A folha machucada transcrevia emoção...
Dedos entrelaçados em um futuro de propostas, lágrimas indecifráveis contando os minutos de um tempo que já não era senhor, nem tampouco, inspirados na odisséia de contar... Era ouvida uma canção ao longe, conhecida e com batida abafada, mas com outro refrão que dedilhava a mudança. Idéias marcadas de outros autores coroavam o momento e decoravam a parede do único cômodo com vida... Cores! Muitas cores formando um batalhão de claro e escuro... Misturadas ou aglomerando-se em um mar de hipóteses, certas ou erradas, vitais para seus dedos. Existia a folha no canto limpo da escuridão. Marcada e sofrida, dobrada e sofrida, rabiscada e sofrida... Nela se existia um único momento, era aquele que se perde no contexto para ter um fim... Aquele momento que, de tão carregado, experimenta o abismo primeiro de emoção e não volta ao seu estado normal. A folha tentava, em vão, ajudar e organizar... Mas existiam ali amor e sonhos tão complexos e abstratos que ao mexer eles evaporavam para uma nova mente... Um novo estágio de comoção. Não era nenhuma poesia perdida, muito menos um conto romântico ou um épico triunfal de algum herói desconhecido e manjado. Nas poucas linhas completas e nas palavras carregadas, existia ali simplesmente algo impossível de dizer, mas que todos conhecem e correm da sua existência... Existia ali, na sua inteira simplicidade, a angústia da dúvida.
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