dezembro 24, 2012

Meu ato final…

Esqueça o tempo que vem. Esqueça as propagandas de paz e de harmonia. Esqueça a falsidade que te abraça e te festeja como se fosse o maior de todos os seres humanos. Esqueça a época de amor e carinho, pois ela é finita. Transforme tudo isso como cotidiano. Transforme suas ações de época, em necessidades para o restante do ano. Se esqueça de focar suas energias no verão e guarde o teu sorriso para consolar no inverno. Entenda que presentes não são necessários, mas ações são primordiais. Entenda que muitas vezes o dinheiro ajuda, mas um sorriso e um ouvido para escutar - verdadeiramente - os problemas alheios vai ser mais confortante. Tente tratar todos - sem exceção - como você os trata no fim do calendário. Tenha o respeito e o carinho como principal vestimenta e não esqueça a sinceridade dos atos. Esta é a primordial. Esqueça o significado de natal, faça-o seguir todos os trezentos e tantos dias... Nunca se limite às festas, deixe-as seguirem contigo do lado do seu documento...

dezembro 23, 2012

Meu quarto ato…

Quando batem as datas finais de festas e comemorações bonitas, o mundo se transforma em um lugar bom. Abraços são dados, votos são prometidos, energias são oferecidas, sorrisos emplacados e verdadeiros são vistos em todos os cantos. Doações são feitas, presentes são dados e tudo, tudo, de melhor é desejado e feito. Isto em 10 dias... Nos outros tratam o além como ninguém, o inferior como estranho. O carente de sorrisos com caras fechadas e amarradas. O doente como morto e até a criança do vizinho como peste interplanetária. Do que adianta 10 dias de perfeição se os outros mais de 300 são de incredulidade e sombras? Do que adianta a cesta dada com falsidade, se o alimento trará doença e tristeza para o semelhante? Do que adianta o abraço hoje se amanhã, quando se realmente precisa, os braços estão cruzados e distante de quem precisa?

dezembro 19, 2012

Meu terceiro ato…

Por qual razão prometem novos caminhos e novos horizontes se não sabem como construir uma base para seus passos? Sem base real de entrar na guerra, por onde vão iniciar seus primeiros tijolos? De cartões até apertos rápidos nas mãos, as promessas e juras de papel são idolatradas. Reencontros, novas amizades, um petisco a mais, quilos a menos, vidas melhores e novos amores. Tudo tão infinito como o próprio segundo, que se acaba no piscar dos olhos. Edificações sem fundamentos, paredes sem vigas necessárias, solos sem pilastras de referência. Na primeira chuva do novo calendário, as mais fortes são apagadas e levadas pela maré. A mesma que está suja e triste com tantas flores destinadas para alguém que a grande maioria jamais vai compreender...

dezembro 10, 2012

Meu segundo ato…

Os presentes seriam para um simbolismo de alegria, sentido e sentimento. Seriam para mostrar, em tantas outras coisas, a importância na vida deste alguém. Seriam para falar, sem palavras ou ruídos, o grau de carinho existente neste círculo. Só que em algum momento do percurso de chegada, o sentido se perdeu. Fez uma curva solitária, derrapou nos propósitos e começou a traçar um novo circuito tão desconhecido quanto sem razão. São carregados e entregues por obrigação. Por um simbolismo sem sentido e vago. Apenas existem pensando no retorno que receberá. Em meses não se lembra do que ganhou de volta, tamanho vazio existente nisso. A dança pede isso, um discurso rápido sobre uma pessoa que não possui um sentimento, uma adivinhação barata sobre nada. Daí a música termina sem uma letra bonita e marcante. Apenas com um embrulho jogado no lixo sem cultura da vida...

dezembro 08, 2012

Meu primeiro ato...

Os enfeites povoam a árvore da sala, a luz que se projeta ganha entornos conhecidos. O clima esquenta lá fora, mesmo a simbologia nos levando para algo mais frio. Como antônimos seguimos essa idolatria cultivada por desconhecidos. Refazemos planos, aumentamos nosso preço, baixamos guarda e começamos a lista enorme de promessas vagas. Os votos se amontoam, presentes são carregados nas mãos, falsas celebrações de mais um ano que se acaba - que mais um ano tece o fim. Sim, às vezes a mágica está em apenas aceitar essas bajulações e dançar conforme a música. Mas meus olhos não se acostumam e se cansam de ver tamanhas diferenças no comportamento. Como nas vitrines, apenas a imagem reluzida. Como na vitrine, a mentira dos valores e daquilo que queremos vender, mas que não conseguimos montar o preço. Como na vitrine, continuamos na dança das mentiras e da vida um tanto quanto longe do ideal...

dezembro 05, 2012

Aconteceu em uma noite de calor...

Ao cruzar com seus olhos, minhas palavras saíram na velocidade da sinceridade: "Meu erro foi ter te prometido o luar de um ano. O erro de dormir ao relento das estrelas e formar poesias com seus brilhos de morte, pois do seu pilar nada se sustentaria. Meu erro foi ter enlaçado em nossos dedos uma força tão clara e branda que acalmou ao mesmo tempo em que enfeitiçou. Meu erro foi cometido anos antes de te conhecer e sofrer por um amor tão malfeito que me prendeu no calabouço do infinito. Meu erro foi ter proclamado alegrias e sorrisos fáceis. Meu erro foi ter deixado minhas desculpas para agora, que minha mala está pronta e a estrada chegou ao fim." Com tempo de lágrimas as minhas costas conseguiram ouvir um "Eu nem te reconheço mais..." - E era apenas mais uma das verdades que me seguiam...