maio 28, 2006

E tudo contagia a vida cotidiana que não se pode inflar ou desesperar...

Você que sempre era só minha... Tão clara e certa... Sempre tão linda...
Deixou ao vento a minha lira... Deixou ao mar meu canto profundo...
Agora espero em berço pardo... A redenção do meu sofrimento...
Profundo e turvo o meu olhar... Meu sorriso sem brilho flutua...
Buscando sempre as respostas... Das perguntas que fizera então...
Ao coração, sempre tão triste... Que bate e vive em função de ti...
E se tivesse alguma voz... Pra ecoar e fazer a canção...
Ser ouvida, ser cantada... Pela garganta seca, triturada...
Mas não consigo nem mais nada... A não ser deitar e sonhar...
Com a melhora, a esperança... De te ter em mais um momento...
Não é perfeito, tão pouco intenso...
Quero o simples complexo demais...
E no mais, nada em mente... Mas usufro das drogas sim...
Elas me trazem o gozo pleno... Elas me fazem você em mim...
Elas me mostram tudo que quero... Elas conseguem recriar o amor...
O amor... O amor...

maio 21, 2006

E eu estou assim...

Sua suavidade me assusta, a calmaria plena do olhar. O instante perdido inédito e a reprise dos momentos vividos pela vivência. A certeza do erro inconstitucional e humilde. A criação desordenada do bem-estar. Você como sempre a rainha dos meus pensamentos, dona da minha angústia acuada, retentora de toda minha tristeza e causa do meu maior amor. Incondicional, sem-limite, sem guarda ou atenção. Amor puro e verdadeiro. Amor até o fim da vida. Amor que cresce durante os anos. Simplesmente amor. E agora queria fazer as malas, planejar sonhos na janela de um ônibus, passando de imagens rápidas e cenários construídos. Começar a vida novamente, ter um novo nome e um novo estilo. Esquecer das manias e dos gostos, esquecer do caminho passado. E por dificuldades extremas acabo me sentindo pequeno perante a grandiosidade mundial, dos problemas e das causas que não me deixam voar. Acabo esquecendo do meu princípio e de toda a poesia corrente. Esqueço até de mim e me ponho a chorar os rios que ficarão para trás após seguir o caminho... Piorando aos poucos, encobrindo a real culpa e a necessidade. Transparência suja de medo, motivos insignificantes e maliciosos... Fazem-me continuar sendo a mesma pessoa, enganada e destruída. O mesmo que riem e o mesmo que recita lindas palavras que são sopradas pelo vento e levam aos kilometros as mesmas baboseiras gratificantes... Não sou mais eu, nem sei que sou e muito menos onde posso encontrar... Sem amor, sem vida, sem destino, sem proposta... Continuo a insolente rotina ditada pela subjetividade.