A falta de poesia, a falta de amor...
Os dedos antes sempre acostumados a ver a beleza na incerteza, a ver a beleza na neblina que paira sobre a vida, sobre as decisões não tomadas. Dedos estes que sempre buscavam uma viagem mais longa da mente e do coração. Dedos estes que sentiram falta de um amor para se cantar. Sentiram falta de ter aqueles sonhos inexplicáveis e completamente despojados. Sentiram falta da risada singular e do olhar perdido em meio a uma multidão encantadora. Parecia cego, mas houve uma busca por isso! Parecia surdo, mas houve atenção aos sinais luminosos que brotavam vida. Olhou marcas deixadas pelo caminho e eles levaram a um passado de lembranças boas e vivência única. Encontrou um velho álbum de fotografias e folheou com lágrimas inocentes. Embriaguez imposta pela vontade contraditória, ligações perdidas no silêncio do segredo, páginas seladas de um futuro completamente idealizado... Enfim, nisso tudo achou a poesia que tanto sentia falta e se cansou, pela vez que já nem sabia contar, de perder a essência da sua existência e voltou a prometer que desta poesia jamais iria sair.
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