abril 27, 2005

A razão brinca com a emoção de mãos dadas...

Em um paraíso singular e metódico. Solto ao vento e preso em grades. Branco no azul, preto no amarelo. Iredundância mesclada com o agito de uma maré bravas de curtas ondas. O papel maroto amarrotado de uma bermuda jeans de verão, cantando canções de inverno, calçado com botas lunares e indecisas de destino. A arquitetura faraônica, moderna e barroca de um coração partido por facas que não machucam e sim moldam um passado. Caminhos trilhados que foram apagados e nunca lembrados, seguem o cheiro do coração chorando e implorando por uma nunca querida solução. Talvez antes quisesse ter feito diferença e lembranças, mas hoje vejo que o medo manda em uma vida assim e sempre será acompanhada pela sombra clara do desespero e das dúvidas. Por isso a razão nunca encontra a emoção, mesmo uma sentindo a outra. Mesmo as duas sendo amigas. Mesmo as duas sendo iguais.

abril 25, 2005

E ao mesmo tempo do tempo que o mesmo mostrou...

Gosto de vc... mto mesmo... ao mesmo tempo que não consigo te fazer feliz... e ao mesmo tempo que quero te ver feliz... e ao mesmo tempo queria fazer parte da felicidade... e ao mesmo tempo que receio não conseguir viver isso... e ao mesmo tempo que eu tento mascarar alguns desejos... ao mesmo tempo que tento me enganar... e ao mesmo tempo que não consigo viver uma ilusão... ao mesmo tempo que te quero perto... ao mesmo tempo sei que perto de mim você pode não se sentir muito feliz... e ao mesmo tempo que tudo isso ocorre, eu gostaria de poder ter certeza de alguma coisa nessa vida... Não adiantou dias e noites ao relento, vendo estrelas e lua... comigo e meus pensamentos... álcool, risadas e conversas... Introspectivo vivi e dali não tirei nada a não ser mais dúvidas e mais sentimentos aflorados... Ao mesmo tempo que pensava em você... ao mesmo tempo tentava te esquecer... ao mesmo tempo que queria seu beijo... ao mesmo tempo queria um adeus... Não posso dizer o que sinto... não posso dizer o que quero... A única certeza é que você é importante... Tanto pra mim como para meu sentimento... E ao mesmo tempo choro e rio do mundo... ao mesmo tempo que vejo explodindo algo construído com, antes pensadas, bases sólidas...

abril 20, 2005

Lembra da formiguinha viajante...

Um dia ela continuava na mesma sala que resolveu viver sua vida. Era noite, tinha acabado de levar o alimento para ser digerido pela rainha e transformado em comida para ela. Ia ver a sua filhona formigona que buscava outras coisas do outro lado. Estava feliz, estava quente, estava bonito. Suas antenas moveram-se e avisaram do perigo. Bem que ela tentou mas o sapato de salto alto foi mais rápido e esmagou-a da vida. Em seus últimos segundos pensou no amor, pensou nos pais, pensou na família... Mas muito mais no amor. Lembrou das suas aventuras, lembrou dos desafios e das alegrias que vivera. Tentou ser forte mas era inevitável. Esmagada foi e morreu ali mesmo no chão. Os sapatos nem sentiram nada, continuaram a passeando pelo chão movendo-se em direção do bar da gandaia. A formiguinha terminou sua vida sem luta, sem força pois simplesmente seu destino fora esmagado de vida.

abril 17, 2005

Espero um dia encontrar...

Frases em um coração maroto e funcional. Sem luz, com sombra, diético e saboroso. Engordado por sentimentos diversos e regado a muito álcool etilíco douradamente azul. Pedaços de papel com idéias mentalizadas pela tristeza e solidão. Foi assim que nasci literalmente em linhas de poesia desconcreta e sem sentido. E dessa confusão foi varrido de mim o melhor dos sentimentos, o meu combustível dos dias, a coragem perante os medos do diverso. E fotos falam mais do que ações, mostram almas pedrificadas em um único momento. Lágrimas de terra jorrando da fonte da juventude eterna. E construída pela ressaca da noite anterior. Caminhos trilhados que não se cruzam mas se encontram, em mesmas circunstâncias reais. Depois de muito insistir com a vontade de dormir, acordar é a melhor parte do sonho. Sonho este que não terminou. E me disse uma vez o professor "Tudo dá certo no final. Se não deu certo é porque não chegou no final."

abril 07, 2005

Eu sempre quis perto de mim um amor...

E agora eu sei que este foi meu mal... O amor levou-me para o vale e empurrou minha vida lá de cima e viu, com as risadas diabólicas, a minha vida inteira debatendo por vida no chão. E eu que sempre amei... Foi duro ver isso terminar... Foi duro ver um olhar diferente... Foi impossível minha angústia e tristeza... A dor é grande, imensa e infinita... Mas o que eu posso fazer, sentir e viver? Se não posso ter a vida que quis porque sonhar com um dia que ninguém sabe se irá chegar? Depois que acordei tudo ficou mais claro.

abril 05, 2005

Like a little lonely ant...

A formiguinha normal queria aventurar-se para além do seu mundo e formigueiro. Seu pai, o formingão, e sua mãe, a rainha, descordavam pois sabiam dos perigos longes da frequência de suas antenas, alertaram o máximo que podiam mas não conseguiram fazer a pequena formiguinha desistir de seu sonho. Um belo dia acordou e se preparou para o seu trabalho, após isso despediu-se de todos seus companheiros formigas e foi abraçar o mundo. Correu, subiu e desceu paredes, carregava, andava e até se perdeu. Não sentia presença de ninguém conhecido nas suas anteninhas e foi aí que olhou o mundo ao seu redor. Era belo, era feliz, era encantador mas era solitário, era triste, era perigoso. EM poucos dias já tinha perdido a conta das escapadas dos pisões, petelecos e banhos que iria tomar. Viu a lua, as estrelas e fez uma das coisas que nem sabia que existia na sua vida formiga que foi chorar. Chorou mas não de desistir dos sonhos, chorou de saudades, chorou de amor, chorou de falta. Andou mais com energia de vitória e dever cumprido. Chegou a uma sala, nela decidiu que seria ali seu lar. Ali teria sua família e vida. O único problema foi que viu que estava sozinha, existiam outras formigas mas com hábitos diferentes, nem pareciam formigas. Ela, mais uma vez chorou e na angústia da completa solidão que passava seus meses, começou a mudar. Mudou seu jeito, sua vontade, sua rotina. Se tornou uma não-formiga. Com isso vieram amigos, amantes, festas e banquetes. Com isso teve com quem conversar, com quem chorar e com quem sorrir. Contava seu passado e ironizava a sua antiga vida e espécie. Um dia, uma não-formiga mais antiga vendo o jeito desta nova não-formiga contou sua vida em um simples olhar. A formiguinha então sentiu-se angustiada, poi-se a pensar e tentar arrumar uma solução para a falsa vida de não-formiga que ela tinha... Dormiu a pensar e viu que solução era a realidade. A solidão mascarava seus sentimentos e assim teve que se adaptar para não sentir mais alguma angústia. Podia ser falsa, mas era feliz e fazia as outras não-formigas feliz. E sendo assim, construiria sua vida sendo uma não-formiga mas com um jeito de formiga. E foi assim que seguiu seus dias e meses.