenas o fim...

maio 16, 2012

Eu dançaria como você fez...

Eu te amo mais do que letras podem contar. Eu te amarei até o último suspiro existir neste mundo e em meus sonhos básicos... Eu te amo até acordar de um pesadelo que vivo em um mundo sem existir você. Eu sou aquele que acredita em mudanças drásticas ou puras, de tremas e parques. De mudanças sentidas e doces tatuagens que viram feridas nos bancos traseiros de carros queimados. Eu te amo mesmo se este amor não existir no mundo. Com ou sem uma ajuda de sirene e solas brancas. Estas imagens se juntam em um aglomerado de estrelas, dançam em um céu com vento temporal e tudo parece estar bem, pois no ritmo cantado, elas ainda continuam soletrando seu nome e o quanto eu posso te amar nesta vida. Eu te amo, pois a poesia me deixa e o quanto da poesia ainda não se cansou de dizer que meu amor vai continuar, mesmo que essa cidade se desfaça da desgraça de você nunca ter existido em brilho maior que uma andorinha de inverno...

maio 13, 2012

Isto é só a descrição de um pensamento...

Conjunções berram rimas infinitas. Memorandos importantes furam a fila para a alimentação coletiva. Afazeres amontoados aos baldes em cantos. Escuridão que engole de insetos até vontades. Um cenário com movimento, um brinde cego, um aperto sonoro, uma piscada melada e todos os atores de um circo desfeito cantam sem fim. Pupilos dilatados, riscos incompletos, cardíaco novato e uma porção mágica de neve tropical. Um latido ecoa, um verso escorrega da flâmula, um gole rimando com o infinito e um desenho do amor. Uma foto queimada, lágrimas manchando uma carta, lápis quebrado e uma ponta perdida de uma aflição. Um credo, uma oração de simpatia, uma promessa quebrada e um sonho tão perfeito que foi inacabado. Um beijo perdido em uma noite de chuva rápida, semanas de silêncio sem lembrança alguma e o vazio de agora. Fomos embora e o Adeus não acenou pela janela de vento na estrada conhecida...

maio 04, 2012

De uma ideia vespertina...

Essas mãos tremem porque sabem da verdade, sabem da realidade que você acabou forjando para partir do meu mundo. Doce vidência que já me assoprava no início deste frio particular. Não houve nenhum sussurro desta vez, não houve as páginas que tinha me acostumado. Eu mudei a estrada e esqueci os meus muros, quando resolvi abri-lo eu quis tirar a poeira dos meus sonhos. Reescrevi todos meus futuros desejos com nova personagem. Readaptei tudo isto a uma nova realidade e ritmos novos que entravam da clareza do último ano. Começou e terminou comigo perdido na noite, redesenhando tudo o que me fosse possível e tentando rearranjar as letras antigas. Mas você se foi como os detritos comidos pela terra. Você se foi e eu só posso deixá-la seguir para alguém que se abaixe em seu pé e a faça a rainha de um reino que eu nem imagino...

maio 02, 2012

Pouco a pouco você acaba descobrindo…

Um revés na vida é a sombra de uma realidade correta que foi ignorada. Nada mais é que uma correção de curso. Dolorida, complexa, tensa e mágica. Recheada de utopias e congressos amedrontados. É a luz da lua que te acorda no meio de uma manhã, banhando todas as partes e te fazendo enxergar mais do que um par de lentes consegue convergir. O que é uma derrota quando se quando perdemos um amor, temos seus momentos para eternizar em escritas sentidas? O que é uma perda da vida, se o perfume embala sonhos e folhas de calendário afim? O que pode ser considerado um erro se o amor é algo infinito e renovável, algo que não percebemos e fazemos mal uso de seu nome? São aquelas tantas imperfeições enfileiradas perfeitamente para cumprir o papel de te dar uma vida nova. Um novo suspiro de possibilidades que te farão correr para a próxima página de versos...

abril 24, 2012

Inspiração que não me fez mais voltas...

Perambulo em círculos viciantes nestas estreitas conhecidas. Já estive por aqui, meu perfume é neutro, mas fica aglomerado ao sinal soado. Vivo apenas para lembrar o jeito dela se aproximando, vivo apenas para lembrar o doce lábio mirando nos meus e dos beijos que dissemos ser novos e especiais. Vivo apenas disso, mas não tenho mais a inspiração que antes dirigia minha mente a ferozes lugares. Não tenho a inspiração para transpirar a névoa matinal de outono. Não tenho mais a plenitude de ter uma inspiração que me acordava poetizando, ritmada e completa, palavras e frases soltas que me banharam. Agora vivo na seca de momentos harmônicos, vivo paralisado sem um som e mudo sem um toque em meus braços. Vivo na angústia de você notar, de você entender que nem tudo aqui é um presente, mas que tudo aqui pode virar um futuro, um futuro que faça minha inspiração em você voltar.

abril 18, 2012

Quero pensar cada vez mais em você…

Eu penso em suavizar as nossas extremidades, em tecer um comentário tenro que te faça suspirar com um sorriso matinal. Eu penso em aprender a desenhar sua beleza, com traços incompletos para que possa buscar, cada novo dia, um novo passo para a plenitude. Eu penso em contar a nossa história e recheá-la com as pétalas de capítulos que os anos se puseram a podar. Penso inclusive em te transformar em poesia, aprendendo o ritmo certo de cada olhar, de cada toque e de tentar transcrever o sabor do seu beijo primavera para que rime com todas as palavras que estiverem ali. Eu penso na coragem para eternizar nossa união, penso em fazer sorrir com a chuva de inverno, penso em fazer acalmar o sol escaldante do verão. Eu penso em te amar para sempre e mesmo que o para sempre não exista, te amaria hoje e quando acabasse este hoje, eu continuaria te amando, cada vez diferente, cada vez mais, cada vez mais intenso, até que tudo o que penso fique pequeno demais para a realidade...

abril 16, 2012

Sem uma boa noite você escolheu...

Eu choro porque tentei, eu choro porque eu pintei um caminho pelo menos correto. Eu choro porque eu te entreguei minha vida, em forma romântica, para desfrutar de algo verdadeiro que passou pelos anos de maneira mágica. Eu choro porque sei que você estava com tudo isso no momento que decidiu seguir nas suas escolhas. Você tinha meu coração na mão, você tinha tudo que me importa. Eu fiz meu esforço, sorri com a alegria que me contagiava, esperei pela sua atenção, esperei pelo fato simples de continuar uma história, eu quis conhecer melhor a mulher que estava à frente dos meus olhos. Mas nada adianta, deve ter sido o brilho latente, as mãos que não paravam, a ironia contagiante ou até mesmo era o fato de eu ter algo grandioso demais para o momento... Eu choro porque não deveria ter traçado seu nome em meu concreto.

abril 15, 2012

Sempre fomos de tempos curtos…

Podemos conversar sobre as palavras não ditas pelos olhares. Podemos tecer comentários sobre o sabor de um toque de outono. Podemos orquestrar uma nova maneira de beijar o futuro... Mas eu me perco. Por culpa do sono, por culpa de uma beleza irretocável, por culpa de ter culpa e me culpando pela timidez que me transpira o coração. Poderia ter sido perfeito, mas a perfeição é redesenhada a cada novo segundo, sem que nunca consigamos experimentá-la totalmente. Eu redescobri o caminho, eu brinco com as palavras ordenando as sílabas e todas pertencem ao seu nome e seu perfume. Se não fosse essa razão suprema, seria a redundância de falar que é apenas sobre você. Eu fechei um capítulo entregando suas obras aos ventos da noite. Eu fechei uma espiral que nunca sonhei ter um fim. Sem querer eu conheci uma nova pétala, uma nova explosão e sem querer realmente eu deixei todo o seu brilho me paralisar e me guiar por uma estrada que eu não esperava cruzar novamente...

abril 09, 2012

Do quanto tempo levaria...

Eu queria orquestrar uma fuga. Uma fuga solitária e sem planos. Aquela fuga de episódios infinitos e que fosse alimentado sobre o único propósito do viver. Eu queria não ter volta e cruzar todos os horizontes. Não ser marcado pela falta e sim pela ansiedade de se ver mais um pôr-do-sol contigo. Não foram muitos, mas já são alguns. Uma fuga ou uma jornada em busca de algo completo, se é que o completo existe. Quanto tempo este mundo me sustentaria antes de acabar? Qual seria a sensação de sentir o mar imenso nos invadir? Qual o sabor da pétala que levas na mão e é o teu perfume? Queria fugir para te ter como poesia viva, como um livro, onde o início, enredo e fim seriam apenas você. Com verbos, orações e capítulos recheados de você. Da minha mais perfeita epopeia que de tão longe, só me faz querer sonhar com o perto e o infinito de possibilidades que poderiam se tornar verdade...

março 31, 2012

Águas famosas fecham as cortinas…

Fecham as cortinas de um mês de verão que termina outono. Um mês - que por ser o meu mês, foi sempre símbolo extremo na odisseia da vida. Um mês que me trouxe presentes de passado e de futuro. Março se encerra com uma valsa melancólica e alegre, finita e bem passada. Não consigo ainda enumerar os seus pontos especiais, nem consigo enxergar os tracejados simbólicos. Disto posto, o ano começa com engrenagens novas e mais velhas de idade, com mais pureza e mais perto do fim que ontem. Como sempre. Março se encerra com ecos de felicidades e de marcas vividas. De um beijo lindo até complexos enigmas. Quebro a taça para utilizar uma metáfora perdida, desfaço laços que me prenderam e continuo ao caminho cativante. Com a escuridão ainda, caminho sem saber a direção que tomo, mas certo de que o caminho escolhido será proveitoso. Março se fecha junto ao verão, junto as promessas soltas, junto as madeixas caídas e mais junto de mim do que eu poderia imaginar...

março 26, 2012

Uma carta ao mar do futuro...

Esta carta eu envio para uma data desconhecida. Uma data que os anos pesarão de uma maneira singular e os nossos olhos se encontrem novamente. Não sei dizer a trilha que embalará o dia, não sei dizer se os mesmos acordes serão conhecidos e se todos esses versos, inspirados em músicas, serão lembrados... Eu sei que, daqui a um bom tempo, o seu sorriso vai preencher o ambiente e o seu toque vai me guiar pela escuridão. Sei que daqui a uns bons anos, tudo isso fará sentido. Provavelmente eu dê risada sobre minhas atitudes de hoje, provavelmente lembraremos de um tempo perdido e como tudo fez um sentido infantil em nossa vida. Um dia iremos nos encontrar e se não selar este momento com um beijo, pelo menos um abraço fará sentido. Se não tiver a sua mão próxima da minha, um toque completará sua função. Eu espero que um dia eu consiga não contemplar a noite da mesma maneira de hoje, que possa dormir para sonhar sem medo do platonismo. Eu mando essa carta com a esperança que, em um dia qualquer, eu tenha novamente a mesma sorte de ter você perto de mim...

março 21, 2012

Retornou década virada…

Houve um leve toque, uma olhada despercebida para trás e um sorriso no rosto. O mesmo toque que há anos me fazia tremer voltou diferente. Voltou mostrando uma nova mulher e não aquela menina que me fez perder o rumo pela primeira vez. O sorriso pode ser o mesmo, mas já carregam uma vida atrás dele. Eu desacelerei e não me importei com caminhos longos ou horários. Por um instante o mundo desapareceu frente aos meus olhos e o único ponto de luz era aquela menina-mulher que reapareceu em minhas trilhas. Eu a deixei para reviver memórias. Eu a deixei para tentar raciocinar voltas, versos, sentimentos, noites longas, sonhos diversos e músicas que tentei encaixar em uma possível história, mas que só depois selaram e simbolizam uma volta ao passado. Naquela noite a música foi só uma minúscula vírgula de importância, pois eu tinha em meus braços a primeira pérola da minha vida...

março 19, 2012

Cativas teu tempo e passos...

Em letra borrada as inscrições deixavam claras as propostas. "Seja atento, pois o essencial é invisível aos olhos", com uma letra trêmula, mas que passava a certeza de tanto sofrimento que se transformou em batalhas. Ao lado do papel, foi possível avistar liras e juras com diversos amassados. De alívios pela liberdade e os leves que apenas iriam desfrutar da chance. Mas quem escreveu já havia partido e não tomou nenhum dos caminhos mostrados. Quem escreveu já havia quebrado muitas promessas e abandonado muitas oportunidades. Quem escreveu aquilo já havia entendido o que é essencial e parou de buscar. Quem escreveu aquilo não queria mostrar nenhum caminho aos navegantes, o que ele queria era uma volta atrás, retomar velhos passos, cumprir as velhas promessas e jamais se esquecer do brilho do amor e da leve felicidade... Da coisa mais perfeita de se ter uma rosa para cativar e para morrer.

março 13, 2012

Deixo este capítulo para sempre…

Guardo um capítulo deste livro entediado, recheado de “porém” e “afins”, para a parte que juro relembrar e guardar todos os trechos de promessas, o refrão perdido, a rima pensada, o sonho transcrito, as doses bebidas, as cartilhas de amor, o soneto sem fim, cada primeiro momento, cada promessa quebrada, cada lágrima solta, cada suspiro de fim, cada noite passada, cada dia que chegou cedo, cada gole angustiado e tudo o que seu nome e sua vida desenharam em mim. Este capítulo é para ter um fim rápido e incolor, mas as suas marcas em mim serão eternas...

março 08, 2012

Cuidando de roseiras e não baobás...

São pétalas de esperança, de um toque adocicado e tato de veludo. São pétalas que nascem com brilho e se vão com a certeza do infinito. São pétalas que começam com esperança, mas escorregam na vida e desenham um fim totalmente credor. São pétalas que precisamos em nossos passos, em nossos dias e em nossos sonhos. De pétala a pétala começa a formar um buquê leve, porém completo e de intensidade úmida. Com suas diferenças, sempre tendo que arrancar daninhas e de destinos confusos com pequenos futuros. Elas têm espinhos que machucam ou fazem sorrir. Espinhos que mostram caminhos ou realidades. São flores de um jardim desconhecido, que vivemos, que pisamos, que choramos e que sentimos. Não gostamos das falsas ervas de baobás, que racham planetas e que desfiguram a nossa mania. Não queremos tudo, mas queremos o que é diferente. Diferente são as flores. São flores abstratas, que se personificam nas mais diferentes formas, com diferentes nomes e diferentes razões. Mas são flores, como a daquele príncipe, que passou por diversos planetas, mas sempre levava nos lábios e coração a flor, que ele deixou para trás e que nunca mais amou...

março 06, 2012

No meu sonho eu te beijava...

No meu sonho eu te beijava. De alegria, com os olhos, com um sorriso tão puro e intenso. No meu sonho eu te beijava. Com a saudade necessária, com a alegria de ter um abraço seu, com a emoção de te ver perto novamente. No meu sonho eu te beijava. Você contava suas alegrias de vida, suas aventuras e suas conclusões. Eu mantinha a alegria de ver novamente você especial, revivendo momentos mágicos e lembrando cada conversa, de cada ponto traçado em uma cidade maravilhosa. No meu sonho eu te beijava. O mundo parou no momento que você chegou ao sonho, as cores mudaram, os sons sumiram e apenas a sua visão importava, nada mais. Todo o resto morto. Não foi preparando o café com seus desejos, não foi acordando com um riso irônico, não foi almoçando com adjetivos extremos. Foi em um lugar qualquer, uma hora qualquer, que eu não lembro, pois nada mais importou porque no meu sonho eu te beijava...

fevereiro 29, 2012

Cadê a certeza que isto aconteceu...

E se tudo isso for uma ilusão? Se nada do que acontece em meus passos for real? Se tudo for parte de um jogo de ilusões e fantasias enfileiradas, prontas para estrearem na novela da minha própria cabeça? Se todos meus casos de amor, de derrota, de solidão, de sonhos e até de doces mensagens deixadas na pele, for um jogo de mente poderoso e que nunca sairá da parte mental? Pois se tudo realmente acontecesse, por que nada me toca e nada aproxima ao ponto cego de um beijo? Por que o hálito fresco não banha meu sono e sempre é algo frio e invisível? Por que as imagens que se formam aos meus olhos são de distância, quando tantas cores perto não possuem vida? Se os sons não existiram e todas as mensagens recebidas não possuem remetentes, qual seriam os resultados dramáticos de me retirar os medicamentos e deixar meus olhos e meu coração se acostumarem com a frieza desta realidade? Qual seria o sabor de entender uma simples respiração e ter que viver com essa vida monocromática? Quando tudo começou e quando tudo terminou? Por que, no doce fim vespertino, uma carta borrou meus passos com a súplica pergunta que abre o texto? Como terminar ou tentar pelo menos achar essa saída, onde tudo agora parece um nevoeiro denso e sem fim?

fevereiro 27, 2012

O segundo mês é o extremo...

Troquei meu estofado cansado de tantas impurezas. Busquei o novo brilho do sol, aquele diferente e desafiador. Com novos ares e até novos amores, eu me troquei e comecei a nova jornada. No início minhas poesias pesaram, a inspiração faltava, pois a angústia e tristezas passadas, ainda tinham suas marcas. As rimas demoravam, critiquei o descuido, malquis amizades, infernizei as prosas que me vinham... Mas encontrei meu recanto. Diferente, com novos traços, mais centrado e mais polido. Consegui desmantelar as minhas antigas construções e me guiar para o novo. As críticas terminam e essas novas águas me trazem o sabor final. Fevereiro sempre foi o meu extremo, sempre foi o pavio mais curto, sempre foi o fechar janelas e desligar a luz. Que o meu março favorito brilhe em meus passos e complete a minha busca, pois não tenho um amor para cuidar, mas um amor para conquistar...

fevereiro 22, 2012

Por que foges então?

Começou uma fuga, com passadas largas e passos suados de incerteza. Era uma fuga, de um ponto qualquer para outro distante, o máximo distante daquele início. Não era bem um início, mas não havia chego ao fim. Não sabia dizer qual era este marco e muito menos as perspectiva de sua necessidade. Era a fuga, com o coração bombeando, a adrenalina produzida e o fôlego testado em quantidade. Era uma fuga, não como nos filmes, mas como na vida real que jogamos para o alto nossas mentiras e derrotas, para tentarmos um novo começo. Esquecemos que os passos são os mesmos, os trapos que nos cobrem são do mesmo tecido e as nossas dúvidas e aprendizados continuam em nosso calcanhar. Era uma fuga, mais uma de tantas outras que ecoaram no passado curto. Era uma fuga acompanhada de promessas fáceis e de fracas oportunidades. A fuga cansa uma hora, mas as meias e toda a vestimenta não são trocadas e tudo volta neste ciclo débil...

fevereiro 13, 2012

Uma correspondência aberta...

Entre trapos e retalhos de uma vida, com fotos e imagens descritas tão limpas que pareciam o início de um outono. Trazia uma saudação simples, mas mesmo nisso, estava carregada ali a emoção certa. Letras trêmulas em certo ponto da caligrafia demonstravam o apelo correto e, ainda mais forte que isso, o tamanho da importância. Em certas passagens aquelas rimas bobas, que servem para diluir a tensão que se formava, traziam um sorriso leve para os olhos que corriam por ali. Era um acervo de momentos, enumerados como tal, totalmente paliativos à realidade. O meio foi carregado e a conclusão levou mais de meia página, com a incerteza necessária, com a alegria de se descobrir refém disso, com a simplicidade tão procurada e um ponto final que parecia desenhado em completa perfeição. No lixo jaz uma carta de amor, um bloco tão pesado do sentimento mais correto existente e lançado à sorte de um destino qualquer. Algumas pessoas simplesmente não conseguem entender a força de amar, acham que sua bolha é muito perfeita para se gastar com um sentimento tão impossível de entender... A solidão ensina mais do que uma festa repleta de ignorantes que nunca vão saber o verdadeiro sabor do amor.

fevereiro 08, 2012

Coberta de retalhos em fogo vivo...

Passos contados de uma caminhada no sufoco. Tarde branca opaca, com pássaros rabiscados de rosa. Início de estação, curvas acentuadas e sede perpétua. Traços completos de brigadeiro, prazos vencidos de não perecíveis. Estatuetas roubadas do acervo, irritações pelo pó da fábrica que exala o trabalho. Um sono fresco de uma tarde perdida, sonhos pipocando em olhos abertos, angústias leves trazidas pela farra. Pagamentos realizados, telefone que não toca, chamada rejeitada e saldo completo. Tem feira, tem para quem queira, tem a esteira e tem a saladeira. De casos e acaso, tenro amasso, doce enlaço e tudo complicado. A morte pelo candelabro, a silhueta do calcário e a página rasgada de calendário. A verdade que hoje é sexta-feira inacabada e o desfile começa pelo fim e sem hora para acabar...

janeiro 31, 2012

Um trovadorismo clássico…

E a pergunta foi lançada como chama: "E se você vivesse sem o infinito da descrição?". A garganta secou no momento da resposta, as mãos tremeram, os olhos perderam o foco e o chão pareceu sumir perante o horizonte. Se me tirassem o infinito, como eu iria sobreviver? Como eu teria o encontro de imagens que se transformam em linhas, que viram estrofes e depois terminam como rimas ancestrais? Como eu teria o sabor de um beijo, que personifica uma joia, que é lançada pelos mares, que é enterrada como tesouro e só consigo descobri-la através dos meus sonhos? Como eu poderia brincar com palavras, com objetos inanimados, com tintas escuras e borrões claros? Não teria a abstração companheira, não teria a paixão queimando meus sonhos, não teria o platonismo regando este imenso jardim e teria meu quintal desfigurado. Não teria um caminho para seguir, não teria nada... Mas limpei a garganta e respondi: "Seria o poeta do novo, do acaso, do estribo mais chocante e do irreversível caminhar. Cantaria em novos ritmos e faria novos sonetos. Tudo, tudo e tudo pela simplicidade de amar e mover meu corpo, para o desconhecido encontro da morte em vida, do amor no suspiro mais cadente e de ver pulsar um sangue que só é meu pela força absurda de sonhar".

janeiro 28, 2012

Com seus olhos eu jamais mentiria...

E se ela me perguntar não terei como mentir minhas vontades. Não terei como encobrir meus sonhos e meus desejos por ela. Não terei como desconversar quando ela perguntar aos meus olhos se eles enxergam outro futuro sonhado. Como também não vou mentir quando ela perguntar se meus versos não se inspiraram nela, pois todos são sobre seu brilho, seu jeito e minhas lembranças, mas se banham nesta solidão repentina que me fere a cada instante. A mesma solidão que me enclausura, me traz as belezas de rimas e imagens poéticas. A mesma angústia que me acorda pelas madrugadas, é a mesma que acalma meu coração pensando em como seria bom o seu toque e sua presença colada em minha mão. A mesma ponta final que me cala e me lança na mais dolorida escuridão, é a mesma ponta que se transforma em luz e abre todas as portas da minha vida para receber este amor. Talvez um platonismo explicasse tamanho jogo de extremos, mas me cansaria de procurar esta definição em seus livros. Prefiro poetizar para minha amada, ela existindo ou não, a forma tão grandiosa que meu coração proclama esta paixão.

janeiro 24, 2012

O céu é infinito pelo fim...

Pelo fim que você desenha em seu rascunho. É o fim conhecido de uma caminhada que nunca começa. O céu é um infinito com uma equação exata, onde a vida e sua felicidade são constantes conhecidas e com valores dentro de um curto limite. Não existe a fórmula para alongar, não existem caminhos para se pegar. Não existem marcas, melodias conhecidas, significados desconhecidos, brilhos de uma mente fixa ou atalhos pintados de cores complexas. O que lá existe são momentos irreconhecíveis e com complicadas tentativas de descrição. O que existe são sorrisos abafados e boquiabertos corações desvairados de uma tempestade de verão. Existem conchas que contam histórias e que trazem a maré no seu ponto mais alto e refrescante. Existem fragmentos de vida de todas as formas, espalhados e se juntando com suas principais características. Existem os momentos desenhados, ditos perfeitos, que logo desbotam por conta do sol que nunca aparece das montanhas. Existe também, perdido em algum lugar longe de tudo, o eu e você. Aquele objetivo traçado, aquelas promessas rarefeitas e aquela história que eu desenhei um fim e antecipei a ida ao infinito. Ele está lá e um dia talvez eu vá buscar o que sobrou deste capítulo perdido...

janeiro 17, 2012

Um dia eu vi seu aceno em meu caminho...

Eu guio pela estrada de sempre, guio com o vento em diversos estados e com cores de velocidade alternadas. Guio pelo som que me chega, guio pela liberdade mais alta. Guio no ritmo de um solo conhecido, de um conjunto de acordes qualquer e até pelo refrão batido. Guio por não ser guiado, guio para nunca encontrar e até guio para me lembrar. De fases, de praças, de paradas, de reviravoltas, de amores, de cartas, de um beijo adormecido, de um sorriso torto, de um olhar arrependido, de um abraço e de uma risada. Guio para viver e até guio para morrer. Em uma curva de guerra, na ultrapassagem estreita, no acelerar definitivo. Luzes acesas, destino conhecido, novos caminhos, uma missão e um amor que pulsa toda uma inspiração. Foram centenas de vidas guiando para resumir, a pequenas palavras, o desejo que ficou perdido naquele ponto que já nem lembro mais que existiu. Tudo aquilo se perdeu como promessas fracas, beijos secos e enlaces corrompidos nos caminhos que já guiei.

janeiro 13, 2012

De uma reviravolta triste...

Uma brisa amarela me banha como o sol. Os sonhos começam a se dissipar, mas você ainda pertence à minha mente. Te vejo, te sinto, em tudo. Na falta, na distância, no não estar e neste silêncio. Acordo e vejo ao lado sua parte esticada e envelhecida por um tempo distante. Hoje vejo que tudo se foi como um pó delicado. Hoje eu me questiono se alguma vez você esteve aqui por perto ou se foi apenas uma doce ilusão de um perfume tão parecido que se personificou em mim. Hoje eu já me perco nos questionamentos se deveria ter te amado tanto quanto minhas poesias falaram. Hoje eu só queria ter um abraço completo, algo que me fizesse sonhar de olhos abertos e lacrimejar uma vasta dimensão. Hoje eu só queria um aperto de mão para pelo menos lembrar qual seria a cor que ficaria em mim após seu toque. Hoje eu só queria acordar sem o grito costumeiro de todas as manhãs...

janeiro 06, 2012

De tanto lembrar eu quis te esquecer...

Lembrando as estrelas que soletravam seu nome todas as noites que passava admirando este infinito. Lembrando os gostos acres alcoólicos que me guiavam por frases soltas, ritmadas e com rimas tão fáceis que colavam no meu coração. Lembrando toda aquela espera por algo que nunca aconteceu, uma ligação, um beijo roubado, uma dança descompromissada ou um pedido de amor. Lembrando seu brilho encantador, você bela correndo com a brisa perfumada, com a delicadeza certa do momento. Lembrando cada vez que fitei a escuridão, buscando razões, traçando caminhos e planos com tanto sucesso, que viraram fracassos. Lembrando como era fácil descrever, como meus olhos enxergavam a beleza pura de algo que não existiu. Lembrando tanto, cada parte da maneira certa, que passei a acreditar que tudo não existiu e que não passou de um sonho completo, de algo que te tira o fôlego, mas te retiram as memórias. Se eu tivesse um último pedido, este seria para apagar todas as suas lembranças de mim e todas as marcas que você deixou em meus braços estendidos para o canto vazio.

janeiro 04, 2012

Dos doces deixados ao sol...


Deserto seco e repugnante. Cheiros confortáveis buscando um tato diferente em meu coração. Envenenado por horários inversos, que bailam em preces de meia idade, uma marca perdida no salão principal que saiu de cena cedo demais, perdendo o espetáculo como uma fumaça. Uma limpeza em meus pulmões aconteceu no momento que deveria ser certo pela última vez. Um momento de clareza é varrido da minha mente, como uma salva de palmas surdas e as vaias tomam conta de minhas poesias, meus pesadelos se encarregam das minhas muitas últimas chances. Eu tentei te ligar, mas os números voltaram para o pó inicial, sendo sugado pelo aspirador de porcelana que vive pendurado na parede do telefone. Tchau, adeus, até mais e espero nunca mais te ver foram as promessas rabiscadas atrás de uma fotografia sem um rosto desenhado. Esperei que a próxima canção me trouxesse lembranças que nunca aconteceram e me contasse uma história que não fosse documentada. Faça-me girar por planetas buscando apenas a faísca que me transformará em um mendigo de atenção. Vários papéis para um mesmo rosto fazem o cansaço principal esbofetear a sanidade e a televisão está ligada novamente no mesmo canal estático...