novembro 20, 2008

Se fosse você, seria eu...

Se fosse uma palavra jogada ao ar, seria intensa... Se fosse uma imagem, seria a de você acordando... Se fosse um momento, seria nossa viagem... Se fosse uma razão, seria a do beijo... Se fosse um lugar, seria o primeiro bar... Se fosse uma estação, seria o verão... Se fosse um som, seria o do teto... Se fosse uma conclusão, seria o indefinido recheado de momentos singulares... Porém jogo tudo ao alto vendo você sorrir... Jogo tudo ao alto por ter você fazendo o seu melhor... Jogo tudo ao alto por você... E se fosse para exlicar o porque, seria o porque você é especial.

novembro 04, 2008

Termina com a frase da canção...

Com certa nostalgia de tempo eu me guio por uma escada beirando um abismo bicolor... Um som inaudível passa pelas tormentas da piedade até que explode em uma boreal matinal. Os sentidos se aguçam, o paladar se ergue em meio a ressaca etílica, e, com passos grandiosos, a lembrança vem até mim, estacionando em diagonal a sua entrega. A melodia me remete a um tempo que não consigo descrever, a leitura me leva a infância e a todas as tagarelices realizadas... A saudade me leva a você e, o pulsar de veias, me traz a angústia da distância dos laços. Nossos laços talvez, pequenos fragmentos unidos, talvez. Expliquei por palavras soltas e fáceis um cenário inigualável... A conversa é feita e lembrada, é berrada e terminada, é idealizada e lacrimejada... Os sinais são os mesmos, mas diferem por causa da escuridão do quarto... Como um roubo em que nasceu para morrer, como olhos que pregam uma imagem na parede, como copos quebrados pelo corredor de vitórias... Foi neste mesmo lugar que o menino ficou esperando seu ídolo... Contemplando uma parede que exibia marcas das alucinações e marcas de gestos inexplicáveis... Foi isso que ele queria ser e lutou para ser... Ao ver tudo desmoronar, voltou ao seu triciclo e se pôs a guiá-lo para casa no fim de tarde... Você, eu e todo mundo que conhecemos...

outubro 19, 2008

A simples volta de um poeta morto...

A inspiração me vinha com suas frases feitas, com o seu cenário convidativo, com sua melancolia postada e eu deixei passar... Deixei passar por não me sentir digno de sua presença, de sua confiança... Foram lamentações ao vento, foram lágrimas de angústia ignoradas... Foram e nunca mais voltaram... Não me sentia vivo o suficiente para por, de peito aberto, a minha poesia em rima... A propriedade sentimental era demais para mim, era veneno aos meus olhos que não conseguiam mais enxergar a beleza que sempre me foi dada. Foram meses, muitos, que eu não conseguia mais sentir meus dedos guiados pelo romantismo da escrita... Foram meses sentindo um amor de um jeito diferente, de um jeito que jamais senti antes... Um amor solitário, um amor absurdamente estranho... Um amor que não me deixava ser quem eu era... E depois, descobri que não era amor, tão pouco paixão... Era uma doença instaurada em minhas veias, pulsadas pelo mesmo coração que antes amava o platonismo e idealizava a perfeição... O tratamento foi intenso mas com resultado... E agora eu volto a caminhar pelo mesmo vale que já conhecia, volto a caminhar pelo mesmo sentimento de antes... Volto a sentir beleza na escuridão e na solidão... Volto a me sentir sugado pela melancolia e me sinto bem afogado nos delírios do álcool... Volto a ser o poeta que tinha morrido e preciso contar ao mundo o que sinto...

maio 13, 2008

E a vida vivida do jeito certo é certo...

É estar de passagem e ver o gol da vitória, é abrir os olhos depois do sono e ver um salto de alegre, olhar para o lado e ver um abraço de saudade, é pegar um pouco de uma conversar e sorrir. É ouvir alguém cantarolando uma canção e lembrar quando ouviu pela primeira vez. É sentir um perfume e lembrar de um momento. É associar uma árvore à uma fotografia. É ter o que pensar quando se olha para o infinito. É saber que nesse aglomerado de dias que se faz nossa vida, vivemos e gostamos, choramos e sorrimos, perdemos e pulamos e acabamos por aprender que a felicidade real está em uma mensagem simples, na doce sinceridade de alguém que nos chama de amor... E ao ver isso conseguimos viver completos, pois descobrimos o motivo de viver.

abril 13, 2008

E o pedido foi aceito para a felicidade...

É complicado escrever sobre um beijo que se espera, um abraço que se sonha, um sorriso que se guarda... A regressiva sendo aguardada, o telefonema para agendar, as dezenas de mensagens trocadas... Quando o momento chega não existe desespero, suor nas mãos, não existe prerrogativa e muito menos aflição... Existe algo quase mágico, uma sintonia completa, uma união propriamente dita que pronuncia uma perfeição tão intensa, e saborosa, que as noções são arremessadas para um infinito e só conseguimos viver em função dela. Nisso tudo as palavras, por mais que tentem definir com simplicidade e clareza, não chegariam a um nível que se pudesse compreender... Quando esta união termina, cabe ao coração pulsar as lembranças e nos saborear com um gosto de felicidade inexplicável... E a única coisa que consigo dizer em meio a tamanha alegria é: "Eu te amo muito e quero passar meus dias com você..."

março 12, 2008

E os velhinhos sempre conversam...

Os traços carregados sempre contam uma história antiga, talvez uma cantiga ou uma mentira dos tempos dourados. Os olhares simples e discretos, sempre mostrando uma leveza, buscam no ambiente alguns ouvintes. Velhinhos contam histórias da época, derrotas, dúvidas e vitórias... E tem vitória mais linda do que estar vivo contando a lenda? De marcas fortes à voz rouca, de pele passada aos apetrechos interessantes. Os causos passam de política até maneiras de como criar bichos... Os comentários vão de aspirante-vereador até fazendeiro-bilionário... Nunca constante, sempre um novo amigo a cada passo e é assim que colecionam fatos e mais histórias... Alguns de fora odeiam e ficam nervosos, porém a maioria gosta e se diverte. Não se importando muito, mas respeitando... Afinal até guerra mundial já lutaram e sobreviveram, dizem eles. E depois de um tempo se vão, com um aceno e um aperto de mão. Um sorriso sincero, carregado de alguma malandragem que o tempo se fez responsável por brotar... E o caminho deles parece que nunca tem fim e se fosse escrever uma página por história, as costas se curvariam ainda mais com o peso das páginas ditadas...

janeiro 23, 2008

Just name a place...

Se a inspiração falta, o ar respira as notas na vitrine do saber... Se a conjugação é fraca, as diretrizes explicam e desenham uma incognita. É assim que vem as idéias e são transcritas em verso livre, livre de escolhas e razões... Espalhadas em uma dedicada linha mental que, atrapalhada pelos dedos, ganha um sentido mais uniforme. Tudo termina e se renova, porém o que está partido jamais voltará a ser completo. As luzes piscam e o tamanho aumenta o lugar, mas o que seria das setas se indicassem um caminho sem volta? Um leve brinquedo que perdido em letras, se aglomera com tantos outros inusitados e se faz, quando menos se percebe, notado. Palavras e gestos transcrevem um amor falso, de passatempo... E nunca este amor será o de lágrimas de saudade que, apagado pela areia, renasce a cada luar... Gostaria de gritar uma liberdade branda, porém não consigo enxergar além dos dias e, mesmo se pudesse, teria medo de olhar para o vale corrido... Pois nele atirei meus amores e nunca mais quis olhar. Se é para batizar o lugar, seguiria os caminhos deixados pela lebre branca que saltitante nunca parou de cantar...