abril 05, 2005

Like a little lonely ant...

A formiguinha normal queria aventurar-se para além do seu mundo e formigueiro. Seu pai, o formingão, e sua mãe, a rainha, descordavam pois sabiam dos perigos longes da frequência de suas antenas, alertaram o máximo que podiam mas não conseguiram fazer a pequena formiguinha desistir de seu sonho. Um belo dia acordou e se preparou para o seu trabalho, após isso despediu-se de todos seus companheiros formigas e foi abraçar o mundo. Correu, subiu e desceu paredes, carregava, andava e até se perdeu. Não sentia presença de ninguém conhecido nas suas anteninhas e foi aí que olhou o mundo ao seu redor. Era belo, era feliz, era encantador mas era solitário, era triste, era perigoso. EM poucos dias já tinha perdido a conta das escapadas dos pisões, petelecos e banhos que iria tomar. Viu a lua, as estrelas e fez uma das coisas que nem sabia que existia na sua vida formiga que foi chorar. Chorou mas não de desistir dos sonhos, chorou de saudades, chorou de amor, chorou de falta. Andou mais com energia de vitória e dever cumprido. Chegou a uma sala, nela decidiu que seria ali seu lar. Ali teria sua família e vida. O único problema foi que viu que estava sozinha, existiam outras formigas mas com hábitos diferentes, nem pareciam formigas. Ela, mais uma vez chorou e na angústia da completa solidão que passava seus meses, começou a mudar. Mudou seu jeito, sua vontade, sua rotina. Se tornou uma não-formiga. Com isso vieram amigos, amantes, festas e banquetes. Com isso teve com quem conversar, com quem chorar e com quem sorrir. Contava seu passado e ironizava a sua antiga vida e espécie. Um dia, uma não-formiga mais antiga vendo o jeito desta nova não-formiga contou sua vida em um simples olhar. A formiguinha então sentiu-se angustiada, poi-se a pensar e tentar arrumar uma solução para a falsa vida de não-formiga que ela tinha... Dormiu a pensar e viu que solução era a realidade. A solidão mascarava seus sentimentos e assim teve que se adaptar para não sentir mais alguma angústia. Podia ser falsa, mas era feliz e fazia as outras não-formigas feliz. E sendo assim, construiria sua vida sendo uma não-formiga mas com um jeito de formiga. E foi assim que seguiu seus dias e meses.

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