E minhas antigas lembranças nas noites de clausura...
Encontrei as velhas lembranças, escritos nos amorosos anos passados. Anos aqueles que brindavam o platônico, as esferas de alegria. Descobria o mundo da liberdade, do contato intimo. A liberdade do ter. Lendo revivi todos aqueles momentos que, ao sabor do álcool, me deixava levar para os caminhos de poesia. Experimentei o extremo, o excesso... Brindava a boemia a cada nova manhã de recuperação. Contava as horas para a noite e nelas ia-me sorridente. Dessas andanças nasceram amores e outros tantos foram revividos. Eu era livre e com combustível de vontade. Atrevia, usava, sondava e sonhava. Lembro-me de alguma escuridão, de tristeza e noites mal-dormidas... Lembrei dos momentos e tratei de esquecê-los, pois estavam enterrados. Voltei ao hoje, ao não poder... Enclausurado na angústia e nas lembranças da solidão extrema. Do peito caloroso doendo pela falta. Estou mais vivido, mas vazio... Alegre porém incompleto... Não sei até que ponto vale o sacrifício da mudança. Mas tenho esperanças e sei que não vai me abandonar. E só me resta escrever para entender a angústia que corrói e a minha única companhia depressiva, que chamo carinhosamente de Minha Vida. E eram apenas poesias cantando a solidão e o platonismo saudável... Pelo menos naqueles anos eu tinha por quem cantar. Hoje nem sei mais a cor deste caminho e nem sei mais como trilhar...
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