abril 18, 2013

O prelúdio do fim...

Eu posso escrever este conto em primeira pessoa, pois tudo o que será dito e redigito, foram as minhas fases e visões deste mundo, que chamei carinhosamente de meu. Cada vírgula, às vezes em demasia para ditar o ritmo necessário, foi colocada pela minha pessoa e sei que muitas vezes deixei a abstração varrer o sentido figurado das situações descritas. Foram imagens, estrofes, rimas tontas, redundâncias saboreadas e trechos que, se todos tivessem meu nome apenas, seria pouco para simbolizar o quão pessoal foram todas essas caminhadas. Caminhadas sim, pois passei por inúmeros lugares e vivi por inúmeros períodos em completas jornadas. Jornadas muitas vezes silenciosas, introspectivas e sentimentais que me deixavam apenas na tentativa de criar possíveis enredos para mostrar melhor a história conhecida de todo mundo... E como eram! Muitas vezes, recuei no tempo e reli algum trecho que se encaixava na situação vivida por outra pessoa, que nada tinha a ver com meu mundo, mas estava completamente inserida naquela visão... Acredite que isso aconteceu muitas vezes mesmo. Existiu um tempo, bem no início, que aceitei a jornada de tentar conhecer meus pontos essenciais. Com isso embarquei em uma viagem regada de introspecção, poesias, amores não correspondidos e platonismo tão utópicos, que aprendi a recitá-los como profundas verdades. Este tempo durou mais de uma década, com seus altos e baixos. Com suas grandes epopeias, marcadas por produções grandiosas e inéditas - dignas de aplausos numerosos e gritos de parabéns, outras tantas um tanto fadonha, triste e melancólica - como se o próprio nome fizesse jus de um tempo apenas para ele. Mas em cada uma dessas ondas vividas, eu tirei meu proveito. Tirei minha lição, meu aprendizado e sei o que quero, o que desejo, o que me faz sorrir e o que me faz forte e completo. Não foi fácil e quem acompanhou sabe o quanto me senti perdido e sem nenhuma ideia do sentido que carregava em meus dedos. Transcrevia vales que muitos duvidavam que existisse, mas estavam completamente montados em meus sonhos e pesadelos. Vales, penhascos e infinitos espaços vazios... Sem vida e sem nenhum significado aparente. O que começou com uma conversa antiga entre ser um poeta errante e viver nos limites da vida, se cumpriu na satisfação que se propôs. Hoje eu termino este longo livro, com a alegria de saber que cheguei ao seu fim. Longos foram os momentos que quis desistir, que quis deixar a poeira comer minhas lembranças... Mas minha jornada deveria ter seu capítulo final, ter seu desfecho. Foi uma década e um par para escrever tudo e viver este início, meio e fim necessário. Hoje tudo se esvazia, pois vejo todos os meus textos endereçados para enormes corações perdidos e todo o meu sentimento mais puro e verdadeiro em cada um deles... Hoje me encanta pensar tudo o que construí por aqui e também encanta meus passos para uma nova trilha, que começa hoje e que vai até os meus suspiros terminarem...

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