Falta um sorriso, um sorriso simples. Daqueles bem simples mesmo. Livres e soltos, que bordam nosso rosto em tenra perfeição. Sim, falta um sorriso. Falta um abraço descompromissado no início da tarde. Falta aquele alívio, tonto, no final de um problema. Faltam coisas que eu também não sei mais. Falta o desconhecido e o sonho que não se realiza. Falta um braço estendido, um beijo roubado, um resto de risada e até mesmo uma piada conhecida. Sinto tanta falta que não posso mais dizer que é da solidão, pois ela se foi. Falta um motivo, uma razão e até mesmo um tufão de verão. Faltam rimas melhores, versos menores e a poesia gritar no vácuo de um desejo interrompido. Falta tudo isso, mas não falta nada. É só pegar o envelope, abrir e contemplar todo um oceano revolto perdido de fotos passadas. Ali está e aqui falta. Ali tem e aqui falta. Ali vida e aqui falta. Não deveria estar lá, nem em um minuto. É para eu estar aqui, vivendo tudo ali e com a certeza do final do inverno quente...
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