dezembro 13, 2006

Sem obus ou refugos de orvalho sereno...

Ae peles deixaram marcas no corpo virgem de aprendizado, sereno pela brandura porém perverso pelo olhar. Os sonhos desenhavam planos perfeitos na mente jovial, porém a realidade era implacável na realização e nunca deixou-me sentir o gosto de um gozo pleno. Sinceridades a parte, encontrei-me sempre no lado escuro da vida... Remoendo sentimentos, buscando respostas, caminhos ou cantigas para exemplificar o sofrimento carregado. Nunca achei e nunca aprendi como deveria ser certo nesta descrição. Por conta disso passiei pelos moldes, escolas, mestres e manuais... Criei algo da mente, algo novo porém conhecido... Criei uma vida em palavras, amada e odiada, ovacionada e vibrante... Nunca cheguei perto da cruel realidade... Porque me disseram que a vida era poesia barata, esdrúxula, fria e incalculável... Sempre pensei diferente e por isso, para minha morte, eu ditei palavras que ficaram boas em um soneto livre. Nunca me ensinaram como eu deveria ser para isso...

E terminei minha vida escrevendo sonetos
Rimas soltas apaixonadas ao vento
Poesias completas endereçadas para a alma
Que de tão branda, reluzia perfeita.

Foi de início triste, passando a escuridão
Do gozo sincero a tenra depressão
Encontrava nas linhas sinuosas e rochosas
Esta completa e apaixonada maldição

Foram dias inteiros imaginando este lindo fim
Tentando encontrar, no nada, alguma beleza final
Algo que chegasse perto de uma morte triunfal

Em ruas do meu coração eu me pus a procurar
Outra palavra que mostrasse o presente que andei
Porém só achei o pretérito imperfeito de vida: AMEI.

novembro 26, 2006

Fui sendo levado pela insanidade perversa...

Lancei dados ocultos em névoa clássica, pendurei por ponteiros que marcavam alguns instantes desenhados nos muros de outrora. Caminhei pelas pétalas da vida de uma daninha, serena e carregada de culpa pelos lados. Avistava cores que simbolizavam pessoas ou talvez fossem pássaros, que voavam livremente pela pista estrelar. Talvez fossem escolhas ou alguma fechadura perdida neste caminho curto, porém sinuoso. A música embalava os problemas, porém eram nos inversos que a resolução dos problemas se intensificava. Aplicava regras, colhia resultado, verificava a natureza material de ser... Tudo tinha o custo vital. O semblante fechado pela tristeza acolhia agora o inverno que vinha quente e chuvoso. A vida sempre mostrou mapas, oportunidades e rasteiras prontas a se moverem no Xadrez Mortal. Um xeque ou um movimento de pedras errado, fazem você perder peças importantes, porém o adversário é sedento e logo aproveita para uma segunda chance. As palavras se desordenam na cartilha poética, a escuridão avança pelo vale de planícies... Sempre tentando se mostrar pecador, porém com amor em lira suave. O bilhete amassado mostra o último destino da mochila viajante... E sempre estará pronta para outra, só é preciso a alegria de seguir em frente e se mostrar pronto para picar sonhos em migalhas e se alimentar do gosto inexperiente da vida...

novembro 21, 2006

A enfermidade motiva a poesia interna...

Ser acordado pelo pleno orvalho e pelas pétalas de vida invísivel, desatando os laços unidos e fantasiados de um relacionamento vitalício. Abrir os olhos e buscar a fuga certa para a caça desesperada do viver, relatar em pequenos contos a epopéia da vida. O enfermo busca a esperança na janela pingada de chuva, nessa hora se perde em pensamentos melancólicos e duvidosos questionamentos. Busca a necessidade, corre pelos corredores da sua mente albina, um grito desesperado e angustiado para se sentir novamente vivo. As horas nunca passam quando estamos tristes e confusos, traçamos planos e promessas para possíveis empreitadas perigosamente suicídas e nunca teremos o sangue-frio necessário para iniciar a batalha. Cada dose do remédio é medicinalmente controlada para trazer o alívio necessário, a falsa cura por horas, para que, pelo menos nesse curto espaço, possamos nos lembrar como é a vida sem nossa doença. O enfermo sabe disso pois são os únicos momentos que consegue dormir. O apaixonado pelo mundo desconhece este conforto, mais uma vez se acaba nas promessas embriagadas e sem destino. Caminha pelas ruas sem conseguir olhar para frente e enfrentar sua depressão. Busca o conforto em coisas mundanas, doses e fumos. Relaxam e criam um paradigma novo de alegria, horas se passam e com isso ele consegue dormir um pouco. Os sonhos são diferentes para os dois, pois eles já passam a diferença na realidade. Um tranquilo o outro carregado. Um ascendente e outro descendente. A única semelhança é quando acordam, sem efeitos adversos e a angústia inicialmente relatada, se mostra viva e presente e os desejos antigos se tornam mais uma parte da vida. E é perceptível que falamos de uma única pessoa, presa nos seus sonhos e acometido de uma doença impraticável... Ele a amava.

outubro 19, 2006

Eu relembrei de todos os momentos...

Foi mais uma vez que eu estava no bar, bebendo minhas cervejas... Sozinho na mesa... Olhando o infinito ou o lugar que antes ia diariamente... Olhei as paredes mudadas, as mesas sempre iguais, o balcão... Lembrei das inúmeras amizades que fiz ali... Desde dono, funcionários ou simples clientes... Era mais ou menos minha segunda casa... O lugar que meus pais sabiam que eu iria e conheciam também... E eu fui lá porque estava acabado, deprimido, nervoso... Triste... Quase perdido no caminho milenar, mas seguindo a corda-guia da rotina. Pensei nos problemas, nas soluções, nas variáveis e medidas... Lembrei de músicas, de poeias, de brigas e das discussões... Dos planos traçados até os que foram derrubados... Da simples matada de aula até o conselho regado ao álcool... Pensei em desistir de tudo, achar novos rumos para minha jovem vida. Pensei em conversar diretamente para expor a situação... Pensei em gritar de peito aberto minha angústia... Lembrei das festas que fiz ali... Da reunião de amigos e das vezes que cheguei em casa por sorte. De como éramos lembrados e provei que nunca fui esquecido. Do aperto de mão drenado pelo tempo até o pedido de retorno breve. No fim fiquei com o sorriso no rosto, de um lugar que nunca deveria ter mudado... Porém foi suficiente para enxergar mudanças necessárias... Tanto minhas quanto externas... Sentimentais quanto racionais... Foram duas cervejas, antes da obrigação... Pouco mais de trinta minutos... Quase quarenta... Que fez eu me sentir vivo e calmo para pensar e repensar sobre qual rumo minha curta vida deve levar... Necessário para ver que mudanças existem e outras traçadas de rumos são extremamente importante na nossa vida... Morreram seis reais e renasceu a minha esperança redudante velha de guerra.

outubro 18, 2006

E foi assim que eu te disse...

Não me importei com o horário, lugar ou situação... Não conseguiria mais aguentar dentro do meu coração a pergunta fatual... Não fiquei completamente feliz com a resposta, porém aliviado... E talvez disso saia a maior importância de todas... Nunca quis saber os motivos porque não pertence a mim... Nesta esfera pactual eu fico na marginal do saber... Na redondilha menor dos versos, perdido na perfeição de sonetos e rimas simbolistas... Vou guardar para sempre o momento, poucos copos, sorrisos, novas amizades, o básico conhecer, os sonhos, desejos, vontades, realidades e mitos. A pefeição estava ali por um curto período... Porém se esvairou ao perceber do erro e deixou a ventania noturna como companheira total... Fiquei pasmo, quase doente... E eu nunca poderia querer mais, sem antes te conhecer...

setembro 26, 2006

Talvez tudo se encontre num acaso disperso...

As mentalidades se chocam, trazem o incosciente da flor, uma pele morena branda e nunca acostumada com a intensidade necessária da poesia. Um quê de dúvida e significado, um jaleco da pureza estampando o pecado capital, números aleatórios que mostram a codificação da vida. Perambular sobre a vida, textos e idéias, talvez nunca sejam retratadas e ouvidas, talvez sejam transferidas para outro aquém. Pétalas ao vento, letras na areia, canções no papel... Seria tudo um complemento único, se fosse dono desta razão. Danço pelas vielas, ruetas e cidadonas. Construo vários projetos aqui, ali e acolá. Sou o poeta desvairado, sempre compreendido, eternamente odiado e impossível de ser esquecido... Talvez sina ou benção... O futuro irá me dizer... Naquela mesa de bar, onde brindaremos um possível final para a vida. E eu nunca pensei que ele deveria ser feliz...

setembro 17, 2006

Mais uma parte da minha vida...

E foi assim que as velas se apagaram com o vento, a mágica foi desfeita e talvez uma ponta de verdade apareceu. Nunca seríamos um do outro... Nunca. E é assim que ficarei... Sozinho... E hoje eu canto as poesias sozinhos no mundo, sozinho por escolha... Sozinho por ter sonhado demais... E não aconteceu nada, mas estou sentindo a falta, a falta de manias, a falta de rotina, a falta de reconhecer... Uma alívio sútil, porém... um alívio que traz a alegria e tenta encobrir a falta que você faz na minha vida... A linda falta que eu senti todos esses dias... A falta de ter mais sonhos planejados e não realizados... E essa é a minha sina, o sofrimento por amor que eu tanto fiz, colho grão a grão por sua causa. Este é meu cruel destino... Por amar demais o impossível e desprezar o possível que sempre tive em mãos... E este é o jeito que vou morrer... Pelo menos deveria...

agosto 31, 2006

Drenado pelas cordas vocais atônitas...

De nervoso tinha os lábios que tremiam em direção a um abismo de palavras ingratas. As mãos saltitavam pela superfície procurando o albornoz para esconder e não parecerem perdidas. Olhos, estes lacrimejavam de pavor e nunca focalizavam algo por mais da fração existente. Pernas tortas, sempre, e balançavam a um sabor de vento convidativamente seduzido. O cérebro tentava não entrar em curto e processar as informações ao mesmo tempo que mandava o coração obedecer... Este último pulsava disparado, um misto de sabor acre e doce... Uma mistura de alegria, tristeza, nervosismo e gozo... Não sabendo qual e como seria o final. Foi neste cenário que foi montado o Ele e Ela, os medos adolescentes adultos, os olhares encontrados no caos... E o beijo aconteceu. Foi aí que criou-se, enfim, os planos de amor, as juras bizarras, o desejo do infinito... Foi desta maneira que sonhou, na tarde qualquer, o beijo perfeito e o início do amor da vida.

agosto 27, 2006

E vão se abrir as cortinas dos espetáculos...

Dentro de seis dias vai começar o que promete ser a maior empreitada rockeira da minha vida... Dentro de seis dias vou embarcar no meu mês do rock, dos shows e de todo aquele sentimento que amo tanto... Shows, lugares novos, amigos de longa datas, músicas vivenciais, bandas importantes e talvez melhor show da minha vida... Sexta-feira, dia 01, começa o mês de setembro e junto com ele, abrindo a cortina total e fazendo a minha preparação, Street Bulldogs... Em Piracicaba... Lugar novo... Depois, na outra sexta, The Ataris em São Paulo... Segunda melhor banda, segundo show de setembro, candidato forte a "Melhor Show da Minha Vida"... Depois dia 22 temos o tão famoso e aguardado Vans Zona Punk Tour... Noção de Nada, FISTT, Shilleper High, US Bombs e Pericles... Segunda edição do melhor festival do ano passado... Com bandas diferentes e bandas essas que fazia tempo que não via e admiro tanto... Fistt e Noção... Depois disso... Uma semana depois, dia 01 de outubro, finalizando meu mês do rock... NOFX... Impossível adjetivar o que NOFX representa para o mundo... Não sou dos maiores fãs... Mas NOFX é história viva... E merece ser creditado entre os melhores shows... Imperdível... Cada segundo, cada show, cada centavo gasto... De todos eles... E que venha setembro... Que traga boas novas e bons fluídos... Que deixe mais feliz e apague a sombra negra e dolorida de agosto...

agosto 17, 2006

O que as pessoas acham de mim...

Confiável ao mesmo tempo que dizem eu sou um bom mentiroso. Sabem do que preciso mas dizem que irei ficar mal. Que sou amigo mas não recebo nenhuma ligação. Que sou novo mas tenho cara de acabado. Que tenho o sorriso mais lindo mas sou perigoso. Que tenho cara de calmo mas não querem se meter comigo. Que sou triste mas nunca me viram chorar. Que querem saber de mim mas nunca para me ajudar e sim para satisfazer uma curiosidade que, supostamente, mata. Que querem que eu ajude mas não recebo um ombro. Querem saber como estou mas só para ter algo para perguntar. Me acham inteligente mas não provam que gostam disso. Então o que devo para viver? Ouví-las? Me refugiar no meu mundo? Fiz isso... Sabe que eu ganhei? Insultos, críticas e muitas, mas muitas mesmos, maldadades do tipo que eu sou egoísta, chato, preguiçoso, infantil, galinha, insuportável... E depois de dizerem tudo isso... Se foram, seguiram suas vidas... O que aconteceu depois? Quando elas precisavam de ajudas, me pediram perdão... Falaram que eu sou lindo, amigo, atencioso, gostoso, irrestítivel, apaixonante, psicólogo, companheiro... O que elas precisavam? De sexo, de um beijo confortante, de um ombro para chorar e desabafar a vida profissional / pessoal / sexual... Precisavam de uma fantasia real... E acharam EU... Sorridente, amigo e sincero... E depois que enjoaram? Jogaram fora como uma criança mimada que cansou do brinquedo do Natal e quer um novo que saiu e aparece na TV... Fui objeto por muitos mas muitos anos... Simplesmente cansei e resolvi viver minha vida e não acreditar em promessas que nunca vão se cumprir quando os OUTROS não quiserem... Eu também tenho vida, sou humano, tenho meus sonhos e objetivos... E preciso das coisas em algumas horas... Nada mais igual do que o resto...

agosto 12, 2006

E minhas antigas lembranças nas noites de clausura...

Encontrei as velhas lembranças, escritos nos amorosos anos passados. Anos aqueles que brindavam o platônico, as esferas de alegria. Descobria o mundo da liberdade, do contato intimo. A liberdade do ter. Lendo revivi todos aqueles momentos que, ao sabor do álcool, me deixava levar para os caminhos de poesia. Experimentei o extremo, o excesso... Brindava a boemia a cada nova manhã de recuperação. Contava as horas para a noite e nelas ia-me sorridente. Dessas andanças nasceram amores e outros tantos foram revividos. Eu era livre e com combustível de vontade. Atrevia, usava, sondava e sonhava. Lembro-me de alguma escuridão, de tristeza e noites mal-dormidas... Lembrei dos momentos e tratei de esquecê-los, pois estavam enterrados. Voltei ao hoje, ao não poder... Enclausurado na angústia e nas lembranças da solidão extrema. Do peito caloroso doendo pela falta. Estou mais vivido, mas vazio... Alegre porém incompleto... Não sei até que ponto vale o sacrifício da mudança. Mas tenho esperanças e sei que não vai me abandonar. E só me resta escrever para entender a angústia que corrói e a minha única companhia depressiva, que chamo carinhosamente de Minha Vida. E eram apenas poesias cantando a solidão e o platonismo saudável... Pelo menos naqueles anos eu tinha por quem cantar. Hoje nem sei mais a cor deste caminho e nem sei mais como trilhar...

agosto 08, 2006

Promessas e Desejos Semeando o Vale Curvo...

Talvez as coisas que seriam mais especiais se fizeram quando eu era muito novo... Visitei lugares que se fosse hoje talvez nem voltasse vivo, conheci pessoas importantes que talvez hoje me levassem para o mal caminho, pensei coisas que se fossem pensadas hoje me trariam tristezas... Ainda fico pensando o que pode ser certo e errado... O que é traição ou simples atração... O que pode ser considerado veneno e, descoberto isso, achar a acidez do gosto de alerta... Misturo idéias, idiomas, músicas, vidas e sonhos... Amo sem poder, vivo para crescer... Tenho as companhias que eu quero, mas não sou egoísta... E conquisto o que quero, pois sou intenso o suficiente para ser creditado. Jamais esquecido... Porque meus sonhos são feitos das lembranças boas que surgem e vivo em meus dias... As vezes existe uma tentação obscura que faz mal... Mas todos somos tentados aos desejos da carne... É bom conhecer...Melhor ainda sentir os olhos lacrimejarem por reviver algo que lavou a alma... E hoje, ao voltar para casa, eu gritei o máximo que pude... Sensação de liberdade... A liberdade mesclada a uma saudade imensa, a vontade de falar tudo que se quer para ser entendido, e, talvez a maior delas, poder sentir o sorriso puro ao meu lado... Sem pressa para cumprir as promessas... Vou ter tudo que eu sempre sonhei...

julho 20, 2006

A little bit about my friends...

Foi assim que comecei a trilhar estradas. Traças metas, buscar objetivos e significados. Talvez nem tenha me importado em demasia sobre as consequências sobre meu passado... E as pessoas que nele estavam... Porém sempre fui cuidadoso sobre isto. Nunca dei um passo sem antes me garantir que tudo estava como antes, sem mudanças drásticas e rebeldes... Não sei me esquecer das vozes, dos momentos e de tudo que passamos juntos. Com estas mudanças, que todos passamos, vi pessoas desaparecer, não comparecer, viver outros mundos e em outra sintonia... Alçei meus braços para tentar a conciliação dos mundos, cansei nas tentativas. Cansei nos momentos que mais precisei e não existia a conexão mágica... Fui deixado para trás... Por muitos... Como muitos outros me estenderam os braços, as mãos, me cederam momentos novos... Mostraram caminhos... Compartilharam experiências. Por estes continuei, por estes vivi e ainda agradeço por isso. Tanto quanto posso. O resultado é estranho, porém prazeroso. Um remédio que tem um gosto ruim porém dá alívio imediato. Esta é a vida sobre amigos... Uns continuam perto, companheiros e insistentes... Outros buscam novos, falsamente sem esquecer dos velhos, companheiros de jornada e regam a amizade como um jardim gigante. Esquecem que só existe uma pessoa para regar este imenso jardim plantado e, aos poucos, algumas dessas sementes, que brotaram e criaram um fruto bonito e intenso, vão perdendo o brilho inicial e deixam o jardim para buscar a beleza em outros... Já perdi a conta em quantos já passei, porém nunca me arrependi de ter vivido um pouco... E tenho certeza, que os mais especiais, continuam ainda no meu coração e destes eu nunca vou sair.

julho 12, 2006

Foi dado o desespero pagão descritivo...

A descrição falhou nos minutos finais. Trazendo a tona algo desconexo, uma criatura bizarra, sem molde e perpétua. Alimenta-se do longínquo, dos momentos espúrios, da maleável lábia humana. Cresce desordenado, noite a dia, finito a infinito, ingestão a digestão... Percorre mundos, vilas, bairros e casas. Todos precisam dele e não enxergam a dor que lhes causa. Divindade posta a coroa ganha... É clamado. Criou-se então uma legião de adoradores... Como se fossem titãs correndo para a vitória certa. E Ele gosta, cresce mais... Parece criar diversas micro-diferenças de um tipo para outro... Porém são todos frutos de um só... Quase uma alma habitando o coração e a vida de muitos normais... Que ainda cantam de peito sóbrio, outros embriagados, que sem Ele a vida seria injusta, imoral e sem significado. E Ele nada faz, pois não tem consciência... Nada faz pois o sofrimento ou a alegria é o alimento predileto... Ele mata milhões e também devolve a esperança pra outros... E quem há de achar ele injusto ou initeligível? Ninguém os entende... Nem seus criadores... Uma experiência fracassada no minuto final... Transformando algo perfeito em desordenado. Algo perfeito em incontrolável... O que poderia só causar risos hoje cria lágrimas, tristezas, perdição... Mas Ele cresce e continua habitando os corações alheios... E de todos os nomes, o que Ele mais gosta é Amor...

julho 07, 2006

E assim foi aquecido o momento mágico...

No início era algo desconhecido, buscando simplesmente o conhecimento... O saber... Buscando sinais de entendimento, algo que pudesse fazer uma aproximação... E assim aconteceu, não lembro quando e nem como... AS mãos foram dadas e um destino, indescritível e inexistente, traçado. Foi-se um tempo aproveitando o momento... Simples não saber se estava gostando... Não existia o conhecimento... Pode ter sido lento e horrível, pode ter sido rápido e fatal... Nunca irei saber... O beijo veio selando a felicidade. Veio simbolizando algo que parecia fazer sentido. E rimos, como crianças, como anjos, como espíritos soltos... Do momento, do lugar, das pessoas, das histórias, do sabor... Rimos! Veio o fim... Incertezas, pensamentos, felicidade... Isso sim, felicidade. O próximo veio mais concreto... Veio mais vivo... Pouco conhecíamos, porém fizemos valer disso para sempre... Início, meio e o fim... Tudo com a mesma intensidade, nada triste, de algo novo e inexplicável... Se está certo, errado, bom, ruim... Só sei dizer por mim, nunca por ela... Causa talvez um estranhamento, unilateral, do sentido... Sentimento? Quem sabe... Eu ainda procuro entender para compreender... Porém as mãos e o perfume mágico ficaram em mim para lembrar...

julho 03, 2006

Separados pelo vento incostante da natureza cruel...

Éramos tudo, completos por amor e eternizados por razão.
Conhecíamos intimidades com olhares serenos.
E agora tudo é vazio... Nem nos falamos mais...
E por tudo isso que o inverno chegou.
Acolheu mais um em seus braços frios.
Emplacou, para sempre, as verdades não ditas.
O beijo faltante, o carinho a menos.
As lindas histórias e as risadas sutis...
As novidades brandas, o calor do nosso atrito.
Tudo é lembrança não lembrada...
Pois nunca mais foi vivida.

junho 18, 2006

E o reencontro aconteceu...

Era evidente que um dia aconteceria. Era certo que nos viríamos e trocaríamos palavras fulas na noite. Era evidente que eu iria pensar muito sobre isso. As horas foram poucas, me perdi no não-saber, coisas básicas sem expressões e algumas risadas lançadas no ar. Ao rever o mesmo olhar de anos atrás modificado, entendi o significado. Mudamos com a vida e esquecemos de tudo que poderia significar para nós. Crescemos e nosso amor infantil ficou para ser, talvez, contado para os inexistentes. Porém, mesmo sabendo de tudo isso, eu lembrei de cada minuto, de cada discussão e de tudo que existiu em nossa vida. Lembrei dos beijos, dos olhares, das mensagens e do choro. Dos presentes e até dos erros, das risadas e da companhia no momento certo. As inúmeras idéias e promessas apagadas pelo tempo. De tudo que seu nome simboliza. Sei que é passado, mas certas coisas não morrem e ainda diria para você: "Você é a mulher da minha vida, simplesmente porque eu te amo!". Eu gostaria de cumprir cada segundo com você...

maio 28, 2006

E tudo contagia a vida cotidiana que não se pode inflar ou desesperar...

Você que sempre era só minha... Tão clara e certa... Sempre tão linda...
Deixou ao vento a minha lira... Deixou ao mar meu canto profundo...
Agora espero em berço pardo... A redenção do meu sofrimento...
Profundo e turvo o meu olhar... Meu sorriso sem brilho flutua...
Buscando sempre as respostas... Das perguntas que fizera então...
Ao coração, sempre tão triste... Que bate e vive em função de ti...
E se tivesse alguma voz... Pra ecoar e fazer a canção...
Ser ouvida, ser cantada... Pela garganta seca, triturada...
Mas não consigo nem mais nada... A não ser deitar e sonhar...
Com a melhora, a esperança... De te ter em mais um momento...
Não é perfeito, tão pouco intenso...
Quero o simples complexo demais...
E no mais, nada em mente... Mas usufro das drogas sim...
Elas me trazem o gozo pleno... Elas me fazem você em mim...
Elas me mostram tudo que quero... Elas conseguem recriar o amor...
O amor... O amor...

maio 21, 2006

E eu estou assim...

Sua suavidade me assusta, a calmaria plena do olhar. O instante perdido inédito e a reprise dos momentos vividos pela vivência. A certeza do erro inconstitucional e humilde. A criação desordenada do bem-estar. Você como sempre a rainha dos meus pensamentos, dona da minha angústia acuada, retentora de toda minha tristeza e causa do meu maior amor. Incondicional, sem-limite, sem guarda ou atenção. Amor puro e verdadeiro. Amor até o fim da vida. Amor que cresce durante os anos. Simplesmente amor. E agora queria fazer as malas, planejar sonhos na janela de um ônibus, passando de imagens rápidas e cenários construídos. Começar a vida novamente, ter um novo nome e um novo estilo. Esquecer das manias e dos gostos, esquecer do caminho passado. E por dificuldades extremas acabo me sentindo pequeno perante a grandiosidade mundial, dos problemas e das causas que não me deixam voar. Acabo esquecendo do meu princípio e de toda a poesia corrente. Esqueço até de mim e me ponho a chorar os rios que ficarão para trás após seguir o caminho... Piorando aos poucos, encobrindo a real culpa e a necessidade. Transparência suja de medo, motivos insignificantes e maliciosos... Fazem-me continuar sendo a mesma pessoa, enganada e destruída. O mesmo que riem e o mesmo que recita lindas palavras que são sopradas pelo vento e levam aos kilometros as mesmas baboseiras gratificantes... Não sou mais eu, nem sei que sou e muito menos onde posso encontrar... Sem amor, sem vida, sem destino, sem proposta... Continuo a insolente rotina ditada pela subjetividade.

abril 29, 2006

As alcoviteiras que sopram minha vida...

Sopram boas, sopram más... Sopram nortes, suis, lestes e oestes... Nunca concreto e sempre abstrato. Nunca completo e sempre misterioso. São imagens desconexas mas que fazem sentido final, são sinais bizarros e completamente inteligível. Falam do cuidado, da bobagem, do perigo e da inocência. Do amor, do ódio, da alegria e da tristeza. Sempre obscuras porém com resultante clara e branda. Talvez sempre tenham dito a mesma coisa porém de intonações diferentes que transformaram sempre seu significado. Dizem, as vezes, coisas futuras que devem ser guardadas... E são simples alcoviteiras, mulheres da vida que percorreram os caminhos e guardaram suas lições e experiências, mulheres essas que entenderam do sofrimento da falsidade, da usabilidade, do prazer não correspondido e da solidão... Mulheres da vida bandida... Que perdem um pouco do seu tempo eterno, ensinando um pobre coitado a não seguir o mesmo caminho que tantas sofreram...

abril 16, 2006

E qual o preço você pagaria...

Para uma noite ao redor de amigos, cervejas, risadas, zueras e anos e anos de confiança. A pura, perfeita e longa amizade. Amigos brindando o impalpável, uma ajuda mútua... Um sentimento compartilhado e sabíamos que seria intenso. Foi assim meu último final-de-semana em Santos... Foi isso que senti ao olhar pro rosto de cada um... Cada zuera, risada, conversa... Somos únicos e imortais... Todos por um e um por todos. Nunca nos abandonamos e nunca iremos, talvez um pouco distante por causa da vida cotidiana mas nunca esquecidos... Sem falsidade, sem preço, sem porque... Simplesmente amigos! E foi isso que senti também em Serra Negra, na sexta-feira, onde fomos passar o dia e ficamos embriagados por tudo, conversamos, nos entendemos e continuamos trilhando a perfeição da amizade longa... Como comecei em Santos continuo construindo com novas pessoas e mesmo sendo novas, intensas e leais... E eu necessito disso, sempre foi assim e vai continuar sendo...

março 31, 2006

Foi sempre assim...

Sempre quis mais do mesmo, preferi do fim ao começo. As jangadas de emoção distantes ao som do mar fumegante. O princípio do consulado correto, príncipe de copas no carteado. Cachoeiras e redemoinhos de memórias, castiçais na dança champagne. Você por mim, eu por ti. Olhos e boca, mãos e pegadas. Brilho ofuscado na solidão da madrugada, estrela cadente carregada de mel. Esperanças nas provas de linhas, brancura no sorriso matinal. Sem razão, sem coração, sem tensão, sem destino. Rimas soltas e fracas, nunca perfeitas, em um lago de emoção e muito pesadelo brando. Lembranças arrepiam, sonhos concretizam. Brincadeiras revelam, confissões envergonham. Prazer inigualável, chocolate em dia frio. Você por mim, eu por ti, nós por tudo, vós pra sempre. E sempre o mesmo do eu e você, unidos ao rumo infinito que tem a cor que sonhamos sempre colorir. O caminho, os planos, as metas, o que foi nos dado, o que foi ganho. Tudo que existe após as reticências, o tesouro no fim do arco-íris, os três desejos livres, o encantamento celestial. Tudo que simplifica a vida por de trás da cortina de espetáculos mortais.

março 19, 2006

E novamente as águas de março...

Temia escrever sobre o efeito do astral... Onde ele sempre me traz suas lembranças e mais do que existir de especial... A tristeza se instala e o que mais me dói é sentir a distância, o silencio, a completa depressão por causa da nossa curta história enfática. Fomos quase tudo, realizamos e descobrimos um mundo... E todo março eu volto no mesmo ano, na mesma janela, com as mesmas músicas e os mesmos sonhos banais que tinha. Você foi a primeira que me despertou o amor, que fez eu encontrar a poesia dentro de mim. A primeira que fez eu chorar e nublou os vários dias da minha vida... Eu te esperava, eu te amava, eu te escrevia, eu te venerava... Se era infantil, errado, novo, inexperiente... Não me importava... Tudo tinha motivo porque era por você e sempre foi... Te escrevi tanta coisa mas sempre tive medo de mostrar... Mas lembro quando te entreguei o meu primeiro texto... O nervosismo crescendo e o teu sorriso depois foi o mais lindo que eu vi... Só este gesto valeu todo o sofrimento, fez selar, para mim, uma recompensa única... E depois de seis anos só aumenta a saudade, a distância, o silencio que temos de viver... Não sei de você, como está, onde e nem os seus porques... Continuo minha vida mas sempre vai existir março, os dois dias que nos separam... E você sempre vai ter sido a minha primeira... Em tudo e por tudo.

março 02, 2006

A rotina cita os passos a serem castigado pela harmonia...

Se tudo é o mesmo por que buscamos o que não conhecemos? Por que contemplamos um desconhecido e infinito universo de probabilidades? O medo de se deixar levar, o medo do sentimento e simplesmente o medo do mesmo, faz-nos carentes corredores do impossível. Fracos e metódicos apreciadores do sistema insolúvel. Um olhar, um acompanhamento bizarro, uma torrenta tenebrosa. Sem razão, conhecimento ou tato. Lançei-me em uma viagem solitária para tentar desvendar meus desejos. Bebi, sonhei, escrevi e pensei... Como pensei! Sobre eu, nós, vós e eles... Sobre os tempos verbais e a regência mundial das palavras. O certo, incerto, correto e errado. Tudo, quase, um pouco e nada. As lágrimas puseram fim a busca e continuei a trilhar o descoberto não conhecido do mundo sozinho e culpando os meus passos... A rotina virou vida.

fevereiro 23, 2006

Já não consigo ver as coisas que passaram...

A vida chuta cada hora para que possamos vencer os obstáculos e sempre continuar a seguir, coletando os pedaços que caem para irmos montando o quebra-cabeça do sempre incompleto. As manhãs, tardes sempre trazem algo especial que deve ser lembrado.. Um fantasma qualquer saberia disso e nunca deixaria um susto bom de lado... Não para a perfeita vítima, nunca para o hipocondríaco de plantão... Ou talvez seja carregado naquele gesto ofensivo, defensivo, solitário e mobral. Sempre damos o braço a torcer pela pior fatia e nunca nos deixamos levar pela leve brisa do mar eterno. Como o sal na água... A tristeza da vida existe, como também a beleza de sentir algo íntimo e ao mesmo tempo jovial. Monstros penetram o pesadelo adolescente, a mente inexperiente viaja a qualquer substância... E somente as olheiras carregadas pela noite que saberiam distinguir o bom do ruim e saber o nível exato a se entorpecer... Sem isso tudo é colocado na caixa de brinquedos esquecidos que só serão lembrados pelas lágrimas da recordação... Com as lamentações todas de desejos de se voltar no tempo.

fevereiro 13, 2006

Imprevissível podendo ser real...

Pétalas ao vento de almaço. Ferro ardente polar. Simplificando o complexo de mitos transcendentais. Forçando o coração a abraçar o impalpável. Percorrendo uma corrida pela camisa xadrez. A rotina sem fim se instaura na rede negra do lazer. Cores misturam-se formando algo neutro e binário. Tudo se desfaz quando não é o essencial da liga frutífera. Acordes molhados em uma chuva de notas e marcações. Sim, simples. Não, objetos. Talvez, figuras embaralhadas. Um perfume marcante no carro mesmo após um atrito. É o semblante do sorriso puro. O brilho maestrino do olhar. A diferença da divisão sem resto definido. Um fluxograma para entender o amor e seus méritos. Tudo, nada, pouco e muito. Placares modificados pelo urro interno dado com a intensidade necessária de se mover para o nada. Dobradiças de sono com a ignição momentânea da partida do não-saber. Os olhos se encontraram, juntaram a energia, interligaram o coração e aí se fez a junção do singular conjunto, do unido múltiplo. E era só mais um telefonema em um dia escuro de primavera. Pássaros cantando a fúnebre marcha da vida. Felizes, porém, carregados na sádica jornada da rotina e da obrigatoriedade.

fevereiro 08, 2006

E foi assim que redescobri minha tristeza...

Sentindo a dor no peito, acuado com o vento frio das manhãs, caminhando pela escuridão e tentando ser igual a tudo. Foi assim que comecei a redescobrir a angústia, a provar o amargo gosto da tristeza, sentir-se novamente sem vontade de vida. Depressão. O sorriso pesa, os braços não se mexem, o querer se esvazia, o ar falta. Eu sinto falta, sinto saudades. Quero mais, quero tudo. A inconsistência gera a dúvida e involuntariamente me atiro no abismo do não. Queria saber do olhar fraternal, das mãos trêmulas e suadas, do balançar involuntário. Queria ter, Queria ser. Sou o antônimo da vida mesclando-se como fantasmas no invisível do mundo. Sem cor nem vida. Sem vida nem amor. Sem amor nem riso. Sem riso nem afeto. Morro na vontade, nos lindos 1:23 minutos que falamos. No tudo bem, nas novidades antigas. Morro na simplicidade da vida, em ver que se lembra, em ver que os olhos pesam e tentam reviver burlando a distância. É por isso que eu me calo, porque eu não consigo viver assim, não sem sentir e muito menos sem desejar. Eu desejo, eu quero, eu espero... Mas os dias nunca me deixaram assim... Preciso de um olhar seu, aquele que me paralisou, que mostrou a perfeição da beleza... Preciso de um só olhar. Todo dia, toda hora que precisar. Preciso e talvez por isso que eu esteja assim, perdido e inerte. Carente e sedento. Tudo isso porque gostei de você e comecei a gostar...

fevereiro 01, 2006

E mais uma despedida de amor...

Eu sempre quis saber o porque das coisas serem assim... Sempre quis saber o significado de um sorriso seu... Sempre busquei a felicidade para ambos... Encontrei na simplicidade da vida, o tudo. O amor, o respeito, a amizade, o gozo. Todas as sensações desde a angústia até o prazer pleno em estar próximo. E eu nunca iria deixar de te dar um abraço, um último adeus, algo que simbolizasse, que fizesse lembrar... As vezes pensamos nas coisas complexas de um relacionamento e não vemos que um simples beijo, em uma tarde qualquer, preparando um almoço fosse simbolizar um novo início. Uma nova descoberta, com um gosto já experimentado, porém com mudanças. Se eu fiquei tanto tempo matutando ao escrever tudo isso saiba que nada me fazia perder você do meu pensamento... Nada faria sentido se fosse escrito sem um aperto do coração. Passagens de músicas as vezes dizem, sem querer, uma infinidade de coisas a nosso respeito... Você tem o significado da minha vida e eu só não queria te dizer Adeus. Não queria deixar-te livre para o mundo, não após tudo. Seis anos nunca foram seis meses... Quantas coisas passamos, quantos caminhos e quantas mudanças sofremos... Eu queria poder passar mais tempo contigo, pagar todas as promessas que agente fez na nossa adolescência inocente, ouvir mais histórias e contar os rumos que minha vida tomou para hoje eu ser assim... Apesar de ser sempre o mesmo contigo e você também para comigo... Crescemos mas nunca deixamos de lado tudo que construímos... E eu não consigo mais escrever sobre nós... Eu não queria ser só mais um amigo... Mas alguém a quem você lembrasse sempre e que fosse incomparável... Lutei por isso, construí nossa relação para esse propósito... Como você é para mim... Única e especial... Perfeita nos detalhes e em tudo que compõe seu nome... Posso falar que nunca vou esquecer o perfeito vinte e oito de janeiro de dois mil e seis e nunca conseguiria esquecer a hora... Um sorriso me foge do rosto mas lembrar sempre é bom, porém a solidão de agora é fria... Mas uma doce lembrança foi marcada e te agradeço por poder ter tido você para mim... Se hoje me despeço o meu coração aperta e a emoção é inevitável... Te adoro muito... E espero que agente ainda possa se abraçar, beijar e nos divertir neste mundo... Com saudades, com emoção, com amor... Do seu eterno...

janeiro 17, 2006

Movimentos na água e andares perdidos no sal...

Era perfeito. Era realização de sonho. Era novo. Era lindo. Era sentimental. Era sentido. Era vivido. Era estimulante. Era a concretização de tudo. Era tudo. E ao mesmo tempo nada. Era o mundo. Era uma folha de papel almaço, daquelas que agente tinha que fazer ditado no primário. Era um encontro de olhares. Era um sorriso. Era uma risada sem compromisso. Era uma troca de favores. Era o sem-querer querendo. Era atiçado. Era safado. Era de propósito. Tudo ou nada. Depende sempre do olhar depois. Do livre atrito das mãos que não sabem o que buscar. Nem o que achar. E sem saber o que achar eu fiquei aqui. Sonhando. Descrevendo tudo nas linhas poéticas livres do meu coração. Tudo amando demais. De menos. Menosprezando tudo. Focalizando a perfeição que não conheço a espécie. Tentando aprender. Apreender. Amar.

janeiro 08, 2006

E eu tenho saudades de tudo que já passou...

Como sinto saudades da menina loira que tinha o melhor patins de todos, da menina que morava na rua da locadora, da menina que eu tive de subir a serra para conhecer e da outra que comecei a conhecer por uma ligação em uma tarde qualquer... Indago-me toda vez que vejo algo que me lembra elas... Como seria se estivessemos juntos? Se o destino não fosse ingrato e não tivesse colocado curvas e dificuldades nesta vida... Acredito que estaria sozinho mas com pouca história... Sem choro adolescente e nunca teria passado aquelas doze noites em claro, em diferentes anos, escrevendo, chorando, bebendo e tentando buscar as respostas na minha vida amorosa... Eu poderia ser mais vazio mas algo teria mudado nesta vida e talvez eu nem fosse o poeta que muitos conhecem, não seria o menino doente que fica sempre com perguntas na mente e fica triste quando escuta músicas e se encaixa no contexto de um todo. Eu teria algo a me orgulhar e não este vazio que conforto em meus braços... Eu teria uma foto perdida na gaveta e lembraria de todos os momentos que passei juntos... Eu seria diferente de tudo... E mesmo hoje eu sendo diferente... Eu ainda casaria, teria filhos e seria muito feliz... Se fosse com aquela menina única e linda que um dia eu disse que amaria para sempre e todo o sempre... Em um dos meus poemas, em alguma noite solitária e bohemia como eu passei...

janeiro 04, 2006

Colorindo as paredes do meu coração...

Escuto frases soltas de músicas que batem na minha mente, trazem alguma lembrança e um pouco de sonho. Não amo pois tenho medo do sofrimento que vem antecedendo sua presença. Mas quero encontrar alguém para endereçar as minhas linhas, as minhas liras, poesias e toda sinceridade que brota da minha vida. Certa vez, numa dessas estradas perdidas que peguei procurando, um velho poeta me demonstrou esta busca. Falou do sofrimento, das noites sem dormir, de tudo parecer ter significado ou perdê-lo pois não se tem para arfar em peito brando. Não deixou eu me esquecer, como se fosse possível, de tentar controlar os olhos e não perder a vista em algo que aparece na sua vida e falou desta inspiração louca, que me mata aos poucos, que traz tantas respostas que deixam duvidosas as minhas tantas perguntas. Aparecem poesias certas e destinadas mesmo sem conhecer a amada, sem saber dos seus sentimentos. Falou por último, antes de me deixar seguir, dos planos que são traçados pelo coração e dotados pela mente, que nunca se concretizam e causam a angústia e tristeza da vida. E foi por isso que continuei e, mesmo sabendo o tão errado que era, busquei te encontrar, te ligar, te desenhar e até a sonhar. Infelizmente eu ainda estou no prado e completamente só na chuva de ilusão que este coração mandou criar.