janeiro 24, 2011

Em porçoes certas de sentimentos...

São fotos que esparramam momentos belos, são simples estatuetas com sorrisos infitos... São enlaços que forjaram uma eterna construção... São cores que, de tão vivas e tão completas, facilitam o entendimento do amor. Pudera eu tocar nessas fotos e voltar ao tempo delas. Pudera eu corrigir um qualquer detalhe perdido... Pudera voltar atrás e refazer novamente as promessas de eternidade... Pudera eu ter mais concretas essas lembranças de alegria. O presente é cinza, abafado e complicado... O presente é fruto de todas os passos antes feito, o presente é este que ao invés de contato, cheiros de lembranças, ao invés de um abraço de conforto, angústia pelas mãos tremulas... O presente é esse em que eu tenho poucas necessidades, mas que completariam a minha vida... O presente é esse em que sonho o que antes era real. Eu precisava ouvir de amor, eu só precisava de umas palavras, rimas soltas no vento, um abraço e aquele brilho todo especial... Eu precisava de você aqui.

janeiro 23, 2011

Talvez tenha uma falta sua em mim...

Os acordes limpos e acústicos emergem plenos no espiral em alguns quilômetros. A melodia me transborda para nomes de significados diferentes, porém um único sorriso. Seu e só seu. Responsável por boa parte do meu riso por tempos inimagináveis, responsável por algo tão surpreendente quanto real. Trocadilhos e junções abstratas de algo que tinha um futuro incerto... E deste incerto, se fez um silêncio. Cantei-te e poetizei palavras copiadas de algum artista perdido e conhecido. Rimei-te, em nossas andanças, todo o desejo surreal que nutria em mim o teu nome e tua presença. Com você fui completo e alegre, fui aquele querido e soube ser odiado. Porém seu doce e suas curvas nunca me abandonaram... Você me deu, uma vez, um presente que dizia "Que não passa de ilusão" e continuava, em outra parte, dizendo "Ilha adentro, noite afora"... Deste sempre, é nossa união, é o nosso momento, são as nossas canções.

janeiro 19, 2011

De partes partidas achei um inteiro...

Uma centelha completa de chamas vivas. Um mar vivo de cores, de perdidas inspirações e esquecidos significados. Tropeços de cartilha, pétalas descoloridas de tempo, espaço contínuo e emaranhado. Galerias diversas com a utopia silenciosa. Teclas que nada mais significam, juras espaças em um universo recheado de vácuo. Nada mais permite a existência, nada mais existe neste complexo momento. Olho ainda para as folhas esparramadas, as folhas que berraram tanto de mim e hoje silenciaram em amarelo desbotado. Passei muitas chuvas, tempestades e um único sol destruidor. Passei por tudo isso e ainda acho que faltou começarem aquele espetáculo diferente. Eu fiquei aqui trancafiado pela ilusão de que eu era único. Trancafiado por garras inexistentes de ironia e falsos beijos... Mas o pior foi ter idealizado você.

janeiro 13, 2011

O que era talvez tenha acontecido...

Eu era descrente em um ninho montado. Era um cego poético, com meias palavras soltas, sem rima ou anedotas, em meio a pétalas de prazer. Era um daninho sem história, que respirava por osmose e não sentia nada além da normalidade. Então me cortei com abstrações indevidas, com passos largos de um rouxinol em conto de fadas. Sangrei um acre veneno cor de destino, sangrei aquelas indefinidas canções esquecidas e infinitas... Sangrei para uma morte lenta e, como não sabia o que era o viver, foi indolor. Desmanchei o buquê das promessas, poetizei um cartão de visitas inexistentes e comecei a rimar o inconsciente. Entre cavernas e penhascos, entre chuvas e granizos... Criei o inevitável, o maléfico, o imperdoável e o santificado. Juntei conjunções destruídas, preposicionei os amargos extintores de vida... E quando, em escala menor e disjunta, consegui respirar pela primeira vez, avistei ao longe a bela de branco, o sorriso encantador, os olhos brilhantes e o perfume suportável... Algo concreto, que com olhos enxergava e nem com a mais doce e profunda inspiração, conseguia rimar abstrata. Ela existia, era real e se movia, delicadamente, sempre ao longe... Passei sempre a observar e ali, com minha respiração, comecei enfim a amar...

janeiro 10, 2011

E foi infinito até acabar...

Certo dia acordei e gozei poesias sobre ti. As rimas e construções poetizadas me lembravam tanto teu olhar, tanto tua leveza... Meus olhos cintilaram de lembranças amenas, abafadas pelo teu doce respirar. Eram tantas poesias! Tinham pouco da forma conhecida, tinham pouco daquele leve orvalho romântico... Mas tinham meu amor, em cada palavra, cada abstração que ninguém entendia, cada cenário que descrevia com o pouco, cada suspiro que encontrava na lira perdida, seu principal afeto. Um corredor móvel completamente tumultado, mas sentimentalmente rigoroso. Uma colheita de grãos que nunca poderia ser plantada novamente, apenas uma vez com o seu sabor infinito, somente uma vez com seu brilho de seda, somente uma vez com seu néctar dos deuses. O amor só existiu naquelas palavras, naquele tempo, com os olhos lacrimejando a principal verdade... Aquela que até hoje não consegui respirar, que tento não sonhar e acordo ao começar, a que não consigo mais mentir para meus sentidos... A verdade que eu não amo mais ninguém.