março 31, 2012

Águas famosas fecham as cortinas…

Fecham as cortinas de um mês de verão que termina outono. Um mês - que por ser o meu mês, foi sempre símbolo extremo na odisseia da vida. Um mês que me trouxe presentes de passado e de futuro. Março se encerra com uma valsa melancólica e alegre, finita e bem passada. Não consigo ainda enumerar os seus pontos especiais, nem consigo enxergar os tracejados simbólicos. Disto posto, o ano começa com engrenagens novas e mais velhas de idade, com mais pureza e mais perto do fim que ontem. Como sempre. Março se encerra com ecos de felicidades e de marcas vividas. De um beijo lindo até complexos enigmas. Quebro a taça para utilizar uma metáfora perdida, desfaço laços que me prenderam e continuo ao caminho cativante. Com a escuridão ainda, caminho sem saber a direção que tomo, mas certo de que o caminho escolhido será proveitoso. Março se fecha junto ao verão, junto as promessas soltas, junto as madeixas caídas e mais junto de mim do que eu poderia imaginar...

março 26, 2012

Uma carta ao mar do futuro...

Esta carta eu envio para uma data desconhecida. Uma data que os anos pesarão de uma maneira singular e os nossos olhos se encontrem novamente. Não sei dizer a trilha que embalará o dia, não sei dizer se os mesmos acordes serão conhecidos e se todos esses versos, inspirados em músicas, serão lembrados... Eu sei que, daqui a um bom tempo, o seu sorriso vai preencher o ambiente e o seu toque vai me guiar pela escuridão. Sei que daqui a uns bons anos, tudo isso fará sentido. Provavelmente eu dê risada sobre minhas atitudes de hoje, provavelmente lembraremos de um tempo perdido e como tudo fez um sentido infantil em nossa vida. Um dia iremos nos encontrar e se não selar este momento com um beijo, pelo menos um abraço fará sentido. Se não tiver a sua mão próxima da minha, um toque completará sua função. Eu espero que um dia eu consiga não contemplar a noite da mesma maneira de hoje, que possa dormir para sonhar sem medo do platonismo. Eu mando essa carta com a esperança que, em um dia qualquer, eu tenha novamente a mesma sorte de ter você perto de mim...

março 21, 2012

Retornou década virada…

Houve um leve toque, uma olhada despercebida para trás e um sorriso no rosto. O mesmo toque que há anos me fazia tremer voltou diferente. Voltou mostrando uma nova mulher e não aquela menina que me fez perder o rumo pela primeira vez. O sorriso pode ser o mesmo, mas já carregam uma vida atrás dele. Eu desacelerei e não me importei com caminhos longos ou horários. Por um instante o mundo desapareceu frente aos meus olhos e o único ponto de luz era aquela menina-mulher que reapareceu em minhas trilhas. Eu a deixei para reviver memórias. Eu a deixei para tentar raciocinar voltas, versos, sentimentos, noites longas, sonhos diversos e músicas que tentei encaixar em uma possível história, mas que só depois selaram e simbolizam uma volta ao passado. Naquela noite a música foi só uma minúscula vírgula de importância, pois eu tinha em meus braços a primeira pérola da minha vida...

março 19, 2012

Cativas teu tempo e passos...

Em letra borrada as inscrições deixavam claras as propostas. "Seja atento, pois o essencial é invisível aos olhos", com uma letra trêmula, mas que passava a certeza de tanto sofrimento que se transformou em batalhas. Ao lado do papel, foi possível avistar liras e juras com diversos amassados. De alívios pela liberdade e os leves que apenas iriam desfrutar da chance. Mas quem escreveu já havia partido e não tomou nenhum dos caminhos mostrados. Quem escreveu já havia quebrado muitas promessas e abandonado muitas oportunidades. Quem escreveu aquilo já havia entendido o que é essencial e parou de buscar. Quem escreveu aquilo não queria mostrar nenhum caminho aos navegantes, o que ele queria era uma volta atrás, retomar velhos passos, cumprir as velhas promessas e jamais se esquecer do brilho do amor e da leve felicidade... Da coisa mais perfeita de se ter uma rosa para cativar e para morrer.

março 13, 2012

Deixo este capítulo para sempre…

Guardo um capítulo deste livro entediado, recheado de “porém” e “afins”, para a parte que juro relembrar e guardar todos os trechos de promessas, o refrão perdido, a rima pensada, o sonho transcrito, as doses bebidas, as cartilhas de amor, o soneto sem fim, cada primeiro momento, cada promessa quebrada, cada lágrima solta, cada suspiro de fim, cada noite passada, cada dia que chegou cedo, cada gole angustiado e tudo o que seu nome e sua vida desenharam em mim. Este capítulo é para ter um fim rápido e incolor, mas as suas marcas em mim serão eternas...

março 08, 2012

Cuidando de roseiras e não baobás...

São pétalas de esperança, de um toque adocicado e tato de veludo. São pétalas que nascem com brilho e se vão com a certeza do infinito. São pétalas que começam com esperança, mas escorregam na vida e desenham um fim totalmente credor. São pétalas que precisamos em nossos passos, em nossos dias e em nossos sonhos. De pétala a pétala começa a formar um buquê leve, porém completo e de intensidade úmida. Com suas diferenças, sempre tendo que arrancar daninhas e de destinos confusos com pequenos futuros. Elas têm espinhos que machucam ou fazem sorrir. Espinhos que mostram caminhos ou realidades. São flores de um jardim desconhecido, que vivemos, que pisamos, que choramos e que sentimos. Não gostamos das falsas ervas de baobás, que racham planetas e que desfiguram a nossa mania. Não queremos tudo, mas queremos o que é diferente. Diferente são as flores. São flores abstratas, que se personificam nas mais diferentes formas, com diferentes nomes e diferentes razões. Mas são flores, como a daquele príncipe, que passou por diversos planetas, mas sempre levava nos lábios e coração a flor, que ele deixou para trás e que nunca mais amou...

março 06, 2012

No meu sonho eu te beijava...

No meu sonho eu te beijava. De alegria, com os olhos, com um sorriso tão puro e intenso. No meu sonho eu te beijava. Com a saudade necessária, com a alegria de ter um abraço seu, com a emoção de te ver perto novamente. No meu sonho eu te beijava. Você contava suas alegrias de vida, suas aventuras e suas conclusões. Eu mantinha a alegria de ver novamente você especial, revivendo momentos mágicos e lembrando cada conversa, de cada ponto traçado em uma cidade maravilhosa. No meu sonho eu te beijava. O mundo parou no momento que você chegou ao sonho, as cores mudaram, os sons sumiram e apenas a sua visão importava, nada mais. Todo o resto morto. Não foi preparando o café com seus desejos, não foi acordando com um riso irônico, não foi almoçando com adjetivos extremos. Foi em um lugar qualquer, uma hora qualquer, que eu não lembro, pois nada mais importou porque no meu sonho eu te beijava...