outubro 03, 2010

Distantes como poesia esquecida...

A inspiração vem na solidão, ela vem me beijar sempre quando contemplo, incrédulo, a passagem estreita da vida... Vem com lira, vem com desejo e vem com obrigação. Vem como melodia, convida a dançar e a seguir o seu ritmo... Mostra cores no escuro, som no vácuo, a sensação de infinito em plena caixa fechada. Com ela tenho a descrição de completo em qualquer lugar que minha visão alcançar... Com ela tenho a explicação dos meus enigmas e toda sanidade explicada em prosa livre... Sem lágrimas e deixando os dedos ditarem o destino mais complexo do universo. Ouço um grito de uma canção que nunca se repete, ouço o sussurro de uma nova vida chegando, ouço o nascer de uma relação que jamais sairá do papel... Me pego dançando pelas vielas que sempre sonhei, me pego cantando desafinado o amor que nunca entendi, me pego escrevendo linhas que quando acordar deste sonho, vou duvidar que fiz. Crio um refrão que ficará suspenso durante a eternidade e perdido nas curvas da minha vida... Capitalizo as sensações e vejo que estou feliz. Sou o poeta que já fui em alguma etapa perdida... Não sou mais, mas ainda assim, continuo sorrindo, pois falam que sou melhor assim...

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