novembro 04, 2008

Termina com a frase da canção...

Com certa nostalgia de tempo eu me guio por uma escada beirando um abismo bicolor... Um som inaudível passa pelas tormentas da piedade até que explode em uma boreal matinal. Os sentidos se aguçam, o paladar se ergue em meio a ressaca etílica, e, com passos grandiosos, a lembrança vem até mim, estacionando em diagonal a sua entrega. A melodia me remete a um tempo que não consigo descrever, a leitura me leva a infância e a todas as tagarelices realizadas... A saudade me leva a você e, o pulsar de veias, me traz a angústia da distância dos laços. Nossos laços talvez, pequenos fragmentos unidos, talvez. Expliquei por palavras soltas e fáceis um cenário inigualável... A conversa é feita e lembrada, é berrada e terminada, é idealizada e lacrimejada... Os sinais são os mesmos, mas diferem por causa da escuridão do quarto... Como um roubo em que nasceu para morrer, como olhos que pregam uma imagem na parede, como copos quebrados pelo corredor de vitórias... Foi neste mesmo lugar que o menino ficou esperando seu ídolo... Contemplando uma parede que exibia marcas das alucinações e marcas de gestos inexplicáveis... Foi isso que ele queria ser e lutou para ser... Ao ver tudo desmoronar, voltou ao seu triciclo e se pôs a guiá-lo para casa no fim de tarde... Você, eu e todo mundo que conhecemos...

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