novembro 26, 2012

Carta aberta para ninguém especial…

Eu penso em você, mais do que devia ou que faço me importar. Penso em inúmeras alternativas, em inúmeras razões de ter você assim - dessa maneira tão única que me remete à tristeza. Eu penso em você, escuto sua voz, tateio o telefone em busca da mensagem perfeita e sem nenhum exagero. Eu tateio tanto que não mando. Tudo pode ser visualizado como um exagero simples quando tenho seu nome em mãos. Mas eu queria te mandar, tanta coisa que você nem imagina. De um simples sorriso a um colar de pérolas verdadeiras. De um sonho transcrito a uma fuga apenas nossa desse mundo. Eu penso em você mais do que em mim, sem exagero, mesmo sabendo que o que sinto por você e construí neste patamar, é o maior exagero que eu me permiti viver e idolatrar...

novembro 17, 2012

E você sabe o que é o amor?

O amor é aquilo que te faz associar uma imagem a um lugar. Um carro a uma pessoa. Uma cor a um cheiro. O amor te faz associar um nome a uma sensação única na vida. O amor é aquilo que faz contar uma história e lacrimejar seus olhos. O amor te faz reviver um capítulo de tanto tempo como se fosse hoje. O amor é aquilo que te faz sonhar de olhos abertos, de peito aberto para o mundo sem se importar. O amor é aquele que te faz uma canção de ninar sem ritmo, mas que encanta apenas por existir. O amor é aquilo que te faz chorar querendo amar. O amor é aquilo que te faz morrer só de pensar que uma vez, você já amou...

novembro 16, 2012

Eu te esperei voltar...

Eu não queria que você partisse. Fiz sua saída, te expulsei em pedaços, mas eu sempre achei que você voltaria. Que me pegaria de surpresa em um dia qualquer, em uma noite perdida onde lágrimas reacenderiam uma paixão total. Eu não te esperei, mas queria que isso acontecesse. Cada vez que chegava em casa, abria a porta e buscava um perfume diferente da minha rotina. Tentava sentir um aroma antigo, mas conhecido. O seu aroma. Sonhava com as variáveis, com os repentes e até como seria a valsa das minhas mãos de surpresa. Mas você nunca apareceu. Você se foi mesmo, depois de tudo e acabou nunca mais retornando à vizinhança. Não voltou e trouxe novidades por aqui. Você nunca mais veio até aqui... Aqui apenas ficou a vontade de uma surpresa, um possível início que nunca foi e que nunca será. Hoje eu chego em casa e me embriago com essas lembranças e que vão sumindo a cada novo vento. Até um dia serem eternizadas nessas simples linhas que nunca me pediram para divulgar... Um dia eu vou lembrar e rir, mas farei sozinho, pois foi assim que os meus caminhos terminaram.

novembro 11, 2012

Um rascunho um pouco diferente...

Julieta queria um amor para sonhar e começou com um rascunho de poesia. Nela colocou todos os elementos que lhe tiravam a respiração. Um isolamento, uma angústia acentuada, um resumo de guerra, uma história de raças e até um tempero afrodisíaco para ser completa. Desenvolveu a história sem um personagem fixo, pois seu amor deveria ser volátil ao espírito e amar era muito complexo para se figurar apenas a um ser humano. Este foi o problema. Amou demais, colocou diversas vírgulas e afazeres gerais, fantasiou e praticamente ditou impossibilidades para este guardião. Ficou tão complexo que no final não sabia onde encontrar o amor e nem como reconhecê-lo na virada da esquina. Daí desistiu, queimou as folhas com uma eterna tristeza. Fez questão de esquecer a história criada e das suas reviravoltas prediletas. Foi um fracasso no amor e estava contente por isso. Refugiou-se na sua casa e começou a pintar as paredes para passar o tempo. Em uma dessas pinturas, fez uma caricatura sem cor, daquelas que temos os traços tão impessoais quanto um nome poderia dar. Mas ali, naquela simples pintura de traços, apaixonou-se perdidamente. Criou uma roupa, refez o jardim à frente e passava todas as refeições ali. Lia, contava as novidades e via o fim do dia ao lado do seu amor. Ela não esperou para saber como era o resto, atentou-se apenas ao rosto e ao sentir o perfume do pobre viajante cruzar o portão, soube que era o seu Romeu para tomar seu lugar ao lado.

novembro 06, 2012

Começo a ser o que nunca deveria…

Piloto um carro de fuga, um gigante sem salto à distância. Uma estrada sem linhas de limite, um acervo sem as obras completas e ditadas. Percorro um trilho solto, uma alegoria passada e sem vida, uma viga que não sustenta os tremores do vento. Corro com o suor nas palpebras, sufoco em uma subida em disparada. Traço planos de vento, dos sonhos infantis e que o espaço levou com o desenho animado. Revivo momentos que nunca aconteceram, dobro o mesmo convite de algo que nunca existiu e deixo um recado para eu mesmo não retornar. O livro antigo de poesia traz seu nome, traz seu cheiro e nossas aventuras dos finais noturnos. A letra é doída por algo puro, novo e que jurava ser eterno. Só que de eterno apenas foi o inseto que sugou a vida de um canto solitário e foi morrer longe com o significado do todo  que sempre me perdi...