janeiro 28, 2005

E cantei em peito aberto a lira do amor...

E era madrugada limpa e meriva
O vinho, o conhaque... O alcool corriam em minhas veias
Rápidos, quentes e alegres como nunca.
Meu peito ardia de uma brancura linda
E gritei, dos meus pulmões cheios, a rima mais redonda
A lira mais bela escrita. A lira do amor.
E cantei pra lua, cantei pras estrelas
Cantei pra donzela tão linda quanto uma sereia.
Toda alegria colorida que sentia correr
E cantei na madrugada inteira, na noite das ilusões
Cantei nos teatros. Cantei nos porões.
Cantei para os desiludidos dos corações.
Minhas lágrimas desciam dos meus olhos
Brilhantes e atordoados
E cantei em plena manhã de sol
Cante no acordar dos passáros e dos guardas
Despertei cantando a mais bela das belas.
Ela, assustada com meu amor contagiante, só pode me beijar
Nossas bocas unidas pelo sentimento e ela fez me acompanhar
Além do ceu. Além do mar. Além do ar.
E juntos andamos e amamos nossa paixão
Corremos o mundo no nosso coração
E espalhamos pelos sonhos do sono
A lira do nosso amor platônico.

janeiro 26, 2005

E tudo foi transformando o sentimento puro...

As dádivas dos deuses sempre foram dadas por arcanjos de três assas que tinham a aúrea mais branca e pura. Os sonhos sempre foram feitos pelos corações pulsantes de alegria negra da falta. Quando não se tem mais sentimentos puros buscamos as soluções mais impuras para nos transformar completamente em inocentes. E os dias foram feitos para acabarmos dormindo e acordando sem esperanças de melhoras, pois sempre dormimos tristes quando sonhamos. E se fossemos parar para pensar nos diversos sentidos, direções e cores que o mundo nos proporciona viríamos que quanto mais alegre, mais estamos tristes. Quanto mais acompanhados ficamos mais sozinhos e quanto mais amor em nosso peito, mais lágrimas da falta sentimos em nosso coração aberto. Talvez a música me faça enxergar todas as notas que nunca havia visto escondida naquela árvore em minha frente que é a minha maior conselheira... E as cores que sempre quis sentir em meu coração não passe de poemas desenhados por insensíveis que não possuem sentidos ou razões de existência. E aí sim viria que minha vida é uma eterna aquarela infinita desconhecida.

janeiro 21, 2005

E sonhei como chorei em dias de luas...

E qual seria o sentido do concreto pensando em abstrato?
E qual seria o sentido do abstrato pensando em concreto?
Qual é a razão do amar alguém que não se deve amar?
E a razão que se deve amar alguém que não sabe amar?
E, somando a vida, sinto o gosto do sono, da tristeza, do choro e, novamente, não sei se deveria amar em concreto ou abstrar o amor.

janeiro 17, 2005

Simples como o infinito preto e branco do sexo...

E a lágrima caiu ascedente ao sol de chuva no verão escaldante. Nomes se juntaram com números e dançaram feito blocos no jogo de agenda. A parte brilhante foi ofuscada por uma máxima de uma abelha depositando seu mel em alguma colméia da vida privada. Simples tão somente o entregador que tropeçou em seu contra-pé e abraçou a volta ao mundo com difusão. Experiência esperta foi a do jogador que correu para assistir seu lance preferido em algum bar de um subúrbio entorpecendo-se ao gosto acre do desconhecido. Falaram que já não mais sabiam se a resposta faz sentido ou não. Suspenso em seu espaço feito de cores irmãs preso pela memória de um outro beijo esquecido em uma mente triste sonolenta. E o céu cinza arruma as coisas para se ir embora para nunca mais retornar e promete voltar. Recibo do sacado é o coração pulsando em um movimento frenético e desconhecido ao cheiro exalante de um sentimento difuso, surreal e abstrato chamado amor. E tudo foi o resultado de um sentimento único de amizade, saudades, amor e, principalmente, alucinações...
Melancholy Sickness

janeiro 13, 2005

Abri a janela e o coração. O sol inundou o quarto, o coração inundou minha alma.

Te esqueço como a laranja foge do caos da colheita. Te esqueço como o sonho acordado atrasado. Te esqueço como a música que termina sem um refrão. Te esqueço como sempre fiz em meus pensamentos. Te quero como o beija-flor busca o néctar das flores. Te quero como o prisioneiro sonha com a liberdade. Te quero como o poeta quer a inspiração. E nesse devaneio de incertezas, de comparações, de sonhos e de fantasias eu esqueço de querer... E começo a querer esquecer tudo.

janeiro 02, 2005

Continuo olhando para a janela chorona...

Vejo, com olhos de criança, o dia passar sem lápides. Vejo o sol entrando no quarto sem força cortante. Vejo pássaros cantando a triste melodia da liberdade. Vejo o vento balançando as folhas que dançam ao seu modo a rua vazia. As nuvens formam personagens surreais e montam um livro animado que muda a cada passagem. E com tudo eu senti falta do amor apaixonado. Senti falta de um carinho, senti falta de um abraço, senti falta dos passeios bobos que não levam a lugar algum. Senti falta de tudo que eu nunca experimentei e nem sei o gosto. Senti sua falta. Onde tudo é seu... E escrever o que eu sinto agora é completamente abstrato porque sinto muito, não de arrependimento mas sim de intensidade. Com essa paisagem musical na cabeça penso e sinto logo existo em um fim certeiro.