A visão abstrata do hoje...
O vento frio vem do tímpano da dúvida, de um pingo neutro da falta de coragem, que latiu em disparada há alguns dias e um pouco das letras apagadas da inspiração, que faltou onde mais se precisou, para traçar um caminho além. Os pingos que caem fazem a melodia triste e cadenciada do nada. Um dedilhar de sons agrupados, mas sem um ritmo definido. Sinais que passaram e que tentei, em vão falho, desvendar. Um olhar e um braço jogado para confortar, um beijo doce e um brincar que não sei o que pensar. É aquele sorriso que congela com um adeus inevitável. Um até breve que de breve, a estação muda e o esperar se cansa. Hoje contemplo traços invisíveis na parede onde antes escrevia seu nome em códigos... Para ser mais fácil de te encontrar e saber exatamente como te entender. Hoje, passeio nos brancos espaços de um terremoto sem fim, de uma dificuldade e uma falta absurdamente sentida, mas que, nem eu mesmo, saberia se é isto que eu gostaria de ter agora... Contemplo o hoje, tentando entender o agora, imaginando que em um futuro encontre, nos seus traços, o enredo para a próxima história a ser desvendada na fogueira...
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