agosto 24, 2007

Retratos e esbarrões do dia-a-dia...

Poderia ser o bom dia de elevador, o barulho da porta, o cheiro do café ou a risada alta. Poderia ser o guarda-chuva derrubado, a esmola pedida, a leitura da manchete ou a moeda acolhida. Talvez fosse o bilhete vendido, o grito oferecido, os olhares indecifráveis ou o lugar cedido. A bala melada, o som alto do player, o xaveco furado ou a camisa desbotada. Tudo pode ser o ator principal do meu viver, mas continuo tentando lutar para descobrir de que eu vivo. Eu vivo da ilusão, vivo das emoções partidas. Da doce mentira que guia as noites, do sacolejo corporal diário. Vivo inspirando novidades, vivo remexendo diários. Escrevendo livros imaginários, traçando amores platônicos, vivo saindo sozinho e imaginando alguém. Vivo dando goles da alegria, mesmo amarga, mas desenhos um final doce e tenro. E se os retratos do dia não são suficientes, me vou... Esgueirando em não-lugares adaptados, em mundos criados. Sentindo a pressão da saudade, a angústia da distância... Vivo alcoolizando o meu sentimento interno e até onde a sanidade querer... Eu vou viver.

agosto 21, 2007

Os semáforos...

Ou sinais, sinaleiros, faróis... Marcam a atenção, o seguir ou o pare brusco. O pare desajeitado e nervoso também... Mostram a singularidade de sinais, codificados em cores, transcritos em ações. As vezes piscam por descansarem, ou apagam com o cansaço merecido. Muitos esperam, outros ignoram... Mas os sinais existem e movem mundos diferentes de diferentes planos... Sem sinais não sabemos como devemos beijar e nem se devemos amar. Sem sinais não conhecemos o caminho a seguir e nem se devemos olhar... Quanto mais tarde fica, mais sinais são ignorados e desta ignoração em massa, surgem acidentes, brigas e até mortes... Semáforos para beber, para parar de fumar, para ter atenção com as bicicletas... Semáforos... Eu olho para os seus sinais e não sei se devo te amar ou se apenas te beijo para sentir o perigo em minhas veias... Onde ficariam os sinais do amor?