maio 21, 2006

E eu estou assim...

Sua suavidade me assusta, a calmaria plena do olhar. O instante perdido inédito e a reprise dos momentos vividos pela vivência. A certeza do erro inconstitucional e humilde. A criação desordenada do bem-estar. Você como sempre a rainha dos meus pensamentos, dona da minha angústia acuada, retentora de toda minha tristeza e causa do meu maior amor. Incondicional, sem-limite, sem guarda ou atenção. Amor puro e verdadeiro. Amor até o fim da vida. Amor que cresce durante os anos. Simplesmente amor. E agora queria fazer as malas, planejar sonhos na janela de um ônibus, passando de imagens rápidas e cenários construídos. Começar a vida novamente, ter um novo nome e um novo estilo. Esquecer das manias e dos gostos, esquecer do caminho passado. E por dificuldades extremas acabo me sentindo pequeno perante a grandiosidade mundial, dos problemas e das causas que não me deixam voar. Acabo esquecendo do meu princípio e de toda a poesia corrente. Esqueço até de mim e me ponho a chorar os rios que ficarão para trás após seguir o caminho... Piorando aos poucos, encobrindo a real culpa e a necessidade. Transparência suja de medo, motivos insignificantes e maliciosos... Fazem-me continuar sendo a mesma pessoa, enganada e destruída. O mesmo que riem e o mesmo que recita lindas palavras que são sopradas pelo vento e levam aos kilometros as mesmas baboseiras gratificantes... Não sou mais eu, nem sei que sou e muito menos onde posso encontrar... Sem amor, sem vida, sem destino, sem proposta... Continuo a insolente rotina ditada pela subjetividade.

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