As doses confundem a estrada que trilhei. Os olhos possuem a expressão tensa do nervosismo da noite. As estranhas linhas que se formam, chegam a um lugar perturbado demais. Os joelhos torcem por liberdade da razão. Seria amor se tivesse um orvalho virgem. Seria amor se possuísse um enredo qualquer. Seria amor se discutisse as verossimilhanças de um toque com o sol baixo. Seria amor se eu pudesse transformar em soneto livre, se pudesse rimar as pontas soltas dos beijos, se pudesse esticar os minutos juntos e se pudesse trazer de uma volta completa o seu peito aberto. Seria amor se não tivesse tudo tão longe do necessário...
outubro 28, 2012
outubro 27, 2012
Tudo foi tão perfeito até…
Era um casamento no outono. Sempre tive a certeza que os melhores casamentos são no outono. A estação do ciclo, da renovação e de todo este entusiasmo do "começar de novo", sem um alarde, sem um pingo de alegria, mas com a energia do novo. Você estava lá e brilhava como uma pérola descoberta, uma infinita tormenta de beleza que fazia meus olhos lacrimejar de alegria, mesmo de preto seu brilho era absoluto. Você veio ao meu encontro, pousou sua mão em meu peito e com poucas palavras me beijou. Tudo era tão perfeito, tudo tão mágico e o mesmo sabor de antes me invadiu completamente. Até a hora da gravata. Você me olhou tão pura e disse: "Por que não veio com a gravata que te dei de presente?". Mais uma vez tudo sonhado e tudo perfeito. Mais uma vez com o gosto certo e quase infinito. Tudo isso não passava de mais um sonho com a realidade da distância e do silêncio me presenteando ao abrir os olhos. Mostrando que o único refúgio era sonhar contigo...
outubro 23, 2012
Pedaços que formam uma melodia...
outubro 20, 2012
Nas curvas eu sabia o que encontrar...
Um brinde ao medo, ao desconforto de te fazer tremer. Um brinde ao caos interno, a rebenta sede de mudanças. Um brinde ao amor não correspondido, as cartas mentalmente assinadas e aos poemas em fotos coloridas. Um brinde aos risos perdidos, aos goles do excesso e as faltas de lembranças que deprimem no instante. Um brinde relembrando os passos não dados, as chances perdidas e ao telefone antigo... Um brinde ao beijo que nunca existiu, o pedido que nunca saiu e ao convite pra felicidade que nunca teve a cor da realidade. Um brinde ao relento salvador, a estrada que nunca parece terminar e ao vento que te faz acordar na morte de mais uma desilusão. Um brinde à vida, pois sem ela a poesia seria feita sem fatos, sem sangue e sem nada palpável. Sem ela as linhas seriam brancas de história e tudo seria vazio, sem sentido, sem o que buscar ou lutar...
outubro 15, 2012
Caindo na linha...
Diga-me o que acontece se te deixar por aqui. Se te deixar no orvalho do sereno, nos ventos matinais das pétalas que brande todo seu amor. Diga-me o porquê de sentir tanto medo, de sentir o frio mesmo no verão e de se achar tão descuidada na multidão. Você poderia escrever sua história, reinventar seus caminhos, reescrever seus antigos contos e sem se preocupar com o ontem de tantos dias... Você poderia correr o quanto quisesse. Poderia gritar das montanhas às planícies do gelo se assim desejasse. Mas, você se calou e baixou a cabeça. Você deixou seus maiores desejos, por erros singulares de uma vida ditada pelas tristezas da sociedade. Você hoje tem o cardápio cheio de opções, mas desconhece todos os gostos que os pratos possuem... Eu não ligo para seus olhos vagos, eu saí por aquela porta e fui ser novamente o poeta que não me deixavam ser...
outubro 04, 2012
Efeitos subversivos em um conhaque velho...
Na certa proporção desenhada existem as parábolas de ensinamentos cordiais. Existem os cumprimentos matutinos que encantam as donzelas do riacho. Há as proporções vermelhas de um extinto feriado celebrado pela dúzia macabra. A informação beira o vislumbre, mas é descascada com desdém pela folha que a guarda. De bom e ruim os ruídos avançam na marcha de protesto por algo fútil e promessas de um amanhã florido. A estrada aparece, mas o hino encanta uma menina que escrevia seu livro. A estrada aparece e convida, mas o efeito vai passando aos poucos e as corem param de dançar. De pílulas até cartelas, de nomes engraçados ao medo extemporâneo, o conhaque convida mais uma rodada e o sorriso no rosto diz muito mais do que as informações da carteira na esquerda...