Foi dado o desespero pagão descritivo...
A descrição falhou nos minutos finais. Trazendo a tona algo desconexo, uma criatura bizarra, sem molde e perpétua. Alimenta-se do longínquo, dos momentos espúrios, da maleável lábia humana. Cresce desordenado, noite a dia, finito a infinito, ingestão a digestão... Percorre mundos, vilas, bairros e casas. Todos precisam dele e não enxergam a dor que lhes causa. Divindade posta a coroa ganha... É clamado. Criou-se então uma legião de adoradores... Como se fossem titãs correndo para a vitória certa. E Ele gosta, cresce mais... Parece criar diversas micro-diferenças de um tipo para outro... Porém são todos frutos de um só... Quase uma alma habitando o coração e a vida de muitos normais... Que ainda cantam de peito sóbrio, outros embriagados, que sem Ele a vida seria injusta, imoral e sem significado. E Ele nada faz, pois não tem consciência... Nada faz pois o sofrimento ou a alegria é o alimento predileto... Ele mata milhões e também devolve a esperança pra outros... E quem há de achar ele injusto ou initeligível? Ninguém os entende... Nem seus criadores... Uma experiência fracassada no minuto final... Transformando algo perfeito em desordenado. Algo perfeito em incontrolável... O que poderia só causar risos hoje cria lágrimas, tristezas, perdição... Mas Ele cresce e continua habitando os corações alheios... E de todos os nomes, o que Ele mais gosta é Amor...
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