março 31, 2006

Foi sempre assim...

Sempre quis mais do mesmo, preferi do fim ao começo. As jangadas de emoção distantes ao som do mar fumegante. O princípio do consulado correto, príncipe de copas no carteado. Cachoeiras e redemoinhos de memórias, castiçais na dança champagne. Você por mim, eu por ti. Olhos e boca, mãos e pegadas. Brilho ofuscado na solidão da madrugada, estrela cadente carregada de mel. Esperanças nas provas de linhas, brancura no sorriso matinal. Sem razão, sem coração, sem tensão, sem destino. Rimas soltas e fracas, nunca perfeitas, em um lago de emoção e muito pesadelo brando. Lembranças arrepiam, sonhos concretizam. Brincadeiras revelam, confissões envergonham. Prazer inigualável, chocolate em dia frio. Você por mim, eu por ti, nós por tudo, vós pra sempre. E sempre o mesmo do eu e você, unidos ao rumo infinito que tem a cor que sonhamos sempre colorir. O caminho, os planos, as metas, o que foi nos dado, o que foi ganho. Tudo que existe após as reticências, o tesouro no fim do arco-íris, os três desejos livres, o encantamento celestial. Tudo que simplifica a vida por de trás da cortina de espetáculos mortais.

março 19, 2006

E novamente as águas de março...

Temia escrever sobre o efeito do astral... Onde ele sempre me traz suas lembranças e mais do que existir de especial... A tristeza se instala e o que mais me dói é sentir a distância, o silencio, a completa depressão por causa da nossa curta história enfática. Fomos quase tudo, realizamos e descobrimos um mundo... E todo março eu volto no mesmo ano, na mesma janela, com as mesmas músicas e os mesmos sonhos banais que tinha. Você foi a primeira que me despertou o amor, que fez eu encontrar a poesia dentro de mim. A primeira que fez eu chorar e nublou os vários dias da minha vida... Eu te esperava, eu te amava, eu te escrevia, eu te venerava... Se era infantil, errado, novo, inexperiente... Não me importava... Tudo tinha motivo porque era por você e sempre foi... Te escrevi tanta coisa mas sempre tive medo de mostrar... Mas lembro quando te entreguei o meu primeiro texto... O nervosismo crescendo e o teu sorriso depois foi o mais lindo que eu vi... Só este gesto valeu todo o sofrimento, fez selar, para mim, uma recompensa única... E depois de seis anos só aumenta a saudade, a distância, o silencio que temos de viver... Não sei de você, como está, onde e nem os seus porques... Continuo minha vida mas sempre vai existir março, os dois dias que nos separam... E você sempre vai ter sido a minha primeira... Em tudo e por tudo.

março 02, 2006

A rotina cita os passos a serem castigado pela harmonia...

Se tudo é o mesmo por que buscamos o que não conhecemos? Por que contemplamos um desconhecido e infinito universo de probabilidades? O medo de se deixar levar, o medo do sentimento e simplesmente o medo do mesmo, faz-nos carentes corredores do impossível. Fracos e metódicos apreciadores do sistema insolúvel. Um olhar, um acompanhamento bizarro, uma torrenta tenebrosa. Sem razão, conhecimento ou tato. Lançei-me em uma viagem solitária para tentar desvendar meus desejos. Bebi, sonhei, escrevi e pensei... Como pensei! Sobre eu, nós, vós e eles... Sobre os tempos verbais e a regência mundial das palavras. O certo, incerto, correto e errado. Tudo, quase, um pouco e nada. As lágrimas puseram fim a busca e continuei a trilhar o descoberto não conhecido do mundo sozinho e culpando os meus passos... A rotina virou vida.