maio 25, 2004

Um sonho transcrito...

E ele estava na varanda do hotel, fumava um cigarro de forma pesada e pensativa, os olhos apontavam para baixo mas era perceptível que estavam milhas distantes dali. O ar era de extrema tristeza e carregado com um tom de saudade. Saudade do que? Se todos estavamos ali ao seu redor e passando um, único, final de semana perfeito?
Éramos em seis. Três casais... Mas nao perfeitamente casais... 3 homens e 3 mulheres. Nos conhecemos pelo acaso, em meio de provas e nervosismos de possível aprovações... Como jovens e sonhadores, sonhavamos passar anos juntos e vivendo momentos perfeitos e inesquecíveis. Eu e junto com duas meninas, éramos os mais distantes dali, mas isso não importava nada para nós. Lembro da primeira vez que o vi, pensei que era uma pessoa completamente desprovida de emoções. Sempre fumava, falava ao celular com amigos da cidade natal, ouvia discman o dia inteiro... Grande companheiro de cerveja. Dividimos seis ao todo de dois dias... E que cervejas! Éramos completos desconhecidos mas parecíamos amigos antigos... Brincadeiras, risadas, piadas... Tudo que uma amizade duradora tinha. Nós seis éramos assim, completos desconhecidos mas eternos íntimos intermináveis. Era algo surreal...
Logo que cheguei para saber o que o aflingia, veio comigo todos as outras quatro pessoas e na varanda do hotel passamos a sentir a mesma tristeza que ele sentia, sentir a mesma dor que o aflingia. O silêncio era algo mortal. Ela me abraçou e eu retribui com um leve beijo... Ela que passou um dos momentos mais mágicos da minha vida... As duas outras, que são irmãs, se abraçaram e o terceiro homem sentou ao lado delas com a cabeça encostada no ombro de uma. Foram algumas dezenas de minutos no completo silêncio. Os olhos captavam o bonito amanhacer daquela cidade que poderia ter sido nossa.
Minutos após o silêncio é cortado, por ele que deixou o cigarro cair ao chão para chorar em completo desespero. Assiti a cena, pois senti a dor bater dentro de mim, mas como um gesto de completa amizade e solidariedade levantei-o e abraçei-o, depois ouvi com a voz mais tremula que se pode imaginar: "Por que tem de ser assim? Por que isso não dura para sempre?" e depois dali tudo perdeu-se do completo sentido e a dor da volta era evidente em todos nós... Promessas....

maio 23, 2004

E sem pensar nas consequencias enganadas dessa vida...
... Cometemos nossos piores crimes... VIVER...


Inimaginável a sensação de entorpecentes no sangue... Trazem encanto, relaxamentos, sonhos... Trazem visões, compreensão, ilusões. O lápis escrevendo no papel é mais uma fantasia que toma conta da mente fraca e repleto. Ilusões ganha vida, os olhos não acreditam em quase nada concreto e o abstrato personifica-se como tristeza. Realidade e fantasias caminham, por entre a grama verde, de mãos dadas... E verde torna-se o mundo deste aspecto. O sangue corrente aumenta a sua velocidade, a mente viaja em pequenos detalhes. Os olhos giram de uma tal maneira que tudo é lento. O amor se torna ódio e o ódio corre para longe desta confusão. Apalpo o infinito com todos meus dedos e chuto para longe a sanidade... Dúvidas tornam-se remédios e figuras dançam conforme o vento sonoro. O céu desmorona em forma de tempestade de verão e de um vulcão saem estrelas e a lua, corretamente cortada no meio e brilhante. Brilham também meus olhos que escrevem essas sensações de um plano bizarramente real. O medo é engraçado e conta piadas para me fazer rir... Tudo é distante mesmo não sabendo qual o significado da palavra sentimento.