janeiro 24, 2013

E a teia tecida de um varal perdido...

Ficaram tão bonitas as cores do laço. O presente do inquérito, a saudade do suspiro e o tão doce que melou os dedos de outrora. Guiou-te por um corrimão de luz do dia, um passatempo de sabor inteiro e até o comercial mais populoso ganhou a notoriedade da sua lira. O tempo pareceu não passar, os grilos se aquietaram na balança do problema, fez-se aquela leitura labial longa, de um monólogo que muda a vida. Que traz um convite de malícia, um sorriso de canto, um piscar diferente... Não é amor, muito pouco paixão ardente. É vontade que termina, que acaba na próxima página, mas que deixa o suor marcado no colchão dela. É apalpado para uma destruição, sem nomes ou rasgos desnecessários. De um volume acentuado, aos bombons jogados, da roupa medida e o calendário rasgo na sexta-feira. É tudo isso que vale, pois você precisa, precisa antes do sol vingativo. Antes do medo. Antes de tudo o que te levar para fora do samba. Para fora da rima e para fora da sina de fechar os olhos e dormir sem uma nova aventura, que te traga medo e os melhores sonhos criados...

janeiro 20, 2013

De teias e tesouros criados...

No decorrer do dia eu descobri o que deveria fazer há tempos. Descobri que não se vive de amor ou de paixões determinadas. Descobri que o bom é queimar as promessas em cacos de plásticos que queimem no asfalto. Espalhar o sal que alimentava minha sede e buscar outros destinos, outros horizontes de cores diversas que nem entendo a existência. Primeiro caem os corpos, depois descobrimos as redes que nos prendem em filos distintos, em labirintos borrados por paredes de sangue. Nada se sustenta com ensinamentos vazios, com ditados nada inteligentes ou de verão. As estradas existem, crescem e apenas simbolizam um dos caminhos a seguir e se você tem uma ilha desconhecida nos seus sonhos, você vai descobrir como desenhar este mapa para enterrar, como nos quadrinhos antigos, o X do tesouro mais valioso desses mares daqui...

janeiro 13, 2013

Eu continuo acreditando e caminhando…

Você me faz viver uma ameaça, uma tragédia anunciada que mesmo sem roteiro eu continuo vivendo. Por você. Você me faz acelerar nas entrelinhas, passar os mastros da sanidade e escalar os mais perigosos oásis de sentimento. Você. Você me reduz o ar que sustento, me tira o brilho das forças físicas e me deixa apenas o suspiro necessário para continuar a marcha. Com você. Apesar de saber o final, a eterna solidão e o sabor indiscutível da derrota, eu continuo vivendo estes simples segundos de euforia. Continuo por ser um otimista do passado, daqueles que acredita sempre nas mudanças dos mares e dos ventos. Acredita ainda, que o sorriso solto de uma tarde de sol possa continuar nos dias de chuva e que o beijo não termine, apenas seja suspendido por curtos momentos, para dar a saudade necessária e seu sabor acentuar e ser perpétuo, como eu imagino o Eu e Você.

janeiro 07, 2013

Meu tempo no mundo passou…

Sou de outros tempos e perdi o embalo dos mesmos de antes. Perdi a noção dos limites que antes eram verdadeiros, perdi o conceito de solidez para realização de sonhos, perdi os significados de fidelidade e companheirismo, que antes todos desenhavam como importante no relacionamento. Perdi o tato para dançar na valsa da vida, naquela tensão de conquista, na pretensão de ser interessante e ser desejado. Perdi. Não porque acho que vivo diferente, pois caminho próximo dos mesmos interesses e desejos, mas caminho quase sozinho. Os de antes, vejo relances por figuras espalhadas e parecem ter esquecido todas aquelas barreiras criadas. Trilham no presente coisas estranhamente felizes e normais, mas sem fundamentos e com uma velocidade de acontecimento muito maior. Antes tivessem quebrando paradigmas e fazendo algo novo, mas cometem erros que criticaram anos antes... Mas eu que perdi. Pois não sou mais gente de gente. Gente que se perde, gente que fica mais simples e talvez, no futuro, gente que fica mais triste...

janeiro 01, 2013

Da nova passagem – Visão 1

Talvez o fim do começo esteja iniciando neste estágio de uma viagem de férias com toques nostálgicos e frases soltas, que transformam o teu sentimento em algo tão perecível quanto um alimento estragado. Talvez o mundo esteja começando o processo de mudança de primeiro dia, daquela energia que a ressaca resolveu instruir e elevar até um patamar novo e completamente perfeito. Talvez as horas passem e o álcool resolva assumir o cansaço como alvo de críticas amenas. Que te traga um beijo de lábio rachado como uma recompensa crua. Talvez o mundo esteja iniciando naquele novo sorriso, de início de noite, de uma pessoa que te viu duas vezes e jamais sentiu seu cheiro. Talvez o mundo resista ao consumismo de substâncias além e apenas te traga o sol, o mar e o vento refrescante para jamais te deixar livre e tranquilo. Mas ainda acredito que toda essa beleza e este brilho se dissolvam nas margens da semana que se fecha e toda a rotina, as mesmas faces e mesmos tons voltem novamente. Infelizmente este ciclo é tão volátil que termina nas primeiras doses de mesmice...