fevereiro 29, 2012

Cadê a certeza que isto aconteceu...

E se tudo isso for uma ilusão? Se nada do que acontece em meus passos for real? Se tudo for parte de um jogo de ilusões e fantasias enfileiradas, prontas para estrearem na novela da minha própria cabeça? Se todos meus casos de amor, de derrota, de solidão, de sonhos e até de doces mensagens deixadas na pele, for um jogo de mente poderoso e que nunca sairá da parte mental? Pois se tudo realmente acontecesse, por que nada me toca e nada aproxima ao ponto cego de um beijo? Por que o hálito fresco não banha meu sono e sempre é algo frio e invisível? Por que as imagens que se formam aos meus olhos são de distância, quando tantas cores perto não possuem vida? Se os sons não existiram e todas as mensagens recebidas não possuem remetentes, qual seriam os resultados dramáticos de me retirar os medicamentos e deixar meus olhos e meu coração se acostumarem com a frieza desta realidade? Qual seria o sabor de entender uma simples respiração e ter que viver com essa vida monocromática? Quando tudo começou e quando tudo terminou? Por que, no doce fim vespertino, uma carta borrou meus passos com a súplica pergunta que abre o texto? Como terminar ou tentar pelo menos achar essa saída, onde tudo agora parece um nevoeiro denso e sem fim?

fevereiro 27, 2012

O segundo mês é o extremo...

Troquei meu estofado cansado de tantas impurezas. Busquei o novo brilho do sol, aquele diferente e desafiador. Com novos ares e até novos amores, eu me troquei e comecei a nova jornada. No início minhas poesias pesaram, a inspiração faltava, pois a angústia e tristezas passadas, ainda tinham suas marcas. As rimas demoravam, critiquei o descuido, malquis amizades, infernizei as prosas que me vinham... Mas encontrei meu recanto. Diferente, com novos traços, mais centrado e mais polido. Consegui desmantelar as minhas antigas construções e me guiar para o novo. As críticas terminam e essas novas águas me trazem o sabor final. Fevereiro sempre foi o meu extremo, sempre foi o pavio mais curto, sempre foi o fechar janelas e desligar a luz. Que o meu março favorito brilhe em meus passos e complete a minha busca, pois não tenho um amor para cuidar, mas um amor para conquistar...

fevereiro 22, 2012

Por que foges então?

Começou uma fuga, com passadas largas e passos suados de incerteza. Era uma fuga, de um ponto qualquer para outro distante, o máximo distante daquele início. Não era bem um início, mas não havia chego ao fim. Não sabia dizer qual era este marco e muito menos as perspectiva de sua necessidade. Era a fuga, com o coração bombeando, a adrenalina produzida e o fôlego testado em quantidade. Era uma fuga, não como nos filmes, mas como na vida real que jogamos para o alto nossas mentiras e derrotas, para tentarmos um novo começo. Esquecemos que os passos são os mesmos, os trapos que nos cobrem são do mesmo tecido e as nossas dúvidas e aprendizados continuam em nosso calcanhar. Era uma fuga, mais uma de tantas outras que ecoaram no passado curto. Era uma fuga acompanhada de promessas fáceis e de fracas oportunidades. A fuga cansa uma hora, mas as meias e toda a vestimenta não são trocadas e tudo volta neste ciclo débil...

fevereiro 13, 2012

Uma correspondência aberta...

Entre trapos e retalhos de uma vida, com fotos e imagens descritas tão limpas que pareciam o início de um outono. Trazia uma saudação simples, mas mesmo nisso, estava carregada ali a emoção certa. Letras trêmulas em certo ponto da caligrafia demonstravam o apelo correto e, ainda mais forte que isso, o tamanho da importância. Em certas passagens aquelas rimas bobas, que servem para diluir a tensão que se formava, traziam um sorriso leve para os olhos que corriam por ali. Era um acervo de momentos, enumerados como tal, totalmente paliativos à realidade. O meio foi carregado e a conclusão levou mais de meia página, com a incerteza necessária, com a alegria de se descobrir refém disso, com a simplicidade tão procurada e um ponto final que parecia desenhado em completa perfeição. No lixo jaz uma carta de amor, um bloco tão pesado do sentimento mais correto existente e lançado à sorte de um destino qualquer. Algumas pessoas simplesmente não conseguem entender a força de amar, acham que sua bolha é muito perfeita para se gastar com um sentimento tão impossível de entender... A solidão ensina mais do que uma festa repleta de ignorantes que nunca vão saber o verdadeiro sabor do amor.

fevereiro 08, 2012

Coberta de retalhos em fogo vivo...

Passos contados de uma caminhada no sufoco. Tarde branca opaca, com pássaros rabiscados de rosa. Início de estação, curvas acentuadas e sede perpétua. Traços completos de brigadeiro, prazos vencidos de não perecíveis. Estatuetas roubadas do acervo, irritações pelo pó da fábrica que exala o trabalho. Um sono fresco de uma tarde perdida, sonhos pipocando em olhos abertos, angústias leves trazidas pela farra. Pagamentos realizados, telefone que não toca, chamada rejeitada e saldo completo. Tem feira, tem para quem queira, tem a esteira e tem a saladeira. De casos e acaso, tenro amasso, doce enlaço e tudo complicado. A morte pelo candelabro, a silhueta do calcário e a página rasgada de calendário. A verdade que hoje é sexta-feira inacabada e o desfile começa pelo fim e sem hora para acabar...