fevereiro 28, 2013

O Adeus de uma estrela…

Ninguém sabe como uma estrela morre. O que ela sente em seu último suspiro, quais foram suas últimas palavras ou qual foi seu desejo de vida. Ela morre e se perde em uma escuridão infinita, que foi tanto sua vida, quanto a causa do seu sumiço. Ninguém decora seu lugar no firmamento, pois quando notam sua presença, ela já não está mais ali. Sua alma se foi e nem tem ideia de quantas pessoas a estavam olhando. O sol apaga essa angústia, faz a limpeza mórbida de um céu que tem tanto mistério, quanto farsas. O sol tenta trazer alegria, em um cenário que viveu na solidão silenciosa seus maiores triunfos. Pedras que se chocam, gelo que brilha e corpos que se movimentam sem ter força para mudar de órbita e dançar sua própria música. O mundo imita o céu como se fosse uma coisa bonita e forte, mas é morto e melancólico, impuro e sem vida. Mas todos o copiam, pois ninguém jamais entendeu este firmamento que está sobre nós...

fevereiro 21, 2013

Dos tempos que selos eram presentes...

Houve um tempo em que mandar uma carta trazia alegria. Passei correndo várias vezes pelas linhas, contando fatos, descrevendo outros, criando fantasias grandiosas e tentando imaginar como isso refletia na outra pessoa. Era um exercício complexo, pois além da letra ser interessante, a dinâmica da carta era importante. A escolha certa de cenários, de assuntos, da dose de tristeza com a euforia bem controlada. O problema é que o tempo passou. As letras agora são iguais, escritas por todas as pessoas que conseguem conectá-las e criar um sentido inviável entre elas. Tudo parece mais do mesmo, parece que já foi dito antes e os filmes se repetem. As pessoas se esqueceram de dosar e apenas se preocupam em contar seus feitos, inchando a paciência alheia e temporal do leitor. Talvez eu também cometa do mesmo erro. Talvez minha redundância poética me faça sempre andar em círculos viciosos, com os mesmos cenários e sinônimos de romantismos que pulam de texto para texto. Talvez eu sempre me perca na maneira de terminar, de parar por um instante deste sentimento e guarde um pouco para o próximo fim... E fique sempre nessa angústia de nunca saber, de nunca entender e de nunca terminar. Por isso minhas reticências são maiores do que meus pontos de fim. Mas é que depois delas, sempre vem mais uma história, mais um enredo montado e mais uma novidade, que nunca me cansa, mas já cansou tantas vezes...

fevereiro 14, 2013

Os detalhes trazem histórias...

Cachoeiras erguidas pelos montes de feno, sol escaldante no pós-feriado que deixou alguns para trás. A sede amiga que encontra em uma fonte seca o paraíso eterno. As badaladas de um sino que se perdeu na mudança climática. Borrões que criam momentos eternizados por suas molduras orientais. Um passado impossível de se escrever que retoma como o enfeite do andar de baixo. A mobília que contém as características tão familiares que os sorrisos de agradecimento não conseguem conter. Do copo ao acorde menor. Do ritmo ao toque final. Do verão ao paletó da véspera. Da vida falsa que se imaginou ser boa, até o voo da felicidade que jamais alcançou a altura desejada...

fevereiro 08, 2013

Entendendo a busca de significados...

Um capítulo é construído com base em seus passos e respiração. A história se desenrola por comodismo de uma cena comum e preguiçosa. O cenário é construído com pequenos detalhes e grande capacidade de se mudar tudo. Do início ao fim, de um despertar até uma partida qualquer, de uma folha solta do caderno até as despesas de uma vida. Um mundo é feito de pequenos pontos escuros que se transformam em lápides planas e de identidade escolhida. De deserto quente até um encoberto litoral manso, de guerras pesadas até beijos escolhidos de uma tarde. De gritos guardados por temperos até fotos escondidas na carteira mais próxima. Se isto tudo é um mundo, então deve ser explorado continuamente, pois é no seu infinito que a fonte disso tudo está. No seu infinito é que todos os propósitos se juntam e as perguntas não possuem mais sentidos. É lá que todos os nomes, capítulos, caminhos e desilusões vividas são explicados... Mas o caminho é longo e camuflado de ideias, mas a natureza do dia nos leva a buscar cada vez mais...

fevereiro 03, 2013

A certeza da vida é o Adeus...

Não temos ideia do último adeus. Do seu início, do seu meio e muito menos se fizemos do jeito certo. O orvalho não é diferente, o vento não traz nada além de seu uivo. Os pedaços não se unem, continuam como cacos iguais aos de sempre... Mas o Adeus existe. Quando existe, faz de sua existência a certeza para alguns e sua inercia para tantos outros. Não se mede, não se sente e não se prevê... Mas a certeza que ele sempre existirá. Sempre vai ficar uma ponta solta, um nó frouxo, uma imagem comum, uma briga sem fim, um beijo simples, um calor morno... Sempre vai ficar faltando um sabor a mais, um agradecimento aqui e outro ali. Mas, a certeza da vida é o Adeus e dele sempre podemos esperar uma das maiores surpresas, pois ele tira na sua hora. Tira o que já passou do tempo dele, nunca do nosso...