março 22, 2010

Sobre melodias e pedras...

Me ensina a ser como você quer, me ensina a me perder de uma razão para fazer tais coisas desfeitas. Me ensina a brincar de sorrir ao te ver. Me ensina a te tocar de um jeito único e me ensine a entender que seu olhar é o infinito do meu viver! Me mostre o caminho de ida, me faça esquecer a volta e me faça, cada dia mais, ser menos dependente de você. Sim, eu já pensei em tudo acima e resolvi desligar os fios sobre o meu colchão. Já desenhei meus novos mapas sem teu nome e as suas iniciais se perderam nas teclas do telefone... Eu esculpi a melhor obra do parque, cortei a melhor cena e fotografei a poesia viva... Todas elas, que antes me pertenciam, anotam outros nomes em suas placas frias... Todas elas se cansaram de cá e buscaram a alegria fora deste mundo melancólico. Em um lá maior que faz mais do que acordes e boa sinfonia... O lá faz as pedras menos polidas e mais marcadas de vida que você possa imaginar...

março 13, 2010

A visão abstrata do hoje...

O vento frio vem do tímpano da dúvida, de um pingo neutro da falta de coragem, que latiu em disparada há alguns dias e um pouco das letras apagadas da inspiração, que faltou onde mais se precisou, para traçar um caminho além. Os pingos que caem fazem a melodia triste e cadenciada do nada. Um dedilhar de sons agrupados, mas sem um ritmo definido. Sinais que passaram e que tentei, em vão falho, desvendar. Um olhar e um braço jogado para confortar, um beijo doce e um brincar que não sei o que pensar. É aquele sorriso que congela com um adeus inevitável. Um até breve que de breve, a estação muda e o esperar se cansa. Hoje contemplo traços invisíveis na parede onde antes escrevia seu nome em códigos... Para ser mais fácil de te encontrar e saber exatamente como te entender. Hoje, passeio nos brancos espaços de um terremoto sem fim, de uma dificuldade e uma falta absurdamente sentida, mas que, nem eu mesmo, saberia se é isto que eu gostaria de ter agora... Contemplo o hoje, tentando entender o agora, imaginando que em um futuro encontre, nos seus traços, o enredo para a próxima história a ser desvendada na fogueira...