Nos hemisférios clamam as patadas da voz. Fico fora de contexto, pois a realidade me põe de lado nesta discussão pouco aproveitada. Tracejando favores em diminuto, recuando e acelerando notas que façam um acorde cheio. Um mundo que vibre e construa sua estrada melódica. Seu princípio, meio, fim e sumiço generalizado. Buscamos ser aquele refrão vivo de risos, porém esquecemos de preencher a ponte da canção. Ligamos-nos apenas no que é dedilhado rarefeito e esquecemos os pesos de algumas promessas desenhadas... Nunca mais fizemos aquelas casinhas felizes, pois nossos olhos se desacostumaram com a fantasia. Nunca mais desenhamos o sol no centro, pois molhamos nossas vidas com a chuva, carregando assim nossa sobrevivência com as nuvens... Destoamos de um ditado pré-escolar por vontade própria e esquecemos que, se soubéssemos ler corretamente, a nossa melodia-vida estaria com a partitura completa. Ela estaria repleta de maiores e menores, de jardins e brincadeiras sem sintomas, poetizadas e girando ao vento refrescante... Porém, temos apenas uma salada abstrata que não nos mostra caminho. Uma salada que nos desenha, que prendem até o desconhecido confuso. Uma salada que chamamos de experiência, porém nem lembramos mais como é o sabor de um beijo inocente em uma escada escura da infância...
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