maio 25, 2005

Sem saber porque...

Adentrou o recinto. Ditando regras, trazendo sofrimento, gritos e angústia. Adentrou como mandante da situação, não disse nada e nem mostrou gestos. Cara fechada, tapa na mesa e soco no estomâgo. Adentrou e ditou. Apartir disso lágrimas, escuridão e solidão. Seus passos corriam o ambiente, eram ouvidos por quarteirões. E também nem sei porque disse isso. Nem sei porque comecei a contar algo que não tem sentido. Quem sabe um dia eu termine o meu pensamento, pois inspiração inudou algum lugar distante, como a chuva fez o estrago no país todo agora, menos o meu coração e minha vida.

maio 20, 2005

Corro os olhos por tudo e corro tudo por tudo...

Corro os olhos pela rua em busca de companhia. Corro os olhos pela música de algo tocável em peito morno. Corro os olhos pelos livros em busca da minha história. Corro os dedos pelo dicionário em busca de significado. Corro em direção ao infinito. Sem sentido, escuro e solitário. Em busca sempre de algo que não se pode definir e sem saber realmente sem tem sentido. Sentimentos a flor da pele, relutando em algo difícil de imaginar e difícil de tocar. Suportavelmente indiscreto e misterioso. Sem futuro no leito dos mortos e sem chance para viver ao lado dos de vida. Autor de uma autobiografia inexistente mas explicavelmente vazia. Esvaziada pelo amor... Esvaziada pela solidão e solitária em companhia de muitos.
Melancholy Sickness

maio 17, 2005

A dura realidade do viver começa a render frutos...

Flores de outono juntas em um mesmo tonel ligado sem explosão. Páginas despedaçadas e contadas de um livro qualquer em uma estante suja de conhecer. Tinta desbotada e canetas que tentam gritar os últimos suspiros. Um amor calado de um romance picante e sem sal. Luzes, muitos olhos e nada de ação na aventura jurástica do viver. Torcidas, veias e sangue embalsamando um corpo que não morreu porque sempre irá ser visitado. Filmes e dialetos completam o cenário rústico e barroco, com perfeição e faltas. Tudo em um sonho lindo de verão com frio, chuvas e frutas. Tudo por aquela menina, aquela donzela do vilarejo. Engraçado percebê-la caminhando e suando por um mesmo caminho ondulado de morros. Triste perceber a solidão estampada em suas mãos tremulas e braços acolhedores. Caminhando por perto sente-se o cheiro do amor solitário... Caminhando por perto é quase possível tocar o desejo... Mas é de longe que conhece a verdadeira face desenhada. E mudei de assunto sem conclusão. A bebida pregou a peça e meus olhos começaram a chorar mais uma vez...

maio 14, 2005

A volta da despedida sempre foi...

E o peso voltou. A tristeza pesa em meu peito e me deixa aqui com o ar gélido da solidão e da frieza de olhares incrédulos sobre mim. Minhas mãos trêmulas tentam seguir um raciocínio mas o que conseguem é desenhar a paixão plena de uma vida solitária. Os olhos são embranquiçados por lágrimas que escorrem na face suja e arranhada pela angústia interna. Tentei tirar a vida deste corpo, tentei esfolar para ver se a minha externidade fosse o problema. Tentei gritar e o sangue das veias estouradas veio me lembrar do gosto. E sem os pecados capitais cumpridos e bem longe da realização, fiquei sem nada na escuridão eterna do vale perdido das sombras.

maio 04, 2005

Algo sobre despedidas...

Soube depois de muito andar que as escolhas são provas de nosso caminho, que talvez sejamos influenciados pelo sentimento a chorar, rir e gritar nos dias conformes. Olhando o céu percebi a singularidade das estrelas, todas iluminadas mas nunca iguais e cada uma em uma constelação, cada uma com um desejo mistíco diferente e nunca redundante. E triste mesmo foi ver amigos, que se tornaram além de paredes trabalhistas, entrarem na sua vida de uma forma que não existe plural e irem além vida em pluraridades distintas. Sinto e sofro por isso. Apesar das curvas no caminho de pedras a água corrente refresca alguma coisa e me faz chorar sem forças no penhasco sentimental que criei em minha mente. Criado para fugir das dores, vivido para tornar dores reais e tentado o fim de algo que se tornou mais forte do que eu. Sinto falta... Não negarei... E se tudo isso fosse parte da vida, a vida que se vá se trouxer eles de volta.