julho 27, 2004

E por isso os ouvidos não escutam a mente...

E por que todos os caminhos são confusos e sombrios? O ar gélido congela a face fechada de alegria e agoniza na falta de lembranças uma melhora. Um suspiro depressivo ganha o lugar e o peso do ambiente cai sobre os ombros latejantes da forte pancada real. Substâncias movem-se ao sabor de um vento que vive de ilusão, que vive em um recinto abandonado de janelas e qualquer saída. De tão seco que o chão se apresenta, chovem lágrimas de chuva de um céu ensolarado de verão quente. Verde, sim, é a água que brota de um velho vaso raso. Os olhos? Atortoados com tamanho poder alucinógeno nunca se acostumam com essa fuga da realidade sombria. As mãos ditam o caminho mágico a ser trilhado e a mente, sempre vilã da história, tenta fazer os ouvidos escutarem que quando o efeito passar sobrará novamente o velho quarto escuro, frio, triste e sem saída...
Melancholy Sickness

julho 13, 2004

Só uma linda manhã...

E era ali uma linda manhã de inverno. Fria e clara mas nebulosa em alguns pontos. Uma doce brisa comprimentava a face ainda amassada do sono. As mãos escondiam-se como podiam nos bolsos do casaco volumoso. Os passos rápido procuravam um ponto mais quente em meio a um vendaval forte e congelante. Qualquer descrição pararia em objetos e cenas e não descobririam o que realmente aquilo simbolizava. A noite foi longa e cada minuto do sono perdido foi culpa de drogas alucinógenas e calmantes sendo engolidas pelo doce gosto do álcool eternamente forte. A tristeza sempre presente em altas doses também foi a culpada pela insônia que aflingia a mente desordenada pelas dúvidas. Aflito era todo um conjunto vendo que as soluções, sonhadas de uma vida comum, eram cada vez mais afastadas com todas as forças. O amor fazia doer um pedaço do peito que parecia não possuir preenchimento, um eterno vacúo ocupado pela falta do sentimento. Agonizava pensar que todo seu amor era platônico na sua vida e que seus sonhos também caminhavam em uma direção completamente oposta a que brigava para seguir. Tudo isso completando um cansaço, sono, tristeza, ilusões e muitos outros detalhes que estavam além daquele cena despercebida de toda sua razão. As imagens mais comuns de nossas vidas podem esconder verdades obscuras e assutadoras que pertencem a realidade tão misteriosa quanto fatal. E eu ainda não descobri como tirar essa visão da minha vida...

julho 05, 2004

Frases soltas no vento fraco...

Poderia ser só mais uma brisa de um entardecer quente do inverno. Poderia ser só mais um devaneio inusitado da mente atrapalhada. Poderia ser só mais uma lágrima quente de sangue que escorre pelo peito apaixonado. Poderia ser uma carta escrita por mãos trêmulas da tristeza que habita um corpo solitário. Poderia ser o último caminho daquela que anda em círculos escaldantes ao faro de respostas. Poderia ser o último suspiro de vida daquela que luta há meses por uma melhora. Poderia ter sido tudo... Mais era só mais um desabafo do vento, da mente, do coração, das mãos, da esperança e da vida... Singularmente melancólicas no pranto deste mundo. Gritos silenciosos de ajuda que passam despercebidos em cada órgão mecanicamente ativado do nosso corpo, deste nosso mundo... Pode ter sido o fim.
Melancholy Sickness