julho 28, 2005

De Adeus em Adeus Terminou o Jogo...

Os olhos já não conversam, os pés não se tocam, as mãos não se beijam. O brilho da noite foi extinto fazendo chorar as margaridas azuis. Do início ao fim, lembranças amontoam-se para o filme sem nexo. Constituindo assim, nenhuma explicação convincente. As provas foram feitas na média arrendondada e a vassoura varreu para o coração as lágrimas de areia. Os sapatos fizeram o caminho em meio ao gelo e sal e as mãos refugavam para apagá-los. A dor era intestinal e as roupas criaram um tapete por onde os astros estrelares passavam. Um após três e sucessivamente, mostravam a futilidade do amor. Ensinaram a redundância, explicaram as cores, mostraram a dieta. A flora cantou singularidade e a fauna urrou sua especialidade. Os cães ladraram e tudo ganhou o ritmo sereno. Menos o abraço carinhoso, o beijo multifocal, o atrito especial... Esses tiveram a toalha jogada do canto do ringue... Poetizando o fim sem-graça pois não aguentariam a avalanche que estaria por vir...

julho 24, 2005

E eu pensei tanto em você...

Era uma floresta ou algo do genero romanticamente repleto. Era aquilo e nada ao redor, nada ao relento, nada costumeiro e voraz. Tempo inflável como bonecos de cera, segundos repletos de angústia marcavam os passos cronometrados. As luzes se alternavam como as águas dançantes do parque. E foi nesse meio tempo, neste palco que surgiu a normalidade dos dias, a sensação do dever cumprido, o coroar dos portões. Todos os objetos curvos e pardos aplaudiram com sono e o tédio alegre. Os papéis relincharam e os quadros pararam para sempre o seu foco. Foi aí que eu peguei meu estojo mágico e poetisei essa aurora boreal do espetáculo de um sonho, de uma vida cotidiana e sem espetáculo. Como a fuga para a liberdade, o beijo marcado, o encontro no escuro, a viagem dos sonhos, o amor perfeito. Nada, sem sombra de dúvida. Foi assim que comecei a amar...

julho 13, 2005

E eu fiz de tudo para você notar o brilho...

Eu te dei um sorriso pintado no céu noturno, te dei o carinho acolhedor mais puro, te arranjei a flor mais bela e rara para demonstrar meu sentimento. Balõezinhos mágicos presentearam-te, bombons secretamente recheados de amor e meu sorriso nunca lhe faltou... Agora me vingo nesta cadeira, escrevendo para algo que não é promessa, que não é vivido, que nunca foi mais do mesmo e sempre faltou... Começo a te venerar e esquecer das outras simplicidades da vida, pois tudo ganha beleza quando entra seu pensamento... Mas o estranho é escrever de amor sem saber se ele é correspondido ou não, se o seu olhar vago é parte de um início ou é o sacramentado fim... E eu precisava de tudo isso...

julho 07, 2005

E seu perfume permanece no quarto que você saiu...

Através das palavras não acho significados, corro em círculos através dos adjetivos que embelezam a cena toda. Busco os verbos certos mas nada dá a ação necessária e muitos substantivos aparecem mas viram abstração quando me ponho na organização. Descrever algo é complicado demais para beira a perfeição da escrita... Necessita um olhar, um toque, um beijo, um perfume, um carinho, um sorisso, um abraço, uma passada de mãos, um aperto, uma risada, a voz, a pele, o andar, o jeito e tudo isso é vivido e nunca escrito. Nada mais me faz escrever só sinto um doce perfume e tento abstrar tudo isso e relembrar o que vivi... E sei que isto está realmente confuso... Você foi agora e eu aqui fazendo meu papel de romântico poeta, tentando modelar algo que chegue um pouco de tudo que sinto... E talvez este seja o início de muitas tentativas...

julho 02, 2005

E tinha os que me chamavam...

De poeta, esses falavam que eu cantava palavras, rimava a vida, transcrevia os sentimentos com a intensidade bela e rendia o fruto de um mundo mágico para os que a liam. Outros me chamavam de louco, inconsequente, voraz, engraçado e completamente dinâmico. Repreendido fui as vezes que chorava para lua e estrelas, bebia para o amor não correspondido, embriagava-me na tristeza alcoólica. Outros de sonhador, idealizando a mulher perfeita no mundo, as características brandas e sinuosas. Das noites em perdido que sonhava para ela, vivia por ela e morria na angústia de não poder tocá-la, talvez por não existir ou, até mesmo quem sabe, ela já não estar mais comigo... Não os julgo errados porém incompletos. Sou louco, pois bebo a minha vida triste de amores e embriago-me no sabor acre do álcool, para tentar viver este intenso sentimento, pois sou um sonhador que vive sonhando em personificar este amor na donzela mais bela e perfeita que há de existir neste mundo, por causa do alcóol e do sonho, canto em peito aberto a lira interna disso tudo, transformando assim esta procura e este sentimento em poesia não transcrita mas sim vivida. Sendo tudo isso um pouco mais de mim mesmo.