agosto 28, 2011

O mundo na frente pode não existir...

Iniciou com um brilho de intensidade distinta. Terminou com o silêncio impossível. Tiveram toques e sorrisos leves, tudo isso preso em uma masmorra de necessidade. Terminou com o silêncio ignorado. Houve sinais de adoração, leves suspiros no rosto e tensa agarração. Terminou com o silêncio incompreendido. Poderia enumerar e descrever inúmeras imagens destas paisagens que ocorreram, poderia adjetivar o mesmo final de diferentes maneiras. Poderia honrar com meu compromisso poético e fazer de tudo isso uma reticência e um pedido de amor, mas falho no simples tato de tentar algo diferente. Falho no simples pensar que aconteceu algo, além de um sonho de cama quente. Com tantas falhas, impossibilidades e sorrisos imaginados, que não consigo compor um retrato, fico a desdenhar da sorte, do momento e da vitória vespertina. Um grito qualquer, tem todo um eco por detrás que muitos não conseguem entender. Meu olhar é um pouco perdido, nos passos feitos na avenida de algodão, porém com palavras me faço querer perdido, para tentar encontrar um sentido. Eu não sei o que aconteceu, mas um gosto indescritível me acordou hoje, me lembrando de algo que nunca existiu.

agosto 25, 2011

Por isso que é puro…

Engana-se quem pensa que tudo se resolveu no estandarte. Faltaram alguns detalhes principais, algumas velas acesas e um pouco daquele tempero universal. Mas da falta, fez-se uma gigante arbitrariedade. Dos tropeços seguidos, uma paixão ardente. Do silêncio, do não querer saber, do pouco se importar, surgiu aquela melhor companhia. O mundo não é sempre dos melhores, é preciso olhar a curva mal feita para entender algumas razões fugitivas. Se pintei de céu o seu futuro, também bronzeei de infinito o meu caminho. Com os gritos presos na garganta, batidas no peito de coragem e um leve suspiro de infelicidade, eu fiz minha vida valer a pena. Eu criei o amor impossível, pelo refrão que sempre foi ignorado.

agosto 22, 2011

Eu sempre soube que era você…

É uma paixão, é uma tormenta, é um furacão e é da crueldade. São olhos que brilham. Olhos que sorriem. Olhos que marcam passos e paralisam uma história. É o convite da nobreza, um abraço de malvado, a carta mal encaminhada e o alarme que canta uma canção. Eu sei como fazer as mãos me encontrarem. Sei como fazer o ar faltar na hora certa. Sei até como te dizer as palavras, que rimam e lacrimejam os olhos. Sei de tudo, pois aprendi na surdina do sofrimento. Aprendi ao ler a história naquela ruela. Na que pisei no vinho derramado, que ouvi os lentos lamentos e indecifráveis desenhos na laje batida. Eu sei porque olhei para os meus lados e soube a hora certa de fazer a redondilha. Tudo tem um preço, alguns levaram a mais, outros pagaram de menos. No fundo, todos saíram no prejuízo, pois perambulam perdidos com pessoas ao lado, na falsa e ingrata ilustração de felicidade... Eles não sabem, eu sim.

agosto 18, 2011

Dona da minha alma…

Um risco inocente com os primeiros raios do dia. Uma flor quebrada pela ação da vida. Um moinho parado, um motor de arranque sem força. São mais do que simples imagens que brotam em meu rápido caminhar. São mais do que aquelas próximas laçadas de mão. É muito mais do que eu posso escrever sem lira ou vontade. Confuso nesta névoa me englobo, solitário e doente, em um plástico incolor e sem vida. Exatamente para me sufocar e achar significados em palavras antigas. Em achar beleza nas mãos que nunca vieram a mim. Em achar, nas tenras linhas de saber, o meu caminho perdido. Eu me sufoco para achar você, dona do sempre. Do meu e do seu sempre. Sem nome, sem passagem e sem cicatriz. Sem traços ou relva, sem brilho ou casaco, sem perfume ou penteado. Eu caminho procurando algo que talvez tenha ficado naquela distante esquina... Talvez eu saiba como fazer... Talvez minha poesia saiba...

agosto 11, 2011

A lista continua crescendo...

Falta um sorriso, um sorriso simples. Daqueles bem simples mesmo. Livres e soltos, que bordam nosso rosto em tenra perfeição. Sim, falta um sorriso. Falta um abraço descompromissado no início da tarde. Falta aquele alívio, tonto, no final de um problema. Faltam coisas que eu também não sei mais. Falta o desconhecido e o sonho que não se realiza. Falta um braço estendido, um beijo roubado, um resto de risada e até mesmo uma piada conhecida. Sinto tanta falta que não posso mais dizer que é da solidão, pois ela se foi. Falta um motivo, uma razão e até mesmo um tufão de verão. Faltam rimas melhores, versos menores e a poesia gritar no vácuo de um desejo interrompido. Falta tudo isso, mas não falta nada. É só pegar o envelope, abrir e contemplar todo um oceano revolto perdido de fotos passadas. Ali está e aqui falta. Ali tem e aqui falta. Ali vida e aqui falta. Não deveria estar lá, nem em um minuto. É para eu estar aqui, vivendo tudo ali e com a certeza do final do inverno quente...

agosto 04, 2011

O outono na crescente do lado inverso...

É uma linha a seguir, um trajeto rarefeito. Esquecido de passado, recheado de incertezas seladas de um futuro. Antes onde havia apertos de mão e abraços laçados pela falsidade, hoje é a realidade do frio, do escuro e da certeza da mudança correta. Os nomes se vão, outros deixam de existir, alguns ecoam em conversas de rádio, mas não trazem mais sentidos. Havia alguma coisa ali e aqui, cá e detrás, ajeitada e finita. Existia, mas se foi. Tento esquecer o amanhã e vejo doces risadas brotarem por aqui. Sim, talvez o outono tenha deixado marcas longas em mim. Mas foi em outro continente que mudei. Foi em outra estrofe perdida e sim, foi com outro sal. Hoje esqueci as antigas coleções de momentos, as fotos não brilham como deveriam e os goles são de gostos diferenciados. Hoje está frio, mas ainda estou quente da mudança. Se você se foi, a pena é só sua... Eu continuo e continuo para sempre.

agosto 01, 2011

É a força de um vento…

É o vício que dita seus passos, neste corredor de oportunidades onde não existe vencedor, apenas habitantes de dialetos. É uma jornada sem cor, mas distraída. É um jargão utilizado sempre esquecido. É a figura quase magistral de um buquê aberto com flores de vidro. Perdeu-se a inocência de finais perfeitos. Ficou um mundo enjoado de perfeição e felicidade. Mancharam a revolta, calaram o sinalizador e fez marchar toda uma tormenta homérica. Sim, sem vencedores o mundo se pôs a andar solene. Os lugares mais baixos eram cobiçados, as fileiras aumentavam e os buracos ficando cada vez maiores, ficando cada vez mais profundos e sem sonoridade alguma. As imagens se perderam e as linhas foram se acabando desta nova futilidade poética. Como um passe de mágica infantil, eu transformei em mundo, de revolução e nova cultura, um coração despedaçado e cansado de amores fáceis de esquecer, de promessas de vento e falsas entrelaçadas de paixão.