março 22, 2005

Canção de ninar para os ninhos dos órfãos...

Grampear o sentimento em um envelope incolor que não se desfaz com a chuva ou mesmo com a névoa de um verão chuvoso. É isso que eu senti quando passei pela passarela e embaixo vi um mundo de seres minusculos e sem formas definidas. Foi isso que o telefone branco cantou em meados das onze horas da manhã de um dia incomum de domingo. E a caneta em plena valsa de papel pintou e brandou, em seu lindo e brando momento único, a liberdade que é feita através da prisão única dos famigerados platônicos. E ao acordar não sabia mais destinguir cansaço de fantasia, sonhos de um frio banho e a garganta inflamada da febre alcoólica gripada.
Melancholy Sickness

março 21, 2005

Seu anel transcreveu em momentos os meus sentimentos...

E queria poder realizar sua vontade e seu desejo e cantar de peito aberto o nosso momento. Queria poder rimar em doces palavras o que senti nesses dias. Queria poder desenhar o quanto de beleza a noite representou. Queria fazer o impossível para você. Poderia escrever um mundo de amor mas não consigo. A alegria é grande em meu peito e não consigo trancrevê-la em ações ditadas. Ainda lembro seu sorriso, ainda sinto sua pele, ainda beijo sua mão e aperto perto de mim. Sinto seu beijo como se nada mais importasse e ainda escuto sua voz dentro de mim. Por isso não consigo te escrever nada além. Talvez um dia que a lua esteja tão linda como estava, não tenha nenhum vinho em meus pés e eu fiquei sozinho em algum lugar, eu possa transcrever tudo o que senti naquelas noites. Até lá me desculpo com maior sinceridade por isso, mas saiba que tudo foi especial para mim. Não te quero pois aprendi que não conseguiria viver com você, mesmo assim te amo cada vez mais por tudo que você representa em minha vida. E como diz aquela música que você tanto gosta... "Um céu sem estrelas, uma praia sem mar"

março 17, 2005

Pela última vez queria ouvir...

Ouvir o chamado de uma paixão ardente. Ouvir o estalo de um beijo roubado naquela tarde normal. Ouvir o sussuro de uma voz doce e delicada, quente e terna, branda e macia. Ouvir um telefone tocar e ser a pessoa que espero. Gostaria de uma última chance para fazer tudo que achei certo, para demonstrar até onde poderia chegar e ser feliz. Uma última tentativa para ver se daria realmente certo, para ver se nossas promessas seriam realmente cumpridas, se nossos sonhos fossem virar a realidade de nossas vidas. Mas agora é tarde, a solidão me conforta pelo mesmo motivo de sempre e a nostalgia me beija com o prazer de uma dor que se prolonga através do tempo... Através de tudo.
Melancholy Sickness

março 15, 2005

As diferenças fizeram as escolhas dos caminhos...

E ele era simples, curtia rock, cerveja, amigos verdadeiros, rir da vida, viajava para reencontrar pessoas e conhecer lugares novos, vivia sem dinheiro por causa desses mas nem se importava com a vida. Sempre sorria mesmo. Ela, a típica menina-certinha-safada-mascarada, baladas, zueirinhas infantis, alcool vexaminoso, roupas da moda, consumista, presa no mundo por causa desses prazeres. Ria com as amigas iguais a ela. E foi no trânsito infernal, ele no carro velho dele e ela no novissimo dela, que se olharam e atraídos pelo desconhecido se aventuraram nas curvas desse rio que é o amor e anos seguidos de anos, acabaram vivendo um amor diferente, novo, surreal e apaixonante. Grudento, infantil e inocente. Amor este que guiou ambos para um mundo impalpável de prazer. Foi assim até a morte chegar e arrancar um do outro. Foram enterrados em tumbas separadas e distantes como nunca quiseram, mas também não poderiam mais reclamar. Um dia depois eles já haviam esquecidos de como era viver um com o outro e aí perceberam que este amor surreal de mundos diferentes foi na realidade uma fuga dos seus próprios pesadelos atormentados. Nunca mais, nem na eternidade terminável, eles quiseram olhar um para o outro.

março 14, 2005

Como mudamos em pensamentos as ações redundantes...

Faz, mais ou menos, sete anos que escrevo. Entende-se escrita como uma forma que sempre tive, sempre nesses sete anos, de demonstrar meus sentimentos/pensamentos/vontades/alegrias/tristezas/e afins em forma escrita e em papel bonito ou não. Foi por causa de amor que comecei a escrever minhas linhas tortas e apaixonantes. Foi por causa de amor que criava versos e foi por causa de amor que criei minha primeira poesia. Não a tenho mais, foi perida no tempo como muitos dos meus textos... Mas lembro quase perfeitamente dela. A primeira é sempre a primeira e nunca será esquecida. Era uma poesia baseada na música "Live Forever" do Oasis... Até a forma de fala da escrita lembrava a música. Era bem triste, e talvez seja por isso que não consigo escrever alegrias pois acho que falta sentimento nas pessoas felizes. Nela coloquei toda minha melancolia por amar e não ser correspondido, nela coloquei toda pureza de um amor que nascia em meu peito, coloquei sem dúvidas toda minha inocência perante este sentimento aflorado e cantava toda uma esperança que nascia dele. Ela era endereçada a sua dona... E pra ela entreguei. Lembro da cena completa. Nunca quis formalidade, nem me preparei e decorei palavras bonitas para se falar. Simplesmente a chamei e entreguei em um envelope branco e falei "Dentro você vai encontrar todo meu sentimento por você". Lembro que meus olhos lacrimejaram como os dela. O beijo foi fruto do inevitável. E no dia seguinte quando ela me viu o sorriso foi o resultado mais lindo que poderia sonhar. Momento único de gozo eterno de prazer... Depois daquele verão comecei a cantar a saudades, os sonhos, os pesadelos, a falta que me fazia um sorriso. Escrevia muito e depois, por decepção de um amor avassalador, joguei todos eles fora bem longe de casa, com medo de encontrá-los ainda no chão de meus caminhos normais. Hoje, anos e anos de novos textos, vejo que continuo o mesmo sonhador, o mesmo garoto inocente que ama o sentimento puro em pessoas de sua vida. Percebi, depois de muito errar, que eu preciso entender meus textos e ninguém mais. E por isso sou assim, intenso mas insignificativo, apaixonante mas misterioso... E talvez serei assim para sempre.

março 12, 2005

A Escuridão ganha vida em meus dedos sedentos...

Tudo parece normal mas normal mesmo
é ver a vida do ângulo oposto do vértice comum
A vida parece transcrita
na parede pintada de Porque sem razão
Tudo parece deserto
mas na realidade é surreal
Trazendo a vida sonhos e lembranças infantis
Caminhando entre espaços ocupados
Do véu da culpa e destino intransitivo.
Outro caminho deixando a loucura
E talvez eu seja mesmo intragável para a pia mundial
Veja que o erro sou eu por tudo
E sim eu vou continuar dessa maneira até brevemente
Ver desistir os sonhos de mim e ver tudo fugir
Pela janela baixa do quarto escuro iluminado.
E tudo continuar normal como sempre foi.
Melancholy Sickness

março 06, 2005

Muito tempo depois as figuras voltaram...

Sempre caminhava serena e branda pelas ruas de marfim e pedregulhos. O sol era companheiro, conselheiro e confidente. Os olhos buscavam as pessoas conhecidas que recebiam um aceno do seu sorriso. Acreditava no que via e no que o sol lhe punha no caminho iluminado. E pelo revés da vida era assim, dia a dia... Sentia-se completa, sem novidades, vazia e feliz. Caminhava para o fim todo fim e acostumou-se assim... Veio a chuva e ela, por medo do mundo, não saiu de casa e se reprimiu em sua varanda a chorar por uma coisa que ela pensou ser infinita. E custou a sonhar por um mundo mais diferente.