janeiro 12, 2010

Frustração guiada para a descrição...

Titularizar um poema abstrato que traga a evocação e resumo necessário. Flertar com rimas inexistentes, deixar a modernidade de um piscar de olhos guiarem o ritmo de uma dança fúnebre e carregada de sentimento... Caminhos traçados aos quatro ventos mundiais, inspiração que chega como um telefone amarelado da espera. Mãos atadas com nós invisíveis que frustram todo o amor latente. Cenário talvez impossível de se imaginar ou montar, porém vivo no coração de um poeta desconhecido, perdido e insolente, que utiliza sua lira, seu doce brincar, como forma de expressão e alimento. Sabe que carrega um espírito trovador dentro de si, com facilidades de cantigas e sonetos menores... Frustrado! Como sempre foi e como sempre será... Buscando em cada aurora reconhecer seus pontos comuns, reconhecer a origem de sua dor e seus desejos. Onde foi que iniciou sua jornada, razão da sua tortura, e onde que está o último capítulo... O desfecho de uma odisséia sem personagens ou enredo. Caminhou por entre montes conotativos, bebeu das chuvas que fizeram desgraças, sonhou com estrelas que queimavam seus olhos e tropeçou em jargões tontos e feitos. Procurou em pedras e pergaminhos, procurou nas escrituras e nas flores... Desistiu de encontrar sua missão e então, já alucinado com as possibilidades, decidiu que iria transcrever nos livres caminhos a incerteza do nada... Virou o silêncio do escuro.

Um comentário:

Mari disse...

Há tempos não passava por aqui. Seus textos sempre me vêm à mente qdo lembro de vc, e ao lembrar de ti sempre tenho a imensa sensação de te conhecer como ninguém. Mas tenho de confessar que, lendo-te desta vez, tive a impressão de talvez ter esquecido como seus textos são incríveis e me arrepiam. Ou talvez vc esteja ainda melhor, não sei.
Sempre,
M Silvestre