janeiro 17, 2006

Movimentos na água e andares perdidos no sal...

Era perfeito. Era realização de sonho. Era novo. Era lindo. Era sentimental. Era sentido. Era vivido. Era estimulante. Era a concretização de tudo. Era tudo. E ao mesmo tempo nada. Era o mundo. Era uma folha de papel almaço, daquelas que agente tinha que fazer ditado no primário. Era um encontro de olhares. Era um sorriso. Era uma risada sem compromisso. Era uma troca de favores. Era o sem-querer querendo. Era atiçado. Era safado. Era de propósito. Tudo ou nada. Depende sempre do olhar depois. Do livre atrito das mãos que não sabem o que buscar. Nem o que achar. E sem saber o que achar eu fiquei aqui. Sonhando. Descrevendo tudo nas linhas poéticas livres do meu coração. Tudo amando demais. De menos. Menosprezando tudo. Focalizando a perfeição que não conheço a espécie. Tentando aprender. Apreender. Amar.

janeiro 08, 2006

E eu tenho saudades de tudo que já passou...

Como sinto saudades da menina loira que tinha o melhor patins de todos, da menina que morava na rua da locadora, da menina que eu tive de subir a serra para conhecer e da outra que comecei a conhecer por uma ligação em uma tarde qualquer... Indago-me toda vez que vejo algo que me lembra elas... Como seria se estivessemos juntos? Se o destino não fosse ingrato e não tivesse colocado curvas e dificuldades nesta vida... Acredito que estaria sozinho mas com pouca história... Sem choro adolescente e nunca teria passado aquelas doze noites em claro, em diferentes anos, escrevendo, chorando, bebendo e tentando buscar as respostas na minha vida amorosa... Eu poderia ser mais vazio mas algo teria mudado nesta vida e talvez eu nem fosse o poeta que muitos conhecem, não seria o menino doente que fica sempre com perguntas na mente e fica triste quando escuta músicas e se encaixa no contexto de um todo. Eu teria algo a me orgulhar e não este vazio que conforto em meus braços... Eu teria uma foto perdida na gaveta e lembraria de todos os momentos que passei juntos... Eu seria diferente de tudo... E mesmo hoje eu sendo diferente... Eu ainda casaria, teria filhos e seria muito feliz... Se fosse com aquela menina única e linda que um dia eu disse que amaria para sempre e todo o sempre... Em um dos meus poemas, em alguma noite solitária e bohemia como eu passei...

janeiro 04, 2006

Colorindo as paredes do meu coração...

Escuto frases soltas de músicas que batem na minha mente, trazem alguma lembrança e um pouco de sonho. Não amo pois tenho medo do sofrimento que vem antecedendo sua presença. Mas quero encontrar alguém para endereçar as minhas linhas, as minhas liras, poesias e toda sinceridade que brota da minha vida. Certa vez, numa dessas estradas perdidas que peguei procurando, um velho poeta me demonstrou esta busca. Falou do sofrimento, das noites sem dormir, de tudo parecer ter significado ou perdê-lo pois não se tem para arfar em peito brando. Não deixou eu me esquecer, como se fosse possível, de tentar controlar os olhos e não perder a vista em algo que aparece na sua vida e falou desta inspiração louca, que me mata aos poucos, que traz tantas respostas que deixam duvidosas as minhas tantas perguntas. Aparecem poesias certas e destinadas mesmo sem conhecer a amada, sem saber dos seus sentimentos. Falou por último, antes de me deixar seguir, dos planos que são traçados pelo coração e dotados pela mente, que nunca se concretizam e causam a angústia e tristeza da vida. E foi por isso que continuei e, mesmo sabendo o tão errado que era, busquei te encontrar, te ligar, te desenhar e até a sonhar. Infelizmente eu ainda estou no prado e completamente só na chuva de ilusão que este coração mandou criar.