Certa vez quis escrever um conto. Daqueles que fosse pensado e atraísse o leitor para seu início e fim. Daqueles que o cenário é explicado e sentido, que você consegue entender a cor vista e o cheiro que preenche o lugar. Eu queria, mas não consegui sair das primeiras palavras. Queria falar dos desejos carnais que enchiam as mentes das personagens. Queria falar até daquele suor em mãos quando os olhos se encontram com a boca cheia do mais puro desejo. Sim, eu queria tudo isso e não passei das primeiras palavras. Talvez por eu não ser um escritor de contos. Talvez por saber que minhas aspirações só fazem sentido no mundo abstrato e de um vocabulário antigo e difícil de ver por aí. Talvez por não entender como me apresentar como um Narrador-Deus. Com toda certeza que olhei as mesmas palavras e vi um conto tão mal escrito na viagem que faço que tomei coragem e este conto vai sair. Mudarei o tema, por já estar perdido, mas um deles vai sair. Daí para aumentar as linhas de textos abstratos, esquecer este tipo de amor que tanto poetizei e começar a colher os frutos da minha realidade suada é um abismo que nem penso em ver o fim. Pode ser um caminho, mas tudo passa por este conto. Este conto cheio de talvez e que eu ainda vou fazer...
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